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Title: Internautas registram caos no transporte público
Author: Lavras Além do Tempo
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15/01/2012 - Fantástico O Fantástico mostra um retrato do transporte público no brasil. Nós pedimos ao telespectador e recebemos dezenas ...

15/01/2012 - Fantástico

O Fantástico mostra um retrato do transporte público no brasil. Nós pedimos ao telespectador e recebemos dezenas de vídeos feitos com telefones celulares por quem enfrenta problemas com ônibus, metrô e trem todos os dias.

Trens, metrôs e ônibus lotados e deficientes físicos que não têm o direito respeitado são um retrato do transporte público no Brasil, mostrado por quem depende dele. Durante dois meses, o Fantástico pediu ao público que registrasse dificuldades que enfrentam no ônibus, trem e metrô. Recebemos dezenas de vídeos feitos com celulares por passageiros de várias partes do país.

Um dos vídeos é da auxiliar administrativa Thaynã Fernandes, do Rio de Janeiro. Todos os dias, ela embarca no vagão do metrô exclusivo para mulheres. O problema é que são muitas passageiras para apenas um vagão em cada trem. Parece impossível caber todo mundo. A jovem está indo trabalhar e vai fazer parte de um amontuado de gente. “A marmita chega revirada, a gente chega amarrotada, a gente chega suada, estressada. Sinto muita dor na coluna, porque a gente vai toda torta no metrô”, reclama a jovem.

O Fantástico acompanhou Thaynã nessa viagem. “Sem condições de se mexer aqui. Você consegue virar só a cabeça. Se tirar o pé, não volta. Fica muito abafado. Você não consegue respirar. Fica muito quente aqui dentro”.

As mulheres preferem seguir em vagões só para elas, porque nos mistos, os homens nem sempre se comportam bem. “Tem uns que respeitam, mas tem uns que já entram aproveitando a oportunidade para se esfregar”, conta uma jovem.

Os passageiros que usam trem no Rio de Janeiro também reclamam muito. A repórter Giuliana Girardi foi até a estação da Central do Brasil, a mais movimentada, às 18h30. A plataforma está super lotada. Por isso, quando chega o trem, é aquela correria. Tem gente que entra pela janela, como mostra um vídeo recebido pelo Fantástico. Passageiros não esperam a porta abrir, e fazem qualquer coisa para conseguir lugar para sentar.

Fomos cobrar os responsáveis. O metrô diz que a demanda aumentou demais. “Em 1998, nós transportávamos 310 mil pessoas por dia útil. Hoje são próximo de 700 mil”, diz o diretor do MetrôRio, Joubert Flores.

A concessionária deu prazo para resolver a situação. “A partir do segundo semestre, a gente já começa a poder operar a frota nova que nós compramos. São mais 19 trens. Não vai mais haver superlotação, é uma questão de tempo”, garante Joubert.

Em nota, a Supervia, que administra os trens no Rio, afirma estar ciente dos problemas e diz que investe na renovação da frota e na revitalização da infraestrutura, mas diz que as mudanças ainda vão levar 36 meses.

Na maior cidade do país, com uma frota de quase 7 milhões de carros, o transporte público deveria ser a grande solução para acabar com os congestionamentos, mas não é isso que acontece.

O analista de sistemas Luiz Fernando Banhi fez imagens impressionantes em estações de trem e metrô da cidade. A fila começa nas escadas, continua pelo caminho até a plataforma e parece interminável. E nem todo mundo consegue entrar no trem. “A gente espera dois, três trens, para depois conseguir entrar”, diz uma passageira.

O Fantástico acompanha a volta para casa do Luiz Fernando. Ele mora bem longe do trabalho, são 46 quilômetros. Ele usa trem, ônibus e metrô. No dia em que a repórter acompanha o analista pelo trajeto, chove fraco, e o trânsito está ainda pior.

Luiz Fernando inicia a volta para casa às 18h35, e vamos saber quanto tempo ele demora para chegar em casa. Ele começa a viagem de trem, troca para o metrô, volta a pegar o trem e depois segue de ônibus. E o analista só chega em casa às 20h35, exatamente duas horas depois de iniciar o trajeto.

O secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes, diz que as linhas ficam cheias, porque, quando têm opção, os usuários preferem trens e metrôs: “Eles são bons, são mais confiáveis, são seguros e são mais baratos. Então, não há por que não optar por essa alternativa”.

Fantástico: Vocês não tinham como prever que a demanda iria aumentar e já colocar esses novos trens pra evitar esse problema de superlotação?

Jurandir Fernandes, secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo: Tanto estamos prevendo que nós estamos fazendo quatro linhas de metrô ao mesmo tempo.

O Fantástico segue para Roraima, no norte do país. O flagrante foi registrado no trajeto do Cantá à capital, Boa Vista. O vídeo mostra uma criança viajando sentada no chão do ônibus, perto do motorista. E outras pessoas seguem em pé. Como o ônibus é intermunicipal, ele segue assim pela estrada. Nesse caso, todos os passageiros deveriam viajar sentados.

Segundo a empresa responsável pelo trajeto, essa situação não é comum. “Deve ter sido até um retorno, para não deixar ninguém de volta. E deve ter pego algum passageiro em excesso e aconteceu esse tipo de situação”, diz José Roberto Almeida, gerente operacional da Amatur.

Situação difícil é a do analista financeiro Sandro de Souza Oliveira que mora em Belo Horizonte e é cadeirante. “Se eu consigo passar um dia, pegando seis ônibus sem nenhuma dificuldade, eu chego em casa até de bom humor”, comenta.

Mas Sandro não tem tido muitos motivos para ficar bem humorado. A jornada de casa para o trabalho é cheia de problemas. Ele enviou ao Fantástico vários vídeos. Em um deles, o ônibus passa reto. Em outro, o elevador para cadeirantes emperra. E quando funciona, às vezes, não fecha.

Quando a nossa equipe foi a Belo Horizonte acompanhar Sandro até o trabalho, a primeira dificuldade apareceu logo: a cadeira não passa na calçada. Mostramos o vídeo gravado pelo Sandro à empresa de transportes e trânsito de Belo Horizonte.

“O cadeirante tem que descer e embarcar na calçada, e não na rua como foi mostrado. Está errado. No caso, a empresa está passível de notificação, e o motorista, neste caso específico, tem que passar por uma reciclagem, para que ele faça o procedimento de embarque e desembarque de forma correta”, afirma Daniel Marques Couto, diretor de implantação de projetos da BHTrans.

Sandro já caiu quatro vezes, tentando subir no ônibus. “A cadeira agarrou a roda, e ela tombou de costas. Eu caí deitado, com as pernas para cima, no elevador de costas”, conta o analista.
Até quando está fora do ônibus, na calçada, atravessando a rua, o cadeirante encontra obstáculos. Foi o que o Fantástico flagrou, um pouco antes de ele chegar ao trabalho: um táxi parado quase em frente à rampa de acesso para o cadeirante. E quando é questionado pela repórter do Fantástico, o taxista se afasta e afirma: “eu não acho nada. Eu não sei se tem problema. É problema seu isso”.

“Se você reclama com ele, ele reclama contigo. Acha que você é um abusado, que você está pedindo mais do que é o seu direito. E eu sempre reclamo. Parou errado, eu estou reclamando. E é esse tipo de reação que a gente tem sempre”, lamenta Sandro.

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Anderson Nascimento disse... 17 de janeiro de 2012 às 22:25

Vem copa e olímpiadas por aí! O caos tem data pra começar, e não é 2012 como no filme, é 2014! Com direito a prorrogação em até 2016!

 
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