O Conselho Municipal de Turismo (Codetur) comemorou o resultado da vistoria realizada por integrantes da Cooperativa de Restauração e Manutenção do Acervo Ferroviário Nacional (Cooperferro), de Tubarão, SC. A boa notícia é que a locomotiva pode sim ser totalmente recuperada. A má notícia é que a reforma tem de ser feita imediatamente, sob pena de virar uma pilha de sucata imprestável. O objetivo do Codetur agora é levantar custos para, em seguida, desencadear a restauração e disponibilizar o trem para uso no turismo.
Falando em nome do Poder Público, o secretário de Indústria, