Correios, BB Banco de Investimentos S.A., Funcef, Petros e Caixa Econômica Federal (CEF) anunciaram que pretendem participar da licitação do Trem de Alta Velocidade brasileiro que ligará Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas. As cartas de intenções dos fundos foram disponibilizadas no site da ANTT .
O ofício da Empresa de Correios e Telégrafos diz que a empresa “intenciona” participar do projeto “através de associação com os vencedores das licitações”.
Já os fundos BB Banco de Investimentos S.A., Funcef, Petros e CEF anunciaram em conjunto que poderão em conjunto deter até 49% do capital social da Socidade de Propósitos Específicos (SPEs) ou holdings empreendedores do projeto. O interesse deles também em associação com os vencedores das licitações.
Após as informações divulgadas na semana passada que a entrega das propostas do TAV Rio-São Paulo-Campinas seria adiada, o diretor-geral da ANTT, Jorge Bastos, reafirmou que o recebimento das propostas acontecerá na Bovespa , em São Paulo, no dia 16 de agosto, entre 9h e 14h. A ANTT avaliará as propostas e o leilão, com a abertura das propostas economicas qualificadas, está marcado para 19 de setembro, às 14h, também na Bovespa.
É esperada a participação de pelo menos dois consórcios, o francês SNCF/Alstom, que contratou o banco Morgan Stanley para apoia-lo, e o consórcio espanhol , com Renfe, Adif, Talgo, Bombardier Indra, Ineco e Invensys.
Clique nos links abaixo e leia as cartas na íntegra:http://www.revistaferroviaria.com.br/upload/carta_de_apoio_ao_equity_tav_funcef_petros_bbbi_cef.pdf
http://www.revistaferroviaria.com.br/upload/carta_de_apoio_ao_equity_correios.pdf
Fonte: http://www.revistaferroviaria.com.br/index.asp?InCdNewsletter=7260&InCdUsuario=31986&InCdMateria=19634&InCdEditoria=1
Comentário
Uma Constituição que angustia e tensão geral no Brasil
Quando nos é apresentada uma notícia como essa, calafrios e arrepios são inevitáveis.
Ver dedos cadavéricos do poder público agarrados em mais uma obra, no mínimo, duvidosa, nos reporta ao mais elementar gênero de Alfred Hitchcock.
No dia cinco do mês de outubro completaremos 25 anos a Constituição vigente, promulgada em 1988. É de recear que, dentre tantos proprietários lesados a fundo [devido a artigos da constituição que não garantem devidamente o direito de propriedade], muitos concluam, dando-lhes ressonância trágica, com as palavras do bem conhecido estribilho: 'Daqui não saio, daqui ninguém me tira'. Basta lembrar, neste sentido, as dificuldades que nos presentes dias estão enfrentando os proprietários rurais por todo o país.
Seguindo a onda de nossos governos vizinhos, não estamos muito longe disso, um projeto como esse é de assustar qualquer um, em todos os prismas possíveis e imagináveis. Podemos citar aqui a Ferrovia Norte-Sul, um bom exemplo que nos basta. A única certeza diária neste país em "desenvolvimento" é que a vida vai-se tornando sempre menos desconfortável e arriscada para assassinos, ladrões e outros malfeitores de todo gênero.
Recentemente, o povo foi as ruas, por que?
Disse Nosso Senhor Jesus Cristo: "Se um cego guia outro cego,ambos caem na cova" (Mt 15,14).
Daí resultam, em grande parte, as incertezas em que o Brasil se encontra. Para só considerar os problemas econômicos e financeiros, é flagrante a ausência de dados vigorasamente documentados, cristalinamente analisados, e sem os quais o "homem da rua" desta democracia cambaleante não pode sequer saber o que quer ou não quer. De onde as notícias nos jornais, sobre as alternativas sucessivamente propostas para a solução desses problemas darem ao "homem da rua" a impressão de que os debates ou os cambalachos efetuados nos altos bastidores de nossa vida pública são meras sessões de prestidigitação.
