A Triunfo Participações tem grande interesse de participar dos próximos leilões de concessão de ferrovias, afirmou Joel Peito, diretor de Novos Negócios da companhia, na sexta-feira, durante encontro com analistas e investidores em São Paulo. O foco estará nas linhas de Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, e de Barcarena, no Pará, informou.
A expectativa do grupo é que os certames sejam realizados pelo governo federal durante a primeira metade do ano que vem. Segundo o executivo, Barcarena provavelmente será concedida no segundo trimestre e Lucas do Rio Verde, no primeiro.
De acordo com Peito, contudo, há um fator de risco a ser levado em conta, que é a participação da estatal Valec. No modelo atual, a companhia recebe pagamento trimestral da controlada pelo Ministério dos Transportes e a distribuição fica a cargo da estatal.
"Obviamente, queremos ter a segurança de que a Valec vai honrar esses pagamentos ao longo de um contrato que dura dezenas de anos", afirmou Peito.
Carlo Alberto Bottarelli, presidente do grupo, garante que a percepção de risco por parte do governo está muito melhor. "A presidente [Dilma Rousseff] está nos ouvindo e a conversa com o governo flui muito bem", afirmou o executivo.
O executivo-chefe da Triunfo disse, durante o evento, que um grande objetivo é conquistar mais concessões rodoviárias em Minas Gerais. Na semana passada, o grupo venceu o leilão de um trecho de 1,2 mil quilômetros nas rodovias BR-060, BR-153 e BR-262, entre Brasília e Belo Horizonte, passando pelo Triângulo Mineiro.
Segundo Peito, a companhia está totalmente preparada para levar qualquer certame que venha a ser realizado nesse sentido. "Mas vamos olhar tudo mantendo disciplina de capital. Há otimismo porque ficamos muito tempo sem poder investir em rodovias", explicou o executivo. O grupo é visto pelo mercado como um forte competidor pelo trecho da BR-040 que será leiloado no dia 27 deste mês. A rodovia liga Brasília a Juiz de Fora, passando por Belo Horizonte.
A Triunfo também comentou sobre sua área de cabotagem, que foi recentemente paralisada por conta do solavanco nos custos e da falta de previsibilidade na geração de caixa. Sandro Lima, diretor financeiro do grupo, afirmou que a dívida da Maestra, que operava as atividades no segmento, terá de ser incorporada e reestruturada.
"Vejo aqui [no evento] vários credores que possuímos, mas preciso dizer que parte desse endividamento da Maestra vamos incorporar em nosso balanço", disse o executivo. São R$ 320 milhões de dívida, completou Lima, mas parte poderá ser aliviada com crédito de imposto de renda diferido.
Sobre os futuros leilões de aeroportos, a empresa disse ter interesse em terminais menores ou que complementem o atual portfólio. Segundo Bottarelli, a Triunfo avalia o aeroporto Eduardo Gomes, de Manaus, e mais algum localizado no Nordeste. O executivo disse que um bom projeto no empreendimento do Amazonas iria impulsionar o transporte de cargas de Viracopos, aeroporto de Campinas (SP) de cujo consórcio a companhia faz parte. "A estratégia faria sentido para impulsionar nossas operações de movimentação de carga em âmbito nacional", afirmou.
No Nordeste, a Triunfo buscaria algum aeroporto em grande centro que possibilitasse a chegada de passageiros que precisam ficar na região, sem ter de passar por Rio de Janeiro ou São Paulo. "Faria sentido", comentou Bottarelli.
Ainda no evento, o diretor-superintendente da Portonave, subsidiária do grupo que cuida das atividades de movimentação portuária, disse que as operações no porto de Itajaí (SC) foram ameaçadas pelo aumento da concorrência. A participação nesse setor dentro do Estado continua em torno de 40%, disse o executivo.
A companhia já planeja a expansão do terminal e acredita que as obras serão iniciadas entre fevereiro e março. A expectativa é que a ampliação leve a área disponível a 100 mil metros quadrados e a capacidade de movimentação, para 1,1 milhão de TEUs (unidade de medida de contêineres) por ano.
Fonte: Valor Econômico
Publicada em:: 09/12/2013
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