| |
Mais de seis meses após ser protocolada no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a proposta de fusão entre a companhia de ferrovias América Latina Logística (ALL) e a Rumo (empresa de logística controlada pela Cosan) finalmente tem uma data para ser julgada pelo órgão antitruste. O ato de concentração entrou na pauta do dia 11 de fevereiro (próxima quarta-feira) e o fato despertou euforia entre os investidores. Um acordo está sendo negociado entre Cade e representantes da Rumo, mas o desfecho ainda é dúvida para o mercado e para as mais de 16 empresas e entidades que temem a operação.
O Valor apurou que a tendência do Tribunal do Cade é a de analisar um acordo pelo qual a Rumo e a ALL se comprometam a não discriminar o acesso à ferrovia por outras empresas. Os detalhes do termo a ser assinado pelas empresas e pelo órgão antitruste ainda estão em discussão. "Nós trabalhamos muito desde o parecer no sentido de atender as preocupações da Superintendência-Geral do Cade e de dar tranquilidade ao mercado no sentido de que não haverá discriminação", afirmou Juliano Maranhão, advogado da Cosan. Segundo ele, o objetivo da operação é aumentar a capacidade da ferrovia para atender mais empresas em diversos mercados. No mercado, a reação dos investidores foi positiva. As ações da ALL, que vinham registrando cotações historicamente baixas, registraram ontem a maior alta em mais de seis anos. Subiram 23,6%, para R$ 4,50 e figuraram como a maior alta do Ibovespa. Já as da Cosan Logística (fora do índice) subiram 28,9%, a R$ 2,72. O principal índice da bolsa fechou em queda de 0,14%, para 49.234 pontos. Mas o acordo é visto com ceticismo por impugnantes que estão pedindo medidas mais duras ao Cade. Segundo eles, o órgão está focando a sua decisão na imposição de medidas comportamentais sobre a ALL e a Rumo - mas o necessário seriam medidas estruturais, como a venda de ativos. Várias empresas e entidades já manifestaram ao Cade preocupações sobre a fusão. Entre as companhias, estão Agrovia, Ipiranga, Fibria, Eldorado, Petrobras Distribuidora, VLI e Copersucar. A VLI, por exemplo, teme que a operação "gere incentivos para a discriminação de empresas no acesso competitivo às infraestruturas essenciais do Complexo Portuário de Santos". Já a Copersucar manifestou preocupação "em relação à garantia de condições isonômicas de competição para o acesso de terceiros à malha ferroviária e aos terminais portuários de Santos". Foram sugeridos ao Cade como "remédios" desde a venda de ativos até o impedimento da fusão. Responsável por um sexto das exportações brasileiras de soja e milho, o que significa US$ 35,5 bilhões anuais, as associadas da Abiove defendem que o Cade determine a venda de ativos da Rumo no porto de Santos. "Esse processo de fusão vai fazer com que a rumo detenha 100% da ferrovia e o interesse econômico sobre 45% da capacidade de embarque de granéis vegetais em Santos, que é o principal porto da América Latina", afirmou o presidente da Associação, Carlo Lovatelli. "Nós reputamos como imprescindível a venda de terminais portuários do grupo Cosan para terceiros", completou. Em dezembro, a Superintendência-Geral do Cade já havia impugnado (se oposto) à operação, alegando que seria necessária a imposição de condições para garantir que concorrentes da Rumo no setor sucroalcooleiro e empresas de outros segmentos da economia, como produtores de soja, milho e farelo, tivessem acesso ao sistema de escoamento de mercadorias da ALL. A Rumo é do grupo Cosan, um dos líderes na produção do setor sucroalcooleiro do país. Pela operação proposta, as ações da ALL serão incorporadas pela Rumo. Os atuais acionistas da ALL terão 63,5% do capital da nova companhia. Os da Rumo (Cosan, TPG e Gávea) terão os 36,5% restantes. Com isso, a Cosan passará a indicar a maioria dos membros do Conselho de Administração da nova companhia. Os atuais acionistas da Rumo e os integrantes do atual acordo de acionistas da ALL (BNDESPar, BRZ, Previ, Funcef, Riccardo Arduini, Júlia Dória Antônia Koranyi Arduini e GMI) comprometeram-se a eleger os membros da nova companhia, com até 17 membros, na primeira eleição após a incorporação. Um membro será necessariamente indicado pelo BNDESPar. Um pode ser indicado pela TPG; um pela Gávea; nove pela Cosan; e seis pelos demais signatários do acordo de acionistas da ALL. A Cosan, portanto, será a maior acionista indireta da ALL. | |
Fonte: Valor Econômico/Revista Ferroviária |
Home
»
»Unlabelled
» Cade marca data para julgar fusão entre ALL e Rumo e ações disparam
About Author
The part time Blogger love to blog on various categories like Web Development, SEO Guide, Tips and Tricks, Android Stuff, etc including Linux Hacking Tricks and tips. A Blogger Template Designer; designed many popular themes.
Advertisement
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Postar um comentário
Postar um comentário