O governo de Mato Grosso prevê ainda para o primeiro semestre deste ano a realização da audiência pública para apresentação do projeto oficial da Ferrovia do Centro-Oeste (FICO), ligando Lucas do Rio Verde (MT) a Campinorte (GO), com uma extensão superior a mil quilômetros. Das três etapas que antecedem ao início da obra, uma já foi realizada: a apresentação dos estudos de viabilidade técnica do empreendimento pela União ao estado.
De três ‘rotas’ sugeridas tem a preferência o desenho que congrega 1.065,34 km entre os dois estados, com prazo para execução de 38 meses. De acordo com o secretário Francisco Vuolo, da secretaria de Acompanhamento da Logística Intermodal de Transportes (Selit), variações dos aspectos técnicos do desenho, como a arquitetura e o tempo de realização despertaram maior interesse.
“Há elementos que devem ser levados em consideração como o tamanho, a extensão, as questões ambientais, as obras de arte que devem ser feitas a exemplo de pontes, viadutos, túneis e também do relevo”, pontuou. A proposta com maior aprovação engloba ainda a execução de chamados 35 pátios, ou seja, pontos onde haverá o cruzamento das linhas férreas dos trens; 46 pontes superiores a cem metros, 366 curvas e 26 viadutos que variam de 51 a 100 metros.
Já as demais, cujas dimensões também superam mil quilômetros, preveem maior tempo para realização e aspectos arquitetônicos tais como túneis, e que podem pesar na realização do trabalho. Conforme Vuolo, agora o governo mato-grossense quer levar até Lucas do Rio Verde a mesma apresentação dos dados para solidificar a alternativa. Da extensão total, 668 quilômetros de trilhos vão cruzar Mato Grosso, passando por nove cidades até chegar ao estado vizinho.
A ferrovia será construída sob os moldes do novo marco regulatório para as ferrovias, resultando na quebra do monopólio na oferta de serviços ferroviários. Previsão é que pela FICO sejam escoadas 10 milhões de toneladas de cargas ao ano.
Isto porque com a introdução de um modelo de Parceria Pública Privada o governo federal contrata a construção, a manutenção e a operação da ferrovia. A Valec - estatal brasileira - compra a capacidade integral de transporte pelo modal, além de fazer a oferta pública da capacidade, assegurando o direito de passagem de trens em todas as malhas, buscando modicidade tarifária, como prevê o Plano Concessão do governo, lançado em agosto do último ano.
Desta forma, a venda de capacidade de ferrovias será feita pela Valec para usuários que quiserem transportar carga própria, operadores ferroviários independentes e concessionários de transporte ferroviário.
Fontehttp://www.nopoder.com.br/
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