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Title: Mais de mil são demitidos em obras da Ferrovia Oeste-Leste, diz sindicato
Author: Anderson Nascimento
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Demitidos realizaram protesto em Jequié, no sudoste da Bahia, nesta quinta (Foto: Divulgação) No Lote 2, em Jequié, 700 dos 848 teriam s...

Demitidos realizaram protesto em Jequié, no sudoste da Bahia, nesta quinta (Foto: Divulgação)No Lote 2, em Jequié, 700 dos 848 teriam sido desligados em dois dias.
Casa Civil na BA justifica situação pelo atraso na aprovação orçamentária.


Em quatro dias, 1.150 trabalhadores foram demitidos pelos consórcios das obras da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que cruza a Bahia a partir da cidade de Ilhéus e segue até Figueirópolis, no Tocantins (TO). A denúncia de demissão em massa foi feita pelo Sindicato dos Trabalhadores da Construção Pesada e Montagem Industrial da Bahia (Sintepav). Ao G1, o governo baiano justifica situação pelo atraso na aprovação orçamentária. A Valec, empresa responsável pela construção, comenta que não há paralisação da construção.
Na Bahia, a Fiol conta com cerca de 5.868 trabalhadores. De acordo com o Sindicato, há ameaças de outros desligamentos nos sete lotes. Operários demitidos caminharam pelas ruas da cidade de Jequié, onde fica o Lote 2, em protesto nesta quinta-feira (19). Na cidade, 700 dos 848 trabalhadores foram demitidos entre segunda (16) e terça-feira (17), informa o presidente do Sintepev, que também é deputado federal pelo PSB-BA, Bebeto Galvão. Ele diz que mais 150 trabalhadores de empresas terceirizadas ao consórcio foram demitidos.
No mesmo período, 300 trabalhadores foram desligados no Lote 1, que fica no município de Ipiaú. Sobre o Lote 7, em Barreiras (BA), Bebeto diz que o consórcio responsável pelas obras anunciou a demissão de todos as 177 pessoas, que devem ser efetivadas até a próxima semana. Além de demissões, o Sintepav relata que, no Lote 5A, em Guanambi (BA), os funcionários estão parados desde 9 de março por falta de pagamentos.
Segundo lote de cargas chega a Ilhéus ;imagem de
setembro de 2014 (Foto: Amanda Oliveira/GOVBA)

Para o Sintepav, os consórcios responsáveis pelos lotes alegam que estão em "desequilíbrio econômico-financeiro" pela falta ou atraso de pagamentos da Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A, empresa pública vinculada ao Ministério dos Transportes, responsável pelo empreendimento. "A construção da ferrovia [iniciada em 2011] é marcada por interrupções. Quando tudo indicava que teríamos trajetória efetiva, a partir dos licencimentos dos últimos lotes [em 2014], passamos a enfrentar esses novos problemas. Tratam-se de incertezas e imperícias por parte da Valec", afirma Galvão.
Procurada pelo G1, a Valec Engenharia, Construções e Ferrovias S.A., responsável pelos repasses aos consórcios, preferiu não comentar as demissões e não confirmou os desligamentos. A empresa pública afirmou que não foi informada sobre paralisação de obras em nenhum dos lotes e que os pagamentos aos consórcios estão sendo regularizados. "Aguarda-se a publicação da Lei Orçamentária Anual e do respectivo decreto de programação financeira/2015, onde serão definidos os limites para empenho e cronograma financeiro de desembolso para o corrente ano", afirma, em nota, a Valec.
Primeiro lote de trilhos que farão parte da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol) chega ao Porto de Ilhéus, na Bahia. (Foto: Alberto Coutinho/GOVBA)Mais da chegada de trilhos no porto de Ilhéus
(Foto: Alberto Coutinho/GOVBA
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Panorama das obras
O coordenador executivo de Infraestrutura e Logística da Casa Civil da Bahia, Eracy Lafuente, justifica a desaleração nas obras e parte das demissões com dois motivos - atraso na aprovação da Lei do Orçamento Geral da União para 2015 e o próprio avanço das obras.  "Só ontem [terça], foi aprovado o orçamento. A tendência, agora, é que os intervalos entre a execução dos trabalhos e os pagamentos diminuam. Esse intervalo da ultrapassagem de um exercício de um mandato [de governo] com essa situação do orçamento gera um obstáculo para o efetivo pagamento", explicou.
Lafuente também explica que a tendência é a de que, nos trechos onde as obras estão mais avançadas, haja "desaleração na manutenção dos empregos", por conta do fim de estágios das construções - onde as obras estão no início, a tendência é de que ocorra o inverso. Nos lotes 2 e 3, cerca de 70% das obras estão concluídas. Nos lotes 1, 5, 6 e 7, 15% a 20% das obras foram encerradas. Mesmo com os atrasos nos pagamentos, Euracy Lafuente conta que a perspectiva é a de que as obras entre os lotes 1 e 4 estejam prontas entre o final do ano de 2015 e início de 2016.
Ferrovia
A Ferrovia de Integração Oeste - Leste (FIOL) representa, com aproximadamente 1.500 quilômetros (de Figueirópolis, no Tocantins, até Ilhéus, na Bahia), a integração de longa distância que interligará por trilhos as regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste.
A ferrovia tem pretensões de exportação, ao interligar o Norte (Tocantins e Maranhão), o Centro (Goiás) e o Nordeste (Bahia), no município de Ilhéus. Quando concluída, deve reduzir os custos de transporte de grãos, álcool e minérios destinados ao mercado externo. Quanto ao mercado interno, detalha a Valec, a ferrovia deve provocar estímulos, à medida que oferecerá custos menores para as trocas dos produtos regionais.
Iniciada em 2011, o cronograma de conclusão é dezembro de 2015 para o Lote 1, julho de 2015 para o Lote 2, junho de 2015 para o 2A e dezembro de 2015 para os 3 e 4, segundo a Valec. Segundo a empresa, a principal finalidade é transportar minérios de ferro a partir de Caetité, cidade onde fica a Bahia Mineração. O minério deve ser levado ao Porto Sul, que é construído perto de Ilhéus. O investimento federal foi de R$ 4,2 bilhões entre 2010 e 2014; e de R$ 33 milhões, pós-2014, para o trecho Ilhéus-Caetité-Barreira, na Bahia.

Henrique MendesDo G1 BAFonte: http://g1.globo.com/bahia/noticia/2015/03/mais-de-mil-sao-demitidos-em-obras-da-ferrovia-oeste-leste-diz-sindicato.html

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