15/08/2012 - O Estado de S.Paulo
Líder no mercado mundial de minério de ferro até a deflagração
da crise financeira de 2008, o Brasil perdeu para a Austrália a
hegemonia, embora a Vale ainda lidere, isoladamente, o comércio do
insumo. A mineradora brasileira trabalha agora com um horizonte de cinco
anos para que o País recupere o mercado perdido em meio à crise.
O diretor de Relações com Investidores da Vale, Roberto Castelo
Branco, disse ontem que o prazo de 2017 para retomada da posição ocupada
até 2008 se baseia na entrada em operação do megaprojeto Serra Sul, no
Pará. Orçado em US$ 20 bilhões, o investimento - que aguarda ainda a
liberação de questões ambientais - é o maior do setor de mineração no
mundo.
"Nós brasileiros perdemos participação para a Austrália, mas com esse projeto vamos recuperar participação de mercado", afirmou o executivo, que participou do seminário Brazil Economic Summit. Desde 2008, a Vale vem perdendo participação no segmento. Nos últimos anos, a Vale não conseguiu ampliar significativamente sua capacidade.
"Nós brasileiros perdemos participação para a Austrália, mas com esse projeto vamos recuperar participação de mercado", afirmou o executivo, que participou do seminário Brazil Economic Summit. Desde 2008, a Vale vem perdendo participação no segmento. Nos últimos anos, a Vale não conseguiu ampliar significativamente sua capacidade.
Mas, para Castelo Branco, o horizonte é promissor. Para 2013, a
expectativa é aumentar em 40 milhões de toneladas a capacidade das minas
de Carajás, no Pará. O projeto de Serra Sul permitirá um salto ainda
maior, acrescentando em 90 milhões de toneladas a produção anual.
Liderança. A Vale lidera o setor com folga, com 300 milhões de
toneladas por ano. O segundo lugar fica com a anglo-australiana Rio
Tinto, com uma produção bem inferior, de 190 milhões de toneladas de
minério por ano. "É uma diferença grande, que pretendemos ampliar",
disse. E completou: "A Vale está bem preparada para enfrentar os
desafios futuros".
Castelo Branco disse que o projeto Serra Sul está com o cronograma em
dia, apesar dos problemas com o licenciamento ambiental da obra de
expansão da ferrovia que integra o projeto: "Estamos recorrendo à
instância superior e acreditamos que vamos vencer, pois não fizemos nada
de errado. Estamos fazendo as coisas certas".
China. O diretor traçou um cenário de mudanças estruturais e
crescimento mais baixo para a China, mas descarta uma recessão ou
desaceleração muito forte. Segundo ele, se o crescimento chinês ficar
entre 7% e 8% ao ano já será muito bom. Mas as taxas de crescimento da
economia chinesa em torno de 10% ficaram para trás.
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