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Title: Prefeitura e ALL não têm planos de reformar prédio de Brigadeiro Tobias
Author: Anderson Nascimento
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A reestruturação da estação chegou a ser cogitada de forma oficial durante a administração do então prefeito Vitor Lippi (PSDB) ...
A reestruturação da estação chegou a ser cogitada de forma oficial durante a administração do então prefeito Vitor Lippi (PSDB)


A reforma da antiga estação ferroviária de Brigadeiro Tobias está longe de virar realidade. Tanto a Prefeitura de Sorocaba quanto a América Latina Logística (ALL) não possuem planos para revitalizar o prédio, construído há 85 anos. Atualmente, duas famílias usam o imóvel como moradia e a concessionária conseguiu na Justiça um mandado de reintegração de posse para retirar os invasores do local.
A reestruturação da estação chegou a ser cogitada de forma oficial durante a administração do então prefeito Vitor Lippi (PSDB), em uma reportagem publicada em 16 de dezembro de 2005 no jornal Município de Sorocaba - órgão oficial da Prefeitura. O texto mostrou a liberação de R$ 33 milhões do Estado para as obras do contorno alternativo da rodovia Raposo Tavares (SP-270), em Brigadeiro Tobias, e relatou um acordo entre a cidade e a ViaOeste. "A concessionária se propõe a revitalizar o prédio do casarão e da estação ferroviária do bairro. As recuperações deverão ser executadas por meio de Lei Rouanet de incentivo cultural."

Desse acordo, somente a revitalização do Casarão de Brigadeiro Tobias saiu do papel. Segundo a ViaOeste, foram investidos via Lei Rouanet mais de R$ 400 mil entre 2007 e 2009. "Entretanto, a respeito do questionamento sobre recuperação da estação ferroviária do bairro, informamos que desconhecemos o assunto", diz, por meio de nota, a concessionária.

De acordo com a Secretaria da Cultura (Secult) de Sorocaba, em relação ao restauro, não há nada que documente e oficialize essa questão noticiada no jornal oficial do município . "Em todo momento, as negociações e reuniões que ocorreram entre a ViaOeste e a Prefeitura trataram sobre o restauro do Casarão de Brigadeiro Tobias, área sob responsabilidade da Secult, e que foi cumprido."

Atualmente, o prédio da estação está em processo de tombamento pelo setor de Patrimônio Histórico da Prefeitura de Sorocaba. Segundo a Secult, todo o processo do estudo de tombamento deve ser instruído de maneira bastante detalhada e completa, o que torna o processo complexo.

A Secult informou que alguns processos levam certo tempo para ter sua instrução completada. Muitas vezes faltam informações suficientes e o Conselho do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico, Turístico e Paisagístico (CMDP) não quer correr o risco de ter sua decisão contestada por falta de informações relevantes e consistentes. "No entanto, vale lembrar que todo bem possuidor de processo de tombamento já está protegido até sua deliberação final, não podendo ser demolido, ou modificado sem a consulta e deliberação do Conselho de Patrimônio Histórico", diz o governo.

O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) do Estado de São Paulo respondeu que a estação não está em estudo de tombamento pela entidade. Mas, por estar inserida na área envoltória da Casa do Brigadeiro Tobias, qualquer intervenção deverá ser previamente analisada pela entidade.

Essa antiga estação foi construída em 1929. Naquela época, o bairro era chamado de Passa-Três e mudou de nome para Brigadeiro Tobias em 1942. Segundo a pesquisadora Sonia Paes, a Câmara de Vereadores solicitou a alteração à Estrada de Ferro Sorocabana devido ao centenário da Revolução Liberal, liderado pelo Brigadeiro Tobias de Aguiar.

Na opinião do pesquisador Eric Mantuan, 23, a estação é responsável por todo o desenvolvimento do bairro. "Até a chegada da ferrovia, Brigadeiro nada mais era do que a fazenda do Casarão", relata.

A estação foi usada por passageiros até o fim da década de 80. O local seguiu como ponto de embarque e desembarque de carga, mas todas as atividades foram encerradas em 1999.

O maquinista e pesquisador Stênio Gimenez, 38, ressaltou que ainda falta um processo de conclusão histórica do antigo imóvel. "O entorno já foi bastante descaracterizado e isso desfavorece o processo de tombamento", conta.

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul
 

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