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Title: Concremat quer entrar em negócios de concessões
Author: Anderson Nascimento
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  29/05/2014 - Valor Econômico De olho nas oportunidades na área de logística, a Concremat - holding de engenharia com 62 anos ...
 
29/05/2014 - Valor Econômico
De olho nas oportunidades na área de logística, a Concremat - holding de engenharia com 62 anos de atuação e as maiores empresas do país como clientes - se prepara para ingressar no segmento de concessões. A ideia é encerrar o ano com pelo menos uma operação em carteira, provavelmente uma fatia pequena de um consórcio.
Não se trata de uma meta ambiciosa. Na avaliação da família controladora, porém, é o mais factível no cenário atual do país e mais condizente com a história da empresa. "Nosso crescimento sempre foi orgânico e em mercados afins. Em 62 anos, só compramos uma empresa, um laboratório de petróleo e gás que era do grupo Ipiranga e agora trabalha também com etanol e outros componentes agrícolas", diz o presidente do conselho do grupo, Mauro Ribeiro Viegas Filho.
Segundo ele, o grupo vem estudando oportunidades de concessão e Parcerias Público-Privadas (PPPs). Até aqui, porém, não conseguiu viabilizar nenhum projeto. "Alguns têm risco exagerado. Outros têm condições que dificultam a montagem de uma engenharia financeira adequada", afirma Viegas.
Na definição da estratégia, o empresário também está atento ao momento atual do país. Com mais de seis décadas de atuação, ele lembra outros momentos difíceis, como em 1982, quando saíram de 1500 pessoas espalhadas em 15 escritórios para apenas 750, em apenas seis meses. Na época, um plano de expansão desenvolvido pela Booz Allen acabou engavetado. "Muito do que foi pensado naquela época só estamos implementando agora", diz Viegas, cuja empresa hoje emprega 9 mil pessoas.
Mesmo instável, ele aposta na manutenção dos investimentos em infraestrutura graças ao aumento das concessões e nas oportunidades que podem surgir daí. "O Brasil passa por um momento de menos credibilidade, mas o mercado de infraestrutura não parou. Só desacelerou. As necessidades são tão grandes que não tem como não aumentar os investimentos", acredita.
É nesse cenário que a Concremat procura uma alternativa de investimento compatível com suas atividades. Contratado para guiar a empresa nesse novo momento, o executivo Clóvis Renato Peixoto Primo, oriundo do grupo Andrade Gutierrez, diz que o projeto deve permitir que a empresa aplique sua experiência em serviços mais especializados, do estudo de terreno e desenvolvimento de projeto, ao planejamento, gestão e desenvolvimento de materiais.
Além do esforço para expansão dos negócios, o executivo também está enfrentando alguns desafios do dia a dia. Segundo ele, o crescimento rentável é o grande desafio do momento atual. Para enfrentá-lo, o grupo reduziu em R$ 20 milhões as despesas.
"Tivemos que enfrentar a inflação em alta justamente em um momento de redução de custos, com os trabalhadores buscando ganhos reais no dissídio e nós, sem podermos repassar para as margens. Conseguimos essa economia cortando apenas itens corporativos", resume Primo.
De acordo com o presidente da Concremat, cerca de 60% da receita do grupo vem das áreas de engenharia e meio ambiente; 20% dos laboratórios e 20% de obras e geotecnia. O setor privado responde por 60% do total, mas em algumas áreas, como a de obras, a parcela da receita proveniente do setor público chega a 70%. "Isso está mudando. O governo tem cada vez mais dificuldade em contratar e os investimentos terão que ser feitos pelo setor privado", explica, justificando mais uma vez o interesse nos projetos de concessão.
Apesar do cenário, Viegas espera ampliar em 10% o faturamento registrado em 2013, que foi de R$ 1,3 bilhão. "2015 será um ano mais difícil porque é um ano de mudança de governo. O primeiro ano de qualquer governo tem impacto, pois mesmo quando mantém o mesmo grupo, há mudanças de compromissos. A cada quatro anos é isso", afirma.

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