Em outros termos, quando a experiência desgasta várias sugestões apregoadas como "milagrosas", há uma tensão geral. E desta tensão emergem então um, dois, ou três "gênios", com novas soluções tão mirabolantes ou inverossímeis quanto seria tirar um coelho de dentro de uma cartola, ou um ovo de dentro de uma lapiseira.
Para finalizar, abaixo um trecho de uma reportagem de outubro de 2012:
Por meio da Lei de Acesso a Informações, o Valor perguntou à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) quanto já foi gasto pelo governo até agora com o projeto do trem-bala, planejado para ligar Rio de Janeiro, São Paulo e Campinas.
Segundo a agência, foram sacados R$ 29,1 milhões dos cofres da União para bancar a ideia. O desembolso, de acordo com a ANTT, foi utilizado para "a realização dos estudos de viabilidade que embasaram a concepção da modelagem econômico-financeira e de concessão, a elaboração de editais de concessão, a execução de estudos preliminares para avaliação do impacto ambiental do empreendimento, trabalhos de consultoria técnica e de apoio jurídico". A cifra também embute a realização de audiências públicas.
A reportagem é de André Borges e publicada pelo jornal Valor, 24-10-2012.
A agência informou que o montante não inclui os custos relativos ao pessoal da equipe responsável pelo projeto, mas não informou que repasse seria esse.
O fato é que, depois de cinco anos e R$ 30 milhões desembolsados, o projeto retornou, praticamente, à estaca zero. O governo argumenta que continua a se basear nas premissas dos estudos já realizados. A modelagem do trem-bala, no entanto, foi radicalmente alterada e hoje está distante do que se previa originalmente, com o propósito de dissolver dúvidas básicas e provar a viabilidade do negócio. O governo passou os últimos anos pressionado pelos potenciais interessados no empreendimento, que questionavam o preço final do trem e a demanda de passageiros. O resultado dessa equação foram três tentativas frustradas de licitar a obra.
Agora, a expectativa do governo é lançar o novo edital para a operação do trem-bala até o fim deste ano. As propostas comerciais deverão ser entregues pelas empresas até o dia 30 de abril de 2013. A licitação está prevista para maio do ano que vem. O governo também está contratando consultorias para fazer o desenho da engenharia da obra. Numa segunda etapa, será licitada a construção da linha, o que está previsto para 2014. O início de operação de alguns trechos é almejado para 2018. Pelo novo modelo que está em elaboração, agora serão os próprios empreendedores que terão de dizer qual será o custo final da obra.
A agência informou que o montante não inclui os custos relativos ao pessoal da equipe responsável pelo projeto, mas não informou que repasse seria esse.
O fato é que, depois de cinco anos e R$ 30 milhões desembolsados, o projeto retornou, praticamente, à estaca zero. O governo argumenta que continua a se basear nas premissas dos estudos já realizados. A modelagem do trem-bala, no entanto, foi radicalmente alterada e hoje está distante do que se previa originalmente, com o propósito de dissolver dúvidas básicas e provar a viabilidade do negócio. O governo passou os últimos anos pressionado pelos potenciais interessados no empreendimento, que questionavam o preço final do trem e a demanda de passageiros. O resultado dessa equação foram três tentativas frustradas de licitar a obra.
Agora, a expectativa do governo é lançar o novo edital para a operação do trem-bala até o fim deste ano. As propostas comerciais deverão ser entregues pelas empresas até o dia 30 de abril de 2013. A licitação está prevista para maio do ano que vem. O governo também está contratando consultorias para fazer o desenho da engenharia da obra. Numa segunda etapa, será licitada a construção da linha, o que está previsto para 2014. O início de operação de alguns trechos é almejado para 2018. Pelo novo modelo que está em elaboração, agora serão os próprios empreendedores que terão de dizer qual será o custo final da obra.
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