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Title: Trem rápido sairá só em 2016, diz Alstom
Author: Cesar Mori Junior
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26/11/2009 - DCI As francesas Alstom e SCNF garantem: o trem de alta velocidade (TAV) que o Brasil está planejando só ficará pronto - mesmo ...

26/11/2009 - DCI

As francesas Alstom e SCNF garantem: o trem de alta velocidade (TAV) que o Brasil está planejando só ficará pronto - mesmo com muita correria - para as Olimpíadas de 2016. Para a Copa do Mundo, em 2014, nem pensar. "Temos todo interesse e capacidade tecnológica para tocar esse projeto", garante Phillipe Mellier, presidente da Alstom Transporte, em seu escritório austero na sede, também austera, da companhia, em Paris. "Mas o trem de alta velocidade que vai unir São Paulo, Rio e Campinas vai depender, em um primeiro estágio, de desapropriações e obras públicas. Mesmo que elas comecem logo, não há tempo para entregar até 2014."

Nessa mesma linha, o executivo Pascal Lupo, presidente do braço internacional da SCNF, maior operadora de trens da França, considera que não há mais tempo para que o TAV esteja pronto até a Copa: "Para as Olimpíadas é viável, antes, não. Estamos dedicando esforços para esse projeto no Brasil, mas não será possível tê-lo pronto até 2014".

Na sóbria sede da SCNF em Paris não faltam alusões ao Brasil, incluindo duas pequenas bandeiras dos dois paises em um mesmo pedestal, na mesa em que Lupo dá entrevistas. Mais ainda, ele informou que dois peritos da companhia viajaram nesta última terça-feira, dia 24, ao País, para verificar realmente in loco 80 pontos que ainda geram duvidas na empresa. Ele justifica esses cuidados ao lembrar que o projeto de trem de alta velocidade brasileiro exige cuidados especiais.

Trecho - O trecho tem pouco mais de 500 quilômetros, distância semelhante à que existe entre as cidades francesas de Paris e Lion, trecho em que existe um trem de alta velocidade de muita demanda de passageiros. Mas o Brasil tem características próprias, como um trecho em que a inclinação máxima é de 2,5 por cento. "Precisamos achar uma solução para problemas como esse, já que nosso objetivo é ganhar a licitação, que deve sair até o fim deste ano", afirmou.

Phillipe Mellier, da Alstom Transporte, também aposta no projeto, apesar de ter de enfrentar concorrentes de peso da Alemanha, Espanha, Japão e Coreia. Ele confia que a Alstom levará a melhor pela experiência que tem no setor: "Temos projetos bem-sucedidos em países de características diferentes entre si, como Coreia do Sul, Taiwan, Arábia Saudita e Alemanha. Em cada um desses projetos é preciso oferecer soluções compatíveis com as necessidades do país. E tem dado certo nos projetos da Alstom, principalmente quando aliamos nossa experiência em maquinário aos serviços de alto nível em operações da SNCF".

Mellier, assim como Pascal Lupo, da SNCF, não fazem estimativa de preço do projeto. "Há muitas variáveis a definir para poder falar do custo total", garante Lupo. Também para Mellier é prematuro fazer previsões: "Já vimos várias estimativas de bilhões de euros, mas ainda não é possível fazer uma previsão correta".

Apesar das indefinições, a Alstom continua a manter conversações com empreiteiras brasileiras para definir como será composto o consórcio que vai disputar o trem de alta velocidade brasileiro. Ele lembra que em relação a equipamentos a companhia não prevê dificuldades, já que tem duas fábricas no Brasil: "Estamos prontos para entrar nessa disputa", assegura.

"Financiamento também não será problema porque já fizemos contatos com os bancos. Também temos experiência em transferência de tecnologia, como aconteceu na Coreia. Agora, só falta o governo brasileiro publicar o edital", afirmou ele.


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