Para lembrar os 70 anos do início da eletrificação da Estrada de Ferro Sorocabana, a Casa 52, que fica no Jardim Maylasky (em frente à Estação Ferroviária), recebeu uma exposição que reúne fotografias, equipamentos e miniaturas. Intitulada Eletro 70 - 70 anos da eletrificação da Sorocabana, a mostra poderá ser vista até sábado, das 10h e 17h. A entrada é gratuita.
O evento é realizado pela associação Movimento de Preservação Ferroviária do Trecho Sorocabana (MP-EFS), em parceria com a Academia Sorocabana de Letras, Secretaria Municipal da Cultura e apoio da Associação Mairinquense de Preservação Ferroviária. De acordo com o jornalista e pesquisador ferroviário Eric Mantuan, vice-presidente da associação MP-EFS, o dia 8 de dezembro foi escolhido para o início da mostra porque marca a inauguração oficial do primeiro trecho eletrificado da ferrovia, entre São Paulo e Sorocaba. Na ocasião, em 1944, aconteceu uma cerimônia na Estação Júlio Prestes, em São Paulo, com a presença do presidente Getúlio Vargas. Segundo ele, o processo de eletrificação transformou a Sorocabana na ferrovia brasileira com maior relação tonelada-quilômetro útil de carga transportada, ao aumentar a velocidade dos trens e confiabilidade do sistema. O evento de abertura da mostra Eletro 70, amanhã, contará com palestra dos integrantes da associação MP-EFS, que apresentarão ao público uma proposta de restauro da locomotiva elétrica 2021, que pertence ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do Governo Federal, e encontra-se em estado de abandono na garagem da América Latina Logística (ALL), em Sorocaba. "Nós vamos apresentar um projeto para que essa locomotiva seja preservada porque é uma peça importante para a história do processo de eletrificação das rodovias", detalha Mantuan, convidando ex-ferroviários, pesquisadores e entusiastas da ferrovia em geral para o evento. Na terça-feira, também às 19h30, haverá palestra com o engenheiro e professor César Sacco, que vai falar sobre o transporte ferroviário em São Paulo. Presidente da associação MP-EFS, o pesquisador Paulo Sérgio Vieira Filho detalha que além de fotografias e exposição de miniaturas de trens elétricos, o público poderá conhecer um diorama que representa o funcionamento do sistema de eletrificação ferroviária. "São peças e registros fotográficos que permitem ilustrar o funcionamento da ferrovia com tração elétrica desde 1944 e até a sua transferência para a iniciativa privada, quando temos o desaparecimento desse tipo de tecnologia, mesmo sendo menos agressiva ao meio ambiente do que o óleo diesel", explica. O sistema de eletrificação ferroviária foi desmontado em 1999 pela concessionária Ferroban, vencedora do leilão de desestatização da Malha Paulista da RFFSA (antiga Fepasa), com a substituição das locomotivas elétricas por diesel e sucateamento dos equipamentos. Também como parte da programação da Eletro 70, o Barracão Cultural (localizado em frente à Casa 52) recebe no próximo sábado (13), às 9h, a 2ª Feira de Trocas de Ferreomodelismo, realizada pelo Grupo Maquete Modular de Sorocaba. Na feira, serão negociadas miniaturas de trens e literatura especializada. Criado há seis meses, o Movimento de Preservação Ferroviária do Trecho Sorocabana (MP-EFS) está em processo para se tornar uma organização social. Além de reunir um acervo de peças importantes para a preservação da história da ferrovia, um dos objetivos da diretoria é que a associação possa desenvolver atividades em parceria com o Museu Ferroviário de Sorocaba. |
Fonte: Jornal Cruzeiro do Sul |
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