O Centro-Oeste, apesar das adversidades logísticas, tributárias, dívidas, apresenta-se turbinado.
Por Wandell Seixas
A cobrança da logística para o Centro-Oeste, com a inclusão dos transportes ferroviário, numa gestão urgente dos empresários junto ao governo é proclamada como necessária pelas instituições que representam a agropecuária, o comércio, a indústria e o setor de serviços. Faeg, SGPA, OCB-GO, Federação do Comércio, Federação das Indústrias, sediadas em Goiânia, estão no mesmo barco e são defensoras de uma infraestrutura adequada para dar suporte à geração e circulação de riquezas nesta região.
Paulo Rabello de Castro, doutor em Economia pela Universidade de Chicago (Estados Unidos), presidente da RC Consultores e um dos coordenadores do Movimento Brasil Eficiente, compra a idéia desse segmento econômico regional. Em sua opinião, a região “é a China no Brasil, que funciona e faz acontecer”. A infraestrutura atualmente existente compromete esse desenvolvimento preconizado para os próximos 50 anos. Ao oferecer essa versão, Paulo Rabello de Castro mostrou-se preocupado com a “falta de planejamento para o futuro”. Vê, contudo, chance de reverter essa condição: a ação das lideranças políticas e empresariais do Brasil Central. Em sua visão, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) precisa estar presente no Centro-Oeste Brasileiro para viabilizar a infraestrutura regional requerida. Castro vê a instituição num estado de êxtase com o Pré-Sal na costa brasileira e inteiramente escondido da região Centro-Oeste, “onde o empreendedorismo precisa de apoio para competir mais e melhor com os concorrentes diretos”. Na área da renegociação da dívida agrícola, Rabello aponta o governo como “agiota” ao invés de atuar como parceiro. O Centro-Oeste, apesar das adversidades logísticas, tributárias, dívidas, apresenta-se turbinado. A região contribui com 23% do PIB este ano, podendo alcançar até 30% em 2020. O produto interno apresenta soma considerável de R$ 361 bilhões e a renda per capita ao mês é de R$ 2,1 mil e a perspectiva é que alcance R$ 3,5 mil em 2020. A classe média cresce com os segmentos da B e C. Hoje essa incorporação é de 40% e em 2020 tende a chegar a 60%. Todos esses aspectos significam maior renda para o agronegócio. A decantada reserva brasileira de R$ 350 bilhões provém do agronegócio. Paulo Rabello vê no segmento do agro, maior competitividade, maior eficiência e mais empreendedorismo. Há possibilidades de melhoras ainda maiores com a redução da pobreza, dos impostos e da burocracia. O planejamento é recomendado pelo economista aos agropecuaristas para superação das novas oportunidades e dos desafios globais. Ele recomenda também a poupança e os investimentos como receita de superação de dificuldades dos produtores e por consequência de todo o segmento do agronegócio. Wandell Seixas, jornalista voltado para o agro, bacharel em Direito e Economia pela PUC-Goiás, bolsista em cooperativismo agrícola pela Histradut em Tel Aviv, Israel, e autor do livro O Agronegócio passa pelo Centro-Oeste |
Fonte: Diário da Manhã |
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