Anderson Nascimento Anderson Nascimento Author
Title: O Trecho Angra dos Reis RJ x Barra Mansa RJ
Author: Anderson Nascimento
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Por Ely Marques Santos Km 0. A estação de Angra dos Reis , no litoral do estado do Rio, com data da inauguração em 15 de abril de 1928...
Por Ely Marques Santos

Km 0. A estação de Angra dos Reis, no litoral do estado do Rio, com data da inauguração em 15 de abril de 1928, foi projetada pela Estrada de Ferro Oeste de Minas. Seu prédio original se constituía de um barracão de zinco, próximo a Praia do Anil. O atual prédio em alvenaria e numa arquitetura mais moderna, foi inaugurado em 1956. Constituía numa estação de grande importância, considerando o ponto de exportação de mercadorias procedentes de Minas Gerais, através do porto marítimo.
Existem duas datas atribuídas para a inauguração, 15/04 e 01/12. O prédio atual da estação foi aberto em 1956, conforme consta numa placa até hoje afixada em seu saguão. O tráfego de passageiros até ali, descendo e subindo a serra, foi extinto entre 1979 e 1980. Mas alguns trens turísticos foram implantados depois disso. Enquanto a RFFSA era a dona da linha, até 1996, eles funcionaram. Com a entrada das concessionárias, eles foram suprimidos. É, foi uma pena. A subida da serra, descrita por passageiros desses últimos trens, era muito bonita. O trem subia a partir da saída do pátio de Angra dos Reis até a estação do Alto da Serra. Daí descia até Lídice, onde esses trens geralmente paravam por um tempo e voltavam. Ou seja, eram para quem estava em Angra dos Reis. Em dezembro de 2002, as fortes chuvas destruíram boa parte da cidade de Angra dos Reis e danificaram a linha, que ficou interrompida. Os cargueiros tiveram seu tráfego parado até o ano de 2005, quando a linha reparada voltou a funcionar. Atualmente (2016) o trecho está interrompido e inoperante; parte da estação serve a um centro municipal de informações turísticas e parte à própria FCA, concessionária da linha. O pátio foi totalmente aterrado e as instalações no entorno – como as duas casas de férias de engenheiros e o alojamento dos maquinistas ou ficaram ao abandono ou entregue aos órgãos públicos.
Funcionários que trabalharam em Angra dos Reis: Orlando de Sá, Sebastião Pedroso, José da Silva, Paulo de Assis, Antonio Pimenta, José Pinto da Rocha, José Mauro Mesquita entre outros. Destaque para o Sr. Orlando de Sá, conceituado funcionário pela dedicação e amor à ferrovia.

A estação em 1956. Foto da Enciclopedia dos Municípios Brasileiros, vol. VI, IBGE, 1958
Pátio e estação de Angra dos Reis, anos 1990. Foto Eliezer Magliano

Porto de Angra dos Reis RJ

Posto Telegráfico Cabo Severino: km 11,868 - Inaugurada em 11.07.1945, serviu de ponta de linha” e suporte até que os trilhos chegassem a Angra dos Reis. Ali também ficava uma turma fixa de manutenção da via permanente. Estação e demais dependências entorno foram demolidas.

Jussaral: km 21,462. A estação de Jussaral foi inaugurada em 1925, tendo sido ponta de linha até a inauguração da estação de Angra dos Reis, terminal (ou inicial, no caso) da linha, três anos depois. A estação está hoje em ruínas. Na época era a única estação com linha dupla para cruzamento dos trens. Funcionários que ali trabalharam: Rogério do Carmo, Antonio Medeiros, Sebastião Fernandes, Magno Lopes entre outros tantos.

Construção do aterro para a formação da esplanada da estação de Jussaral, cujo prédio se vê no fundo, à direita, um ano antes da inauguração da estação e do trecho (Revista Eu Sei Tudo, novembro de 1924)

A estação, ainda inteira em 1995. Foto Eliezer Magliano
Ruínas da estação de Jussaral, em 22/01/2006. Foto Ronald Colombini

Ruínas da estação de Jussaral, em 22/01/2006. Foto Ronald Colombini

Alto da Serra: km 37,276. A estação de Alto da Serra foi inaugurada em 1921. Funcionou inicialmente em um vagão. Depois foi construída em alvenaria. Está hoje abandonada (2016), sem o madeiramento das portas e janelas. Funcionários que ali trabalharam: José Candido dos Santos, João Lobo, Delfim Moreira, Carlos Gomide, Ely Marques e substitutos.

