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Title: ALL tem prejuízo com juros maiores
Author: Anderson Nascimento
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    O grupo de concessões de Ferrovias América Latina Logística (ALL) registrou um prejuízo líquido de R$ 31,4 milhões no quarto trim...
 
 
O grupo de concessões de Ferrovias América Latina Logística (ALL) registrou um prejuízo líquido de R$ 31,4 milhões no quarto trimestre de 2013. O número é 53,5% mais alto do que no mesmo período do ano anterior. Apesar de ter havido queda no volume transportado, a ALL defende que o prejuízo foi mais influenciado pelas perdas na parte financeira do balanço do que pelas atividades operacionais. E que 2014 será um ano positivo, apesar de parte dos problemas em portos e Ferrovias ainda persistir.
No ano, o lucro líquido da empresa foi de R$ 13 milhões, uma retração de 94,5% em relação a 2012. A receita líquida consolidada subiu 9,2%, para R$ 3,64 bilhões, e o Ebitda ajustado teve alta de 8,4%, para R$ 1,83 bilhão.
Segundo Rodrigo Campos, diretor de relações com investidores da ALL, os números do trimestre sofreram com o aumento de 36% nos custos com juros em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Esse aumento, diz, impacta cerca de R$ 3 bilhões do total de R$ 4,2 bilhões da dívida líquida atual. O restante se refere basicamente a financiamentos do BNDES, com juros subsidiados. Nas operações ferroviárias, a alta dos juros contribuiu para um prejuízo financeiro 32% maior na comparação com um ano antes, para R$ 313 milhões no quarto trimestre de 2013.
Na parte operacional, a companhia teve certa estabilidade, mas os volumes voltaram a cair. Foram 11,5 milhões de toneladas por quilômetro útil (TKU) no período, queda de 3,8% em relação a um ano antes. Segundo a ALL, o incêndio ocorrido no terminal da Copersucar prejudicou a operação.
Além das restrições nos portos, o acidente na Ferrovia ocorrido em 24 de novembro e que deixou oito mortos em São José do Rio Preto (SP) interrompeu o corredor mais importante da ALL por quase nove dias e impactou os volumes do período. Depois, o trecho foi liberado em fase de testes e sob regime assistido, mas ainda impõe restrições à capacidade na rota de exportação rumo ao porto de Santos (SP), o maior do país.
Apesar dos menores volumes, a ALL teve uma receita líquida 5,3% maior na comparação com um ano antes, para R$ 825,9 milhões. A companhia conseguiu esses ganhos graças, principalment,e, às maiores tarifas nas operações ferroviárias. O yield médio aumentou 10,1% no quarto trimestre em relação a um ano antes, impulsionado pelos repasses da inflação e dos aumentos do diesel. O Ebitda consolidado no quarto trimestre subiu 2%, para R$ 349,6 milhões.
Para este ano, a companhia ainda vê dificuldades operacionais principalmente no porto de Santos, mas amenizadas em relação ao ano passado. Diante das dificuldades, a empresa continua cogitando participar de licitações no setor portuário. No ano passado, conforme adiantou o Valor, a empresa começou a avaliar essa possibilidade diante dos seguidos problemas para suas operações nos terminais de Santos.
Mas, agora, está envolvida com a proposta de fusão com a Rumo - braço de logística da Cosan -, que já tem operação portuária em Santos. Questionado se a ALL poderia suspender esses planos, Campos diz que o interesse em terminais continua. Mas não quis comentar a operação com a Rumo.
A empresa espera que 2014 não repita as dificuldades de 2013. Dois terminais - Terminal de Granéis de Guarujá (TGG) e o XXXIX, nos quais é sócia -, que registraram acidentes no ano, agora já estão completamente recuperados. Só de você ter um cenário mais normal em 2014, já é um ganho .
Mas aponta que o terminal da Copersucar ainda não está completamente recuperado, podendo afetar as operações de açúcar nos próximos meses. Outro desafio a ser vencido é a duplicação total do trecho ferroviário entre Itirapina e Santos, no interior paulista - hoje travada pela falta de licenciamento e que limita o crescimento do volume. Ainda faltam cerca de 70 km. A empresa diz que vai continuar limitada ao volume de 200 mil a 300 mil toneladas por mês de açúcar. Campos estima que o volume transportado deve subir em ritmo maior ao que é estimado de expansão da safra, que hoje está em 4% em relação a um ano atrás.
A empresa também pretende completar a certificação da mina da controlada Vetria ainda neste trimestre e buscar investidores para a companhia ainda neste ano.
No mercado, o balanço da ALL foi mal recebido pelo mercado e as ações da companhia chegaram a ter queda de 3,9% em relação ao fechamento anterior - a maior do Ibovespa. À tarde, no entanto, o papel virou e fechou com valorização de 2,4% - a R$ 6,80.
O BB Investimentos reduziu o preço-alvo da ação de R$ 11 para R$ 8 e mudou a recomendação de compra para manutenção, em relatório do analista Renato Hallgren. Outras instituições, como o Banco Fator e o Bank of America Merrill Lynch (BofA), divulgaram relatórios em que demonstram otimismo com a operação de fusão da ALL com a Rumo, da Cosan - anunciada na segunda-feira. Uma possível solução da disputa legal da companhia com a Rumo alivia as preocupações , escreve a equipe de Sara Delfim, do BofA.

Fonte: Valor Econômico
Publicada em:: 26/02/2014

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