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Title: VLT e túnel Santos-Guarujá têm momentos semelhantes
Author: Ferrovia Intermodal
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Detalhe do projeto de 1927 para o túnel sob o estuário santista

Imagem publicada em A Tribuna de 23/1/1927, página 1


Paulo Schiff é jornalista

O Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) e a ligação seca entre Santos e Guarujá têm dois denominadores comuns. Um deles, histórico. E outro, atualíssimo. Na história dos dois equipamentos está o fato de terem se tornado lendas urbanas. Foram martelados como prioridades por muito tempo. Não saíam nunca do papel. Ganharam uma aura de descrédito. 

A ligação seca entre Santos e Guarujá tem o primeiro diagnóstico feito na década de 40 pelo urbanista Prestes Maia, que foi prefeito de São Paulo. 

  O primeiro projeto, de ponte ferroviária, recuperado numa pesquisa da Dersa, é ainda mais antigo, de 1917, feito por um arquiteto italiano. 

O político santista Oswaldo Justo batalhou muito por essa obra. Na década de 80, como prefeito de Santos. E depois, nos anos 90, como deputado. 

O ex-governador José Serra, quando se preparava para disputar a eleição presidencial de 2010, chegou a inaugurar uma maquete de uma ponte entre Santos e Guarujá. 

Na ocasião, muitos consideram essa inauguração o momento Odorico Paraguaçu do ex-presidenciável do PSDB. 

O Veículo Leve Sobre Trilhos é uma espécie de metrô de superfície. 

 Como a região litorânea tem geografia longitudinal, a ideia é a de que ele funcione como uma linha-tronco referenciando as conexões do transporte coletivo. 

A região já foi interligada por uma linha ferroviária de transporte de passageiros que ia de Santos a Peruíbe. 

O Veículo Leve Sobre Trilhos utiliza parte significativa desse traçado desativado. 

Discussões intermináveis sobre o Veículo Leve Sobre Trilhos nos meios de comunicação regionais permeiam os últimos 20 anos. Já virou VLP (sobre pneus) e nesse formato também não saiu do papel. 
 
Já teve uma licitação para concessão à iniciativa privada que deu deserta. 

Os dois projetos, quando concebidos, tinham um viés de planejamento para o futuro. 

O tempo passou, as obras não saíram. Agora, com a mobilidade urbana da Baixada Santista seriamente comprometida pelo aumento da movimentação de cargas no Porto de Santos e da frota de veículos, eles são vistos como equipamentos necessários para recuperar uma parcela da qualidade devida perdida. 

Deslocamentos entre as cidades de Santos, São Vicente, Praia Grande, Guarujá e Cubatão, principalmente, que eram medidos em minutos passaram a ser medidos em horas. Aí entra o VLT. O trânsito de balsas entre Santos e Guarujá, transversal à entrada e saída de navios no canal do Porto de Santos, tem números superiores a 20 mil veículos por dia em média. Aí entra o túnel. 

Depois de décadas, o governo estadual se movimentou para materializar as duas obras. A primeira fase do VLT, entre Santos e São Vicente inclusive já foi iniciada. A do túnel está em fase de projeto e prevê uma pista para o VLT. 

O outro denominador comum é que os dois projetos enfrentam nesse momento questionamentos ao traçado com teorias da conspiração fervilhando. O VLT num trecho que fica perto de um hipermercado e de um centro de convenções passa da linha antiga do TIM para o meio de uma avenida. O Ministério Público questiona a EMTU por essa alteração. E a Dersa é questionada pela necessidade de desapropriações de residências para os acessos do túnel. É provável que o desenho seja mudado para redução desse impacto. 

A longa maturação não poderia ter evitado essas pendengas? 



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