31/01/2011 - Mercado e Eventos
Representantes das prefeituras e secretarias de turismo das cidades de São Carlos (SP) e Santa Maria (RS) se reuniram ontem (27/01), em Brasília, com o Grupo de Trabalho de Turismo Ferroviário. Na reunião, foram apresentados os projetos para a implantação de trens turísticos e culturais nas regiões.
As cidades possuem características em comum, como a importância histórica das ferrovias nas localidades. Santa Maria, que fica na região central do estado, recebe um grande fluxo de turistas uruguaios e argentinos que visitam o Brasil. O trajeto proposto é de 3km por trecho, totalizando 6km. A locomotiva usada é uma Maria Fumaça, que atualmente adorna uma das praças da cidade.
O projeto inicial do Trem Turístico Cultural de São Carlos prevê 1,2km de extensão de trilhos e, assim como no projeto de Santa Maria, será usada uma locomotiva a vapor que atualmente serve apenas como "monumento histórico" em uma praça local. Além da ampliação da oferta turística dos municípios, os projetos são importantes para a valorização, preservação e revitalização do patrimônio ferroviário local.
Assim como outras várias cidades do País estão a espera da mobilização política para solucionar esta deficiência no turismo brasileiro, que deixa muito a desejar! São várias as cidades que tem vocação natural para o turismo ferroviário e algumas já se mobilizaram e já tem uma proposta de projeto para seus percursos. No entanto, estão dependendo do auxílio do estado e da união para realizarem os EVT's, estudos importantíssimos para terem seus projetos aprovados.
Na região do sul de Minas existe o projeto "EXPRESSO VALE VERDE", que tem como proposta um trecho que vai de Ribeirão Vermelho até a Cidade de Carrancas. Esta proposta compreende um trecho aproximadamente de 65 km abrangendo Ribeirão Vermelho, Lavras, Itumirim, Ingaí e Carrancas. O projeto vem de encontro ao que deseja a secretaria de turismo estadual que é ligar os circuitos turísticos da região do sul de Minas. Este elo que seria o trem, trará o desenvolvimento econômico, social cultural e turístico da região sul de Minas Gerais. Segundo a UFLA- Univerdade Federal de Lavras através da sua Pro- Reitoria de Extensão e cultura, o projeto proposto pelo CFVV - Circuito Ferroviário Vale verde, abrangerá em uma raio de 100 km do seu eixo principal, 95 cidades direta e indiretamente, mais ou menos um milhão e quinhentas mil pessoas.
Da mesma forma existem outras possibilidades que ainda estão em estado embrionários, sem proposta definida, mas que igualmente têm chance de se tornarem viáveis. Como o projeto de Pouso Alegre por exemplo, que está mais ao sul de Minas. E um Projeto que está sendo discutido pelo CFVV e a Prefeitura de Varginha e deve ganhar agenda com o Prefeito por estes dias.. Que é o Trem do ET! Além do Trem turístico de Rio Acima que já está em faze mais avançada so dependendo dos trilhos que foram arrancados depois da desabilitação do transporte de carga pela FCA naquele trecho.
Assim pelo Brasil afora temos várias propostas com reais apelos turísticos e ou culturais, Lapa no Paraná, Rio grande Do Sul, São paulo, Nordeste entre outras tantas.
Esperamos que este ano de 2011 sejamos ouvidos dignamente pelas autoridades competentes e que os sonhos de milhares de brasileiros que aguardam a volta dos trens de passageiros mesmo que para o turismo, sejam enfim realizados...
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Trem pendular de passageiros em média velocidade
Pendolino (do italiano, diminutivo de pendolo, que significa pêndulo) é a marca de uma série de trens de média velocidade com tecnologia pendular, desenvolvidos e fabricados pela Fiat Ferroviária (hoje Alstom). São utilizados na Eslovênia, Finlândia, Itália, Portugal, República Checa, Reino Unido e Suíça, ou Acela, seu concorrente americano.
A ideia de um trem que inclinava (pendular) tornou-se popular nas décadas de 1960 e 70, quando vários operadores ferroviários, impressionados pelos trens de alta velocidade introduzidos em França (TGV) e Japão (Shinkansen), quiseram ter uma velocidade similar sem ter de construir uma linha paralela dedicada (como estes países estavam a fazer, e o Brasil pretende fazer). Trem pendular é um trem com um mecanismo de suspenção reclinável que permite que ele atinja velocidades avançadas em trilhos de linhas férreas tradicionais. Esse mecanismo, chamado sistema pendular, consiste em eixos com capacidade de se inclinar até 8 graus em relação aos trilhos, permitindo que as curvas possam ser feitas em velocidades de até 230 km/h, sem risco de acidente ou desconforto para os passageiros.
Na Itália foram estudadas várias possibilidades para as linhas em exploração (incluindo um modelo com carros fixos e bancos pendulares). Vários protótipos foram construídos e testados e em 1975 um protótipo do Pendolino, o ETR 401, que foi posto em serviço, construído pela Fiat e usado pela Rede Ferroviária Italiana. Em 1987 começou a ser usada uma nova frota de Pendolinos, os ETR 450, que incorporavam algumas tecnologias do infortunado projeto britânico APT. Em 1993 a nova geração, o ETR 460, entrou em serviço.
Fonte básica; Wikipédia com adaptações.
A grande vantagem da Tecnologia Pendular para trens de passageiros é justamente pelo fato de trafegar bem em vias sinuosas e curvas fechadas, comum em países europeus, americanos e principalmente brasileiros, sem muitas retificações e com baixo investimento.
Eis aí uma ótima opção para os planejados pelo governo federal para os 21 trens de passageiros regionais, para uso da malha ferroviária brasileira, mediante aproveitamento e remodelação das linhas existentes, sem a necessidade de grandes intervenções.
Os trens pendulares Acela americano (Amtrak) e Superpendolino europeu são tracionados por energia elétrica, inclusive os na versão flex, 3 kVcc / 25 kVca embora existam versões eletricidade-Diesel (ICE-TD), que poderão ser utilizados em cidades onde não possuem alimentação elétrica.
A escolha deste modelo está sendo sugerida por consultorias, como a “Halcrow” no volume 4 parte 2 anexo B Comparação de material rodante, que estudam a implantação dos trens regionais, com futura utilização como TAV quando as suas linhas segregadas exclusivas estiverem prontas a partir de 2020, podem ser fabricados com dois pavimentos (double decker), com passagem entre os carros (gangway) e o truque (bogie) na bitola de 1,6 m que é o mais adequado para as nossas condições, pois é o que maior espaço possui entre as rodeiros para instalação e distribuição do motor elétrico, sistemas hidráulicos, suspenção, comandos e com freios regenerativos, isto é, retornam energia elétrica para a rede na frenagem, e são da categoria de velocidade de até 250 km/h.
Pois bem. Não é empregado no Brasil porque a indústria ferroviária multinacional, e aqui instalada, não os fabrica, embora a Bombardier, CAF e a Alstom os fabriquem no exterior, pode aqui ser montado inclusive pela Embraer com alto índice de nacionalização.
Conclusão:
Construímos ferrovias para que se adequem aos trens aqui fabricados, e não ao contrário. Isto explica, também, a falta de padrão e uniformidade entre trens e gabaritos de plataformas na CPTM-SP e Supervia-RJ entre outras.
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