Prefeitura de Sorocaba estuda ação para retirar vagões

Dezenas de vagões estão parados em Sorocaba e servem até de dormitórios para moradores de rua

Por Leandro Nogueira | Jornal Cruzeiro do Sul A fim de obrigar a retirada de vagões em deterioração no limite urbano, a Prefeitura de Sorocaba está disposta a recorrer à Justiça se a concessionária América Latina Logística (ALL) deixar de tomar tal providência. A retirada dos vagões por meio de determinação judicial ocorreu com êxito em Iperó, em 2013, quando a Prefeitura daquela cidade conquistou uma decisão na Justiça. Em Sorocaba, a Secretaria Municipal de Governo e Segurança Comunitária (SEG) informa que a concessionária ALL já foi notificada para retirar os vagões inoperantes. "A Prefeitura espera urgência no cumprimento da notificação. Caso contrário, entrará com pedido de liminar para garantir a remoção dos equipamentos", divulgou a SEG na semana passada, mas sem informar quando agirá de tal forma. Em Mairinque também há dezenas de vagões velhos estacionados em frente a um bairro residencial, que segundo os moradores, contribuem para a criminalidade. Na edição da última terça-feira o Cruzeiro do Sul mostrou que em Sorocaba, além da poluição visual e da sensação de insegurança, uma parte dos vagões sem uso está sendo usada como dormitórios por pessoas em situação de rua. A ALL informou que retirará os vagões, mas deixou de informar quando. A concessionária divulga que atende rigorosamente os contratos de concessão e arrendamento e adota medidas de destinação de ativos inservíveis para casos em que não exista possibilidade de manutenção. Acrescenta também a concessionária que os vagões que aguardam recuperação, manutenção ou baixa definitiva estão estacionados nos pátios ferroviários ao longo da malha férrea, que são espaços adequados para alocar os ativos e de grande importância no contexto geral do transporte ferroviário. Por fim, ressalta que todo processo de baixa de ativos necessita obrigatoriamente ser conduzido junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Apesar das queixas de insegurança, a versão da empresa é a de que mantém segurança regular em toda a extensão da malha férrea que administra, de forma a evitar invasões e atuações de vândalos e adota, sempre que necessário, as medidas judiciais necessárias para resguardar a operação ferroviária como um todo. Problema semelhante Em Mairinque, dezenas de vagões velhos de passageiros estão parados na linha férrea que faz divisa com o bairro Nova Sorocabana. Moradores próximos à linha e policiais militares têm histórias sobre bandidos e dependentes químicos que se aproveitam da situação para se esconder, a fim de promover assaltos ou usar entorpecentes nos vagões parados. Os policiais Alexandre da Silva e Gustavo Jordão, ambos cabos da PM, disseram que no ano passado havia um ladrão que fazia uso da linha férrea para fugir. Ele atuava no Jardim Cruzeiro e corria a pé pela linha do trem, até que em uma ocasião foi preso. Os policiais disseram que os vagões de passageiros vazios podem facilitar para o bandido não ser encontrado, já que são muito vagões e a polícia teria que vistoriar cada um deles. A Prefeitura de Mairinque entende que a permanência dos vagões sucateados no leito ferroviário pode servir de criadouros de insetos e outros animais nocivos à saúde, além de esconderijo para malfeitores. Informa que agendará uma reunião com a superintendência da concessionária para tratar de outros assuntos relacionados à ferrovia, ocasião em que também serão colocados na pauta a destinação adequada e o eventual aproveitamento desses vagões pela municipalidade. A Divisão Municipal do Patrimônio Histórico de Mairinque já manifestou junto à ALL o interesse de utilizar alguns vagões, após restauro ou reforma, para adaptá-los como salas de leitura, oficinas de arte ou outro espaço de utilidade dentro dos próprios municipais. "Nessa futura reunião com a ALL também será discutido o afastamento das linhas férreas no trecho junto à Estação Ferroviária, uma vez que algumas locomotivas mais altas poderiam provocar avarias no telhado do prédio", divulgou o município. Foto: Pedro Negrão

Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul