Varginha MG, o lugar, a ferrovia, as estações...
A cidade de Varginha tornou-se conhecida internacionalmente em 1996 pelo suposto aparecimento de criaturas alienígenas, no episódio que ficou conhecido como o "Incidente de Varginha".
Varginha destaca-se por ser um dos principais centros de comércio e produção de café do Brasil e do mundo, produzindo cafés de excelente qualidade (Café Gourmet), a cidade é um pólo de exportação de café escoando a maior parte da produção do Sul de minas, fazendo o comércio do grão com diversos países.
A cidade conta com localização privilegiada e estratégica, estando as margens do Lago de Furnas, e ao mesmo tempo eqüidistante às três principais capitais do Brasil, São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, foi apontada pela revista Veja em 2011 como a sétima melhor cidade do Brasil para se viver e investir.
O município possui uma área de 396 km² e está situado no domínio geomorfológico do planalto Atlântico do sudoeste.
Com cerca de 123 mil habitantes, a cidade é a terceira mais populosa do Sul de minas.
A altitude máxima é 1.239m, no morro do Chapéu, e a altitude mínima é de 868m, na foz do córrego Tijuco.
O relevo do município é bem diversificado, verificando-se desde uma topografia com declives suaves até o relevo de aclives mais vigorosos, com o afloramento de maciços montanhosos muito acidentados. O território é 4% plano, 80% ondulado e 16% montanhoso.
A vegetação que cobria o município era a tropical, campo-cerrado, com matas tropicais nas encostas das nascentes. Devido à extensa atividade cafeeira e outras atividades, como extrativismo vegetal e culturas como o milho a vegetação foi devastada. Mas a maior parte do município foi recoberta com pastagens naturais.
O Solo de excelente qualidade é propicio para a cafeicultura e demais agriculturas.
O Aeroporto de Varginha,conta com vôos diários para São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Vitória e São José dos Campos, operados pela empresa aérea TRIP Transporte Aéreo Regional do Interior Paulista / Azul linhas áereas (www.voetrip.com.br).
A cidade também conta com empresas que realizam o transporte rodoviário das principais capitais e cidades pólo da região sudeste.
As rodovias que circundam Varginha são : BR-491 que liga Varginha a Três Corações(e a BR-381), Eloí Mendes, Alfenas... / a MG-167 que a liga até Três Pontas e Santana da Vargem.
Varginha se destaca na logística pelo fato de ser equidistante (aproximadamente 3 horas de carro - 300 km) das principais capitais do Brasil, São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte. Além de cidades importantes como Campinas, Ribeirão Preto e região do Vale do Paraíba.
O município, assim como a microrregião, é uma área tipicamente produtora de café, o que gerou e continua gerando boa parte da receita da Região.
Varginha é um centro de industrialização e comercialização da produção de Café da região, sendo ao lado de outras cidades do Sul de minas, produtora de cafés de excelente qualidade, Cafés considerados como Gourmet por diversos mercados no Brasil e no exterior.
A Fazenda Experimental de Café de Varginha é uma das mais importantes mantidas pelo Ministério da Agricultura. A área é de 60 hectares com 70 mil pés de café, conta atualmente com cerca de 50 projetos de pesquisa em andamento. "
O setor terciário ocupa 53,2% do total da população economicamente ativa, o setor secundário ocupa 34,3% e o setor primário 12,5%.
O município possui o maior PIB da Região do Sul de Minas e um dos maiores do estado.
O Sul de Minas é uma das regiões mais prósperas do Brasil, possui IDH elevado e baixo índice de desiguldade social.
Encontram-se instaladas na cidade empresas de grande porte como Philips-Walita, Philips Lighting, CooperStander, Nintendo, Plascar, Steemaster, Samsung, dentre outras.
A cidade conta com diversos orgãos do governo federal e estadual. Em 2010, Varginha tornou-se sede do centro Administrativo da Região do Sul de Minas, com o intuito de agilizar os procedimentos que dependem do governo estadual. Diversos assuntos que antes deveriam ser resolvidos apenas na capital do estado, agora pode também ser resolvidos em Varginha, o que atrai mais investimentos e desenvolvimento para a região do Sul de Minas.
Varginha ganhará em 2012 três novos condomínios industriais, o CIT - Condôminio Industrial Tecnológico, junto ao aeroporto da cidade, o Condomínio Ouro Verde e também um condomínio industrial próximo a Fazenda Experimental do Pro-Café.
A principal estação aduaneira da região é em Varginha e colabora para que a cidade seja a terceira que mais exporta em Minas Gerais, estando atrás apenas das cidades exportadoras de minérios de Itabira e Ouro Preto.
A cidade tem tradição na exportação de café, as exportações totalizaram em 2010, US$ 1,7 bilhão, superando a marca de US$ 1,25 bilhão de 2009.
Por abrigar um Porto Seco no município, ou seja uma estação aduaneira do interior EADI, existem várias empresas quem atuam na área de Comércio Exterior, e que trabalham diretamente com serviços de Importação e Exportação, fator que influênciou grandes empresas multinacionais a montarem unidades na ciadade e na região, gerando oportunidades de empregos e vagas na área de Comércio Exterior.
A Ferrovia e Varginha MG, uma relação desde 1892
Aos 28 dias do mês de maio de 1892, chegava em Varginha o primeiro trem de ferro. A Estrada de Ferro Muzambinho (ou Minas – Rio) não deveria passar por Varginha. Seu traçado foi idealizado objetivando baixar o custo de construção, e, tendo em vista o acidentado relevo da região, o trajeto deveria seguir o leito do Rio Verde, o que evitaria obras maiores de engenharia, como por exemplo, túneis. Em compensação, a Companhia Inglesa ganharia mais por quilometro construído, porque a linha seguindo o Rio Verde ficaria com o trajeto mais longo.
Latifundiários de Elói Mendes não queriam a estrada de ferro por lá.
Já os varginhenses, voltados para o futuro e o desenvolvimento consideravam os benefícios que a passagem da linha férrea traria para a cidade, já há algum tempo acalentavam a idéia de persuadir a Diretoria da Companhia a modificar o traçado, o que possibilitaria sua passagem por Varginha.
A diretoria da companhia tentou negociar mais uma vez com Elói Mendes, sem sucesso, aceitaram a sugestão dos varginhenses. Pouco depois chegaram a cidade os engenheiros responsáveis pelos estudos das condições do terreno e elaboração dos cálculos necessários.
Concluídos os estudos a Diretoria declarou que necessitariam de um empréstimo da vultuosa quantia de 70:000$000,00 (setenta mil contos de réis), e o empréstimo foi feito por Matheus Tavares da Silva, cidadão capitalista da cidade. Foram 9 anos em prol do ramal ferroviário construído pelos ingleses.
O ramal interligava a malha ferroviária do Sul de Minas e seguia até o ramal de Tuyuti onde encontrava a Rede Ferroviária Mogiana, o que trouxe grande impulso à cidade, estimulado pelo transporte de passageiros e cargas.
Vindo de Três Corações, e chegando na Estação Varginha.( A Companhia denominada Muzambinho organizou-se para levar a efeito a construção do prolongamento da Estrada de Ferro Minas e Rio desde Três Corações até o ponto navegável do Rio Verde, posteriormente foi integrada mais tarde a Rede Mineira de Viação, vindo depois a constituir na RFFSA - SR2 - Rede Ferroviária Federal S/A
Da Estação Varginha(Centro da Cidade-894 metros de altitude), a ferrovia subia (A bitola das linhas é de um metro) e seguia em direção ao Moinho Sul Mineiro, sentido Cooperativa do Café e dali interligava a cidade à malha ferroviária do Sul de Minas até, o que depois passou a chamar-se Juréia, em Monte Belo, pela ordem, as estações seriam após Varginha: Garoa, Batista de Melo, Nogueira, Espera, Pontalete, Josino de Brito, Fama, Parada, Gaspar Lopes, Harmonia, Areado, Movimento, Engenheiro Trompowsky e Jureia(Tuyuti), onde encontrava a Cia Ferroviária Mogiana.
