Besançon, no leste da França, ganhou em setembro sua primeira linha de tramway, como é chamado no país o "veículo leve sobre trilhos" (VLT). O município e seus arredores, com apenas 177 mil habitantes, tornou-se a 28ª cidade francesa a ter esse meio de transporte. Na prática, Besançon é o mais recente exemplo de localidade que havia, literalmente, perdido o bonde, e que reimplementou esse sistema várias décadas depois.
Em Paris, levou 69 anos para o tramway voltar a circular na capital, em 2006. Em toda a França, entre os anos 30 e 50, esse sistema de transporte público foi desmantelado para dar espaço aos carros. Mas, curiosamente, foi a forte expansão do automóvel nas décadas seguintes e os consequentes problemas de congestionamento e de poluição que trouxeram o bonde de volta às cidades francesas, onde ele é agora visto como símbolo de modernidade na paisagem urbana.
As duas primeiras linhas de VLT de nova geração foram inauguradas em meados dos anos 80 em Nantes, no oeste do país, e em Grenoble, no sudeste. A expansão em quase 30 anos foi rápida: além de circular agora em 28 municípios, inúmeras localidades ampliaram progressivamente sua rede com novas linhas.
"Quase todas as cidades francesas com mais de 200 mil habitantes implementaram o VLT. Algumas de menor porte também fizeram isso", afirma o consultor Marc Le Tourneur, que possui um escritório em Montpellier e é um dos principais especialistas franceses na área. Ele foi responsável, por exemplo, pela construção e operação das redes de bondes em Montpellier e Estrasburgo.
Existem várias razões que explicam o renascimento dos tramways na França. A primeira, aponta o consultor, é que os VLTs podem transportar três vezes mais passageiros do que os ônibus e custam muito menos que o metrô. "Em Montpellier, os 57 km de bondes realizados ao longo de 15 anos custaram o mesmo preço da segunda linha de metrô da cidade, que possui apenas 12 Km", diz Le Tourneur, que também foi diretor da multinacional francesa Transdev, operadora de várias redes de VLT na França e no exterior.
O custo total de um projeto de tramway na França gira em torno de € 400 milhões para um trecho médio de 15 Km. É certo que para construir um sistema de corredores de ônibus o investimento é, geralmente, três vezes menor do que o de uma linha de bondes. Mas a longo prazo o sistema de VLT é mais vantajoso financeiramente, segundo o consultor. Além de transportar bem menos passageiros, os ônibus necessitam de um maior número de motoristas para efetuar distâncias equivalentes e têm custos operacionais maiores, ressalta Le Tourneur.
Os VLTs têm outra vantagem: eles circulam mais rápido do que os ônibus. "Os bondes na França têm trilhos separados do restante do trânsito e não param nos sinais. Eles têm prioridade para avançar", diz ele.
Fonte: Valor Econômico
Publicada em:: 27/10/2014
Em Paris, levou 69 anos para o tramway voltar a circular na capital, em 2006. Em toda a França, entre os anos 30 e 50, esse sistema de transporte público foi desmantelado para dar espaço aos carros. Mas, curiosamente, foi a forte expansão do automóvel nas décadas seguintes e os consequentes problemas de congestionamento e de poluição que trouxeram o bonde de volta às cidades francesas, onde ele é agora visto como símbolo de modernidade na paisagem urbana.
As duas primeiras linhas de VLT de nova geração foram inauguradas em meados dos anos 80 em Nantes, no oeste do país, e em Grenoble, no sudeste. A expansão em quase 30 anos foi rápida: além de circular agora em 28 municípios, inúmeras localidades ampliaram progressivamente sua rede com novas linhas.
"Quase todas as cidades francesas com mais de 200 mil habitantes implementaram o VLT. Algumas de menor porte também fizeram isso", afirma o consultor Marc Le Tourneur, que possui um escritório em Montpellier e é um dos principais especialistas franceses na área. Ele foi responsável, por exemplo, pela construção e operação das redes de bondes em Montpellier e Estrasburgo.
Existem várias razões que explicam o renascimento dos tramways na França. A primeira, aponta o consultor, é que os VLTs podem transportar três vezes mais passageiros do que os ônibus e custam muito menos que o metrô. "Em Montpellier, os 57 km de bondes realizados ao longo de 15 anos custaram o mesmo preço da segunda linha de metrô da cidade, que possui apenas 12 Km", diz Le Tourneur, que também foi diretor da multinacional francesa Transdev, operadora de várias redes de VLT na França e no exterior.
O custo total de um projeto de tramway na França gira em torno de € 400 milhões para um trecho médio de 15 Km. É certo que para construir um sistema de corredores de ônibus o investimento é, geralmente, três vezes menor do que o de uma linha de bondes. Mas a longo prazo o sistema de VLT é mais vantajoso financeiramente, segundo o consultor. Além de transportar bem menos passageiros, os ônibus necessitam de um maior número de motoristas para efetuar distâncias equivalentes e têm custos operacionais maiores, ressalta Le Tourneur.
Os VLTs têm outra vantagem: eles circulam mais rápido do que os ônibus. "Os bondes na França têm trilhos separados do restante do trânsito e não param nos sinais. Eles têm prioridade para avançar", diz ele.
Fonte: Valor Econômico
Publicada em:: 27/10/2014
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