Fonte: Revista ferroviária
Ignacio Barron de Angoiti e Guilherme Quintella, ambos da UIC |
“A ferrovia é um sistema fechado, sempre se sabe a que horas o trem sai e a que horas ele vai chegar ao destino. Essa certeza permite que as pessoas morem em cidades próximas a São Paulo e Rio de Janeiro (grandes metrópoles) e se utilizem do TAV (Trem de Alta Velocidade) para trabalhar nesses centros sem enfrentar os congestionamentos”, comentou Guilherme Quintella, presidente da EDLP (Estação da Luz Participações) e representante brasileiro da UIC (União Internacional de Ferrovias, com sede em Paris) durante coletiva de imprensa, realizada hoje, na Feira e Seminário Negócios nos Trilhos, que acontece no Expo Center Norte, em São Paulo.
Segundo Quintella, o TAV viabilizará esta mudança de comportamento das pessoas permitindo que elas trabalhem em São Paulo e morem em lugares próximos, como Sorocaba, Taubaté, entre outras. Com isso geraria um impacto positivo nas maiores cidades brasileiras, ou seja, o índice de crescimento populacional seria mais lento.
Ignacio Barron de Angoiti, diretor do Departamento de Alta Velocidade da UIC, concorda com as colocações de Quintella e cita o caso da Índia, país em que esse efeito já começa a ser notado.
Os executivos também afirmaram que a demanda de passageiros entre Rio e São Paulo é grande. Foram realizadas análises e estudos governamentais, inclusive, considerando o número de pessoas que utilizaram a ponte aérea entre as duas cidades nos últimos anos. “Em 2006, a ponte aérea transportava 4,6 milhões de passageiros e em 2008 subiu para 6,6 milhões”, afirmou Quintella. O TAV desoneraria o tráfego desse trecho que cresce vertiginosamente. Além disso, não construir o TAV é continuar gastando R$ 26 bilhões por ano em decorrência das 35 mil mortes ocorridas em acidentes rodoviários e 17% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro com logística, quando a média mundial é de apenas 12%.
Segundo Quintella, foi a partir de um grande acidente aéreo, ocorrido em 1996, que o governo começou a pensar sobre a possibilidade e as vantagens de um sistema como o trem de alta velocidade no Brasil.
Barron considera o prazo de cinco anos para instalação do TAV um tempo razoável. “Nos países onde ele foi implantado, houve atrasos na construção”, diz Barron.
Complementando, Barron disse que a população deve estar ciente de que o trem não será implantado visando apenas a Copa de 2014 ou as Olimpíadas de 2016, mas sim, com o intuito de melhorar a vida dos brasileiros que residem nas cidades lindeiras à malha do trem. Existem outras linhas que poderão receber o sistema de alta velocidade e que já estão sendo pensada no País, como São Paulo – Curitiba (PR) e São Paulo – Belo Horizonte.
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