A Ferrovia Muzambinho, também teve os ramais de Campanha, depois Lambari, Cambuquira e São Gonçalo do Sapucai. Já da outra vertente de Varginha, foram construídos por particulares a Ferrovia Machadense, a Alfenense e a Trespontana, todas alcançavam a Linha Principal e dali escoavam a produção cafeeira e de produtos em geral.
Esta ligação trouxe grande impulso à cidade, estimulado pelo transporte de passageiros e cargas. O trecho Varginha a Jureia foi desativado na década de 60, devido à construção do Lago da Usina de Furnas, boa parte da história está sob as águas.
No início da década de 1930, (Decreto 22847 de 23/06/1933 do Presidente Getulio Vargas ), começou a construção de outra sede para a Estação, que já não comportava os serviços. Em julho de 1934, foi inaugurada a nova Estação Varginha(Atual), com projeto dos engenheiros Armindo Paione e Brás Paione.
Segundo Rafael Rangel Giovanini “Em orientação similar da Ferrovia Sapucahy, mas na porção setentrional, corria a Muzambinho. Sua formação se dá com objetivo de construir os trechos antes concedidos a Ferrovia Minas e Rio, embora o seu traçado não seja o mesmo planejado por essa empresa. Partindo do município que dá nome a Companhia, nas proximidades da fronteira com São Paulo, a estrada se dirigia até Três Corações, passando por Varginha, Gaspar Lopes, Areado e Tuyuti. Seu traçado deixa clara a intenção de ligar essa área do Sul de Minas ao Rio, dentro da mesma linha de raciocínio estabelecida para a Sapucaí. Entretanto, com a chegada da Mogiana a Guaxupé, em 1904, e sua interligação com a Muzambinho em 1914, o acesso ao porto de Santos também seria garantido para essa porção do Sul de Minas.
Por ironia do destino, da chamada Ferrovia Muzambinho, hoje só resta esse trecho de 34,385 quilômetros entre Três Corações e Varginha, que só sobreviveu graças a Empresas locais, aos apreciadores de ferrovias e a todos os Prefeitos que até hoje não deixaram os trilhos saírem dos lugares.
Atualmente a Ferrovia Muzambinho está sob a concessão da FCA - Ferrovia Centro Atlantica, do Grupo Vale do Rio Doce e transporta cargas de fertilizantes vindos do Porto de Vitória-ES até um terminal particular na cidade de Varginha.
As Estações de Varginha MG
Estação Varginha
A estação de Varginha foi aberta pela E. F. Muzambinho em 1892. Em 06/06/1934, foi aberta a estação atual, hoje desativada, em substituição à antiga, e tendo como construtor o engenheiro Braz Paione. A partir de 1964, passou a ser ponte de linha, com a desativação do trecho entre ela e Juréia.
Antiga Estação Varginha MG - 1920 |
Antiga Estação Varginha MG - 1927 |
Estação Varginha MG, nova - 1934 |
Estação Varginha MG, nova - 1996 |
Estação Varginha MG, nova - 2002 |
Estação Varginha MG, nova - 2012 |
Estação Garoa
A estação de Garoa fica a cerca de 3 km da cidade de Varginha. Foi desativada em 1966 e o prédio ficou preservado por algum tempo. A partir do final dessa década, e por cerca de vinte anos, o local foi explorado por uma mineradora (pedreira) e, como se pode imaginar, não existe absolutamente mais nada no local. (Informações de Afonso Henrique Paione de Carvalho, 11/2002.
Estação Batista de Melo
A estação de Batista de Melo foi inaugurada em 1893 com o nome de Esaú. Em 1906 já se chamava Fluvial, e em 1910 já tinha o nome atual.
A estação foi demolida e ficava na área da represa de Furnas, a cerca de 10 km de Varginha.
Estação Juriti
A estação de Juriti foi aberta em 1931. Em 2009, apenas a caixa d'água continua intacta; também estão preservadas a represa que a abastecia, situada a algumas dezenas de metros atrás da caixa, num morro, e a canalização que levava a água até ela. A canalização foi interrompida num ponto e a caixa está aparentemente vazia. Quanto à estação, os únicos sinais visíveis são a plataforma de embarque e os trilhos que sustentavam a cobertura.
Estação Juriti - 1906 |
Estação Juriti - 1935 |
Estação Juriti - 2002 |
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