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Title: Revelação de esquema de ex-diretor dá nova força à CPI
Author: Lavras Além do Tempo
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A revelação de novos documentos apreendidos pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, robustece a cada dia a batalha do PSDB pela instal...
A revelação de novos documentos apreendidos pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal, robustece a cada dia a batalha do PSDB pela instalação da CPI da Petrobras e fragiliza as tentativas do governo de impedir as investigações parlamentares. Nesta terça-feira (15), em sessão do Congresso Nacional, devem ser lidos os requerimentos para criação de comissões parlamentares mistas de inquérito (CPMIs).
Segundo as investigações da PF, há fortes indícios de que o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, montou um poderoso esquema de repasse de dinheiro a políticos.
Para o deputado Duarte Nogueira (SP), as recentes descobertas só fortalecem a necessidade de instalação da CPI. “É preciso passar a Petrobras a limpo, devolvê-la aos brasileiros e quebrar esse aparelhamento que a suga, a endivida e a leva para as páginas policiais”, afirmou. “É toda uma intricada rede de favores políticos para petistas ou aliados deles a custo do interesse nacional”, completou.
Milhões para o PP – Entre as agendas e planilhas apreendidas na casa e no escritório de Paulo Roberto, foi encontrada a descrição de supostos pagamentos ao Partido Progressista (PP), que somam R$ 28,5 milhões – montante que teria vindo de empresas fornecedoras da Petrobras, onde Paulo Roberto trabalhou de 2003 a 2012, com apoio do PP, PMDB e PT.
Do valor encaminhado para o partido, R$ 7,5 milhões teriam sido destinados ao diretório nacional. De acordo com o entendimento da PF, houve também repasse de dinheiro para os deputados Nelson Meurer (PP-PR) e João Pizzolati (PP-SC).
Na ponta do lápis – A PF encontrou também entre os documentos apreendidos uma lista de empresas fornecedoras da estatal. Estão entre elas a Mendes Júnior, Toyo Setal, Engevix e UTC/Constran.
Nos papéis são citados os nomes dos executivos de cada uma delas e o “status” da negociação, com as anotações “já teve conversas com candidato”, “está disposto a colaborar” ou “já vem ajudando”.
Segundo levantamento da “Folha de S.Paulo” veiculado na edição desta segunda-feira (14), os partidos da base aliada de Dilma Rousseff receberam, pelo menos, R$ 35,3 milhões em doações na campanha eleitoral de 2010 das empresas citadas nessa lista de Paulo Roberto.
Para o deputado Ruy Carneiro (PB), trata-se de mais uma evidência do aparelhamento da estatal, que se desvaloriza no mercado e corre o risco de perder completamente a credibilidade diante dos investidores. “Existem fatos graves de corrupção e prejuízo à empresa. Temos que passar essa história a limpo, punir quem deve ser punido e fazer as correções”, disse.
Depois do feriado
O Supremo Tribunal Federal (STF) deve se manifestar na próxima semana sobre os dois mandados de segurança que tratam da CPI da Petrobras. Isso porque chegou somente nesta segunda-feira (14) o pedido da ministra Rosa Weber ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), de mais informações sobre os mandados. Renan terá 48 horas para prestar os esclarecimentos, contadas a partir do primeiro dia útil após a comunicação oficial do STF ao Senado. Logo, o prazo começa a valer nesta terça-feira (15).
O primeiro mandado, de iniciativa dos senadores do PSDB e da oposição, contesta decisão da Mesa do Senado de unir diversas suspeitas de irregularidades em uma única CPI. O mandado de segurança da senadora Ana Rita (PT-ES) questiona a CPI da oposição com o argumento de que os temas relacionados à Petrobras seriam desconexos entre si. O Supremo deve definir o que se entende por “fato determinado”, requisito para a criação de CPIs.

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