Em 21 de março de 2014, a audiência Pública da Assembleia Legislativa de Minas Gerais em Viçosa
A população defendeu retomada de ferrovia desativada para o transporte de passageiros.
Debater a Resolução 4.131, de 2013, da
Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que autoriza a
extinção de cerca de 1.760 km de linhas ferroviárias na área de
concessão da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA). Esse foi o tema da
audiência pública que a Comissão de Assuntos Municipais e Regionalização
da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou em Viçosa
(Zona da Mata), nesta sexta-feira (21). O requerimento é do presidente
da Comissão, deputado estadual Paulo Lamac.
Uma resolução federal determinou que a
Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) devolva ao poder público trechos que
darão lugar a novos traçados. O que fazer com as linhas desativadas?
Utilizá-las para transporte de passageiros e de cargas e como atrativo
turístico, até mesmo simultaneamente, de acordo com participantes da
audiência.
A reunião, que aconteceu na Universidade Federal de Viçosa
(UFV), reuniu representantes de ONGs e prefeitos e também teve o
propósito de esclarecer o impacto desta norma no patrimônio histórico
ferroviário do município de Viçosa e região, além de discutir sobre a
nova ferrovia que ligará Campus dos Goytacazes no RJ a Uruaçu em GO
passando pelo município de Viçosa-MG.
A Ferrovia-Centro-Atlântica (FCA) é o
principal eixo de conexão ferroviária entre as regiões Nordeste, Sudeste
e Centro-Oeste do Brasil. Em Minas Gerais, o maior trecho que será
devolvido pela Ferrovia Centro-Atlântica à União é a ligação entre
Corinto (Região Central), com Alagoinhas, na Bahia, próxima a Salvador,
em um total de 1.439 quilômetros.
Os participantes apresentaram algumas
propostas como: aproveitar essa estrada para transporte por meio de um
VLT, criação de um circuito turístico, o Caminho das Serras, que
levaria passageiros de trem pelas serras dos municípios de Teixeiras,
Viçosa, Cajuri, Coimbra e São Geraldo. Também defenderam projeto de nova
ferrovia de carga passando por Viçosa e cidades como Ponte Nova,
Ervália e Muriaé. Durante a reunião, foi anunciado que a universidade
apoiará a recuperação da linha férrea que passa pelo campus de Viçosa
para que o trem volte a circular na região.
Prefeitos da região também participaram
da reunião e demonstraram ser favoráveis à reativação das linhas de
trem. De acordo com Paulo Lamac, comprou-se a ideia, durante muitas
décadas, de que o transporte ferroviário estava ultrapassado. “O
desmantelamento e a falta de investimentos na malha ferroviária cobram
um preço muito alto hoje. Os custos de frete são extremamente
significativos. Neste momento temos a proposta de retomada do fôlego do
transporte ferroviário”, avaliou o parlamentar.
Ao final do encontro foi elaborada a Carta de Viçosa, que repudia a
decisão da ANTT. A comissão da ALMG também visitou a “Estaçãozinha da
UFV”, no campus da universidade, para conhecer os projetos de
revitalização dessa estação ferroviária.
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