Do cais, restam os pilares, quase todos destruídos. A primeira estação ainda está de pé. Em frente a ela, uma réplica da primeira locomotiva.
Moradores da Praia de Mauá-Magé, lutam pela conservação da 1ª Estrada de Ferro do Brasil. A estação de Guia de Pacobaíba, um patrimônio histórico, abandonado pelas autoridades do município e pelo Instituto do Patrimônio Histórico, pode ter seus dias de glórias e memórias, apagados do acervo cultural, arquitetônico e histórico.
A ferrovia é obra de Irineu Evangelista de Souza, o Barão de Mauá. O traçado original, com 14,5 quilômetros, ligava Inhomirim, base da Região Serrana do Rio, à Baía de Guanabara.
A linha foi criada para levar o café produzido no Vale do Paraíba ao cais de Magé e, de lá, de barco ao porto do Rio de Janeiro.
“É uma estrada importante porque chegaria mais rápido, escoaria produtos, subindo e descendo com esses produtos de Minas Gerais em direção ao Rio de Janeiro”, avalia o historiador Carlos Gabriel Guimarães.
Do cais, restam os pilares, quase todos destruídos. A primeira estação ainda está de pé. Em frente a ela, uma réplica da primeira locomotiva.
Tudo isso pertencia a Rede Ferroviária Federal até 1998, quando foi entregue à prefeitura de Magé e ao Instituto do Patrimônio Histórico. A área em torno foi alugada a uma empresa de tubulação e ocupada por moradias irregulares. A estação virou um depósito.
A superintendente do Iphan, Cristina Lodi, prometeu a contratação de um escritório de arquitetura, para estabelecer o perímetro de tombamento, o que nunca aconteceu.
Há 30 anos, a Associação de Preservação Ferroviária tenta convencer as autoridades a reativar o caminho de ferro. “O que nós queremos mais tarde é tentar enquadrar este projeto na Lei Rouanet, lei dos incentivos fiscais, para aí sim, conseguir de grandes empresas, que tem interesse na preservação e na memória do Brasil para poder aplicar recursos nesta ferrovia abater do imposto de renda, e reativar. Porque só assim a gente vai conseguir reativar”, explica Antonio Pastori, associação de preservação ferroviária.
A população pede ao atual superintendente da região sudeste, Ivo Barreto, que tome providências quanto a conservação do pouco que resta deste patrimônio, registro vivo da memória doo Brasil.
O trecho que ligava Mauá à localidade de Fragoso foi declarado monumento histórico nacional, sendo tombado em 1954, em comemoração ao seu centenário. Após a liquidação da Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA) em 1999, o trecho ferroviário e a antiga estação foram transferidos à União, cabendo ao Iphan o controle patrimonial e sua proteção.
Fonte: http://redetvwebmais.com/site/2015/09/28/moradores-da-praia-de-maua-fazem-protesto-silencioso-contra-abandono-da-primeira-ferrovia-do-brasil/
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