Decisões do governo federal, ou a ausência delas, no setor de infraestrutura estão fazendo com que a chamada economia real —como a geração de empregos e a compra de novas máquinas— ande ou pare. Na área de transportes, dois exemplos mostram esse impacto.
Por um lado, a liberação do setor de ônibus rodoviários, após quase seis anos de indefinições, animou os empresários com a possibilidade de investimentos de R$ 7 bilhões em cinco anos e a geração de 13 mil empregos.
Já a produção de equipamentos ferroviários, que fatura R$ 4 bilhões ao ano e gera quase 30 mil empregos, sofre com a indecisão sobre seu novo marco e já ameaça com demissões e cancelamento de investimentos.
Os ônibus rodoviários são usados para viagens de longas distância, principalmente entre Estados. Desde 2008, o governo federal vinha tentando licitar as empresas que operariam os cerca de 14 mil ônibus do setor.
As idas e vindas fizeram as empresas reduzir gradativamente encomendas até que, no primeiro semestre deste ano, atingiu-se o nível mais baixo em mais de uma década nesse segmento.
Paulo Porto, presidente da Abrati (Associação Brasileira das Empresas de Transporte de Passageiros), que reúne cerca de 160 empresas do setor, explica que as encomendas minguaram porque não havia segurança de que conseguiriam continuar operando com as regras que estavam propostas.
NOVAS REGRAS
"A maioria ia fechar", disse Porto, que prevê, com o novo modelo, a encomenda de 10 mil ônibus nos próximos cinco anos e um aumento de até 20% da quantidade atual de veículos. "Cada ônibus a mais gera seis empregos diretos", afirmou.
As empresas aliadas aos grandes fabricantes de veículos foram ao governo e conseguiram uma regra mais flexível, que o tornou semelhante ao setor aéreo: qualquer empresa pode pedir para operar qualquer linha. Com isso, as encomendas já voltaram.
Segundo Walter Barbosa, diretor de Vendas e Marketing Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, houve uma queda de 17,6% nas encomendas da primeira metade deste ano em comparação com o mesmo período de 2013.
Ele acredita haverá uma recuperação desse número nos próximos meses diante dos novos pedidos previstos. O setor rodoviário vai ajudar a compensar a queda de encomendas de ônibus urbanos.
"As empresas já começam a enxergar um horizonte favorável", afirmou.
FERROVIAS
Por um lado, a liberação do setor de ônibus rodoviários, após quase seis anos de indefinições, animou os empresários com a possibilidade de investimentos de R$ 7 bilhões em cinco anos e a geração de 13 mil empregos.
Já a produção de equipamentos ferroviários, que fatura R$ 4 bilhões ao ano e gera quase 30 mil empregos, sofre com a indecisão sobre seu novo marco e já ameaça com demissões e cancelamento de investimentos.
Os ônibus rodoviários são usados para viagens de longas distância, principalmente entre Estados. Desde 2008, o governo federal vinha tentando licitar as empresas que operariam os cerca de 14 mil ônibus do setor.
As idas e vindas fizeram as empresas reduzir gradativamente encomendas até que, no primeiro semestre deste ano, atingiu-se o nível mais baixo em mais de uma década nesse segmento.
Paulo Porto, presidente da Abrati (Associação Brasileira das Empresas de Transporte de Passageiros), que reúne cerca de 160 empresas do setor, explica que as encomendas minguaram porque não havia segurança de que conseguiriam continuar operando com as regras que estavam propostas.
NOVAS REGRAS
"A maioria ia fechar", disse Porto, que prevê, com o novo modelo, a encomenda de 10 mil ônibus nos próximos cinco anos e um aumento de até 20% da quantidade atual de veículos. "Cada ônibus a mais gera seis empregos diretos", afirmou.
As empresas aliadas aos grandes fabricantes de veículos foram ao governo e conseguiram uma regra mais flexível, que o tornou semelhante ao setor aéreo: qualquer empresa pode pedir para operar qualquer linha. Com isso, as encomendas já voltaram.
Segundo Walter Barbosa, diretor de Vendas e Marketing Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil, houve uma queda de 17,6% nas encomendas da primeira metade deste ano em comparação com o mesmo período de 2013.
Ele acredita haverá uma recuperação desse número nos próximos meses diante dos novos pedidos previstos. O setor rodoviário vai ajudar a compensar a queda de encomendas de ônibus urbanos.
"As empresas já começam a enxergar um horizonte favorável", afirmou.
FERROVIAS
O setor ferroviário, por outro lado, tem sofrido com indefinições desde o início do governo da presidente Dilma Rousseff.
Os anúncios estão sendo feitos desde 2011. A indústria ferroviária, que vinha renascendo depois de quase acabar nas décadas de 1980 e 1990, projetava novos negócios e trouxe investimentos para o país.
No setor de locomotivas, a GE fez investimentos de R$ 20 milhões na reformulação total de uma antiga fábrica, e a Caterpillar construiu uma nova há três anos.
As duas empresas tinham planos de investir aproximadamente R$ 500 milhões.
Mas, depois um pico em 2011, quando foram feitas 110 locomotivas apenas pela GE, então única fabricante, o setor começou a ter queda de encomendas.
Para este ano, as duas fábricas vão produzir menos de 60 máquinas.
"A regularidade de encomendas não acontece, e esse é o nosso desafio. Os altos e baixos geram pressão sobre os fabricantes e sobre a cadeia produtiva, que perde interesse no setor", afirmou Rogério Mendonça, presidente da GE Transportation.
De acordo com Mendonça, a fábrica, que emprega atualmente 1.100 funcionários, tem capacidade para dobrar a produção anual de locomotivas caso os planos venham a sair do papel.
"Mas precisamos sobreviver até lá", afirmou Márcia Gomes, diretora de relações governamentais da empresa.
Fonte: Folha de S. Paulo
Publicada em:: 17/08/2014
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