A estação, em 21/01/2006. Foto Ronald Colombini

A estação, em 21/01/2006. Foto Ronald Colombini
Lídice: km 45,996. A estação de Capivary foi inaugurada em 1910, tendo sido ponta de linha até a inauguração da estação de Alto da Serra, onze anos depois. Antes do nome Capivary teve o nome de Vila Parado e nos anos 1940 passou a se chamar Lidice, homenageando a cidade do mesmo nome da Tchecoslováquia, destruída pelos alemães durante a segunda guerra mundial. O tráfego de passageiros naquele trecho, descendo e subindo a serra, foi extinto entre 1979 e 1980. Um trem turístico foi aberto em março de 1992 ligando a estação de Lídice à de Angra dos Reis - o chamado Trem da Mata Atlântica, com seus carros verdes. Era em Lídice que esses últimos trens turísticos que vinham de Angra faziam manobras de carros e locomotivas para voltar a Angra. Enquanto isso, passageiros desciam na estação e se divertiam na pequena feirinha de produtos típicos que ali havia. Não deve existir mais, pelo menos ao redor da velha estação, pois os trens acabaram. Tudo ao redor da estação está abandonado. Entre 2002 e 2005, a linha esteve sem movimento de cargueiros, devido a um desabamento em Angra dos Reis.  "A bela estação de Lídice está lá, meio descaracterizada, servindo de moradia e alojamento da FCA, com um corrimão na plataforma. A estação, o grande pátio, a caixa dágua e o pontilhão formam um belo conjunto. Dá saudade do tempo em que isso era comum. O sol já estava oculto pela morraria da região, o que diminui as cores, mas melhora o contraste. O pátio é grande, com seis linhas, talvez o maior entre Angra e Barra Mansa, e foi muito útil para formar e dividir composições que chegavam e demandavam a descida da Serra. Seus funcionários: Wantuil Alvarenga, Ely Marques, Geraldo Basílio, Oswaldo Vilela, José Pinto da Rocha entre outros.

A estação, em 1922. Foto do livro "Estrada de Ferro Oeste de Minas - Trabalho Historico-Descriptivo" de Mucio Jansen Vaz (1922), cedida por Bruno N. Campos

Lidice em 02/2006, por Eliezer Magliano

A estação em 02/2006. Foto Eliezer Magliano
Rio Claro: km 65,584. A estação de Rio Claro foi inaugurada em 1897, tendo sido ponta de linha por muitos anos, até a inauguração da estação de Lídice, treze anos depois. Chamou-se, por um tempo, Itaverá. O prédio atual não é o original de 1897. O prédio da velha estação está abandonado. Seus funcionários: José Calveli, José Isac de Paula, Nostradamus Botelho, Oswaldo Vilela entre outros.

A estação antiga, supostamente no dia da inauguração, em 1897. Foto de arquivo

A estação em 2003. Foto Gutierrez Lhamas Coelho


Getulândia: km 84,508. A estação de Capelinha foi inaugurada em 1924, e teve o nome alterado para Getulândia nos anos 1930, numa óbvia homenagem a Getúlio Vargas, presidente da República, na época. O prédio da estação vem sendo utilizado como moradia. Seus antigos funcionários: Célio Palmeira, Joaquim Alves Pereira, Evaldo Nogueira e Wassington Correa Primo..

A estação nos anos 1990. Foto Sebastião Nunes de Oliveira, acervo Marcelo Lordeiro

A estação em 2003. Foto Gutierrez Lhamas Coelho

Parada Eng. Tertuliano: A parada de Engenheiro Tertuliano, km 88,800, foi aberta em 1920. Servia apenas de embarque e desembarque de passageiros. Está localizada entre Getulandia e Antonio Rocha.

Parada de Engenheiro Tertuliano em janeiro de 2008.


Antonio Rocha: A estação de Antonio Rocha, km 92,666 foi inaugurada em 1897 pela EFOM. Está hoje (2008) abandonada. Funcionários que ali atuaram: Bendito de Oliveira, Edgard Moreira e substitutos.

A estação em 26/12/1996. Foto Eliezer Magliano

A estação em 02/2008, já abandonada. Foto Carlos Latuff, para o estudo das arquitetas Simone Viana e Juliana Luscher para o IPHAN


Barra Mansa: A estação de Barra Mansa, km 107,917, foi aberta em 1897 pela E. F. Oeste de Minas ao lado da estação do mesmo nome no ramal de São Paulo da Central do Brasil. Mais tarde tornou-se parte da Rede Mineira de Viação, que corta o município com sua linha-tronco, vinda de Goiandira, em Goiás, até Angra dos Reis, no litoral fluminense. A estação atual (construída em 1975) não é a estação original que foi construída em 1922 e demolida em 1976. Foi uma estação de grande movimento de passageiros e cargas e dali parte um ramal para a CSN, Volta Redonda. Foram muitos os funcionários que ali trabalharam e seus principais Chefes foram: José Arcanjo, Antonio de Oliveira, Bianor Ferreira Neto, Oswaldo Duarte, Jesu Francisco de Oliveira, Ely Marques dos Santos, Geraldo de Melo. Em Barra Mansa estava sediado o 1º Depósito de Tração, Posto de Abastecimento e Conserva de vagões, 1 esidência de Obras e o 1º Almoxarifado Regional. Uns dos principais Chefes do Depósito foi Anízio Braz dos Santos, falecido em desastre ferroviário próximo a Barra Mansa e que deu nome a uma das estações do trecho e a uma Rua no bairro Roberto Silveira, onde fica localizado o Depósito, hoje sob a responsabilidade da FCA e em completo abandono.

Ae estação da EFOM, em 1922. Foto do livro "Estrada de Ferro Oeste de Minas - Trabalho Historico-Descriptivo" de Mucio Jansen Vaz (1922), cedida por Bruno N. Campos

A estação em 02/2008. Foto Carlos Latuff, para o estudo das arquitetas Simone Viana e Juliana Luscher para o IPHAN

Este é o terceiro prédio de 1960.


Obs.: Ely Marques Santos, ferroviário aposentado e trabalhador deste trecho durante muitos anos, atualmente luta contra o descaso e a completa destruição do trecho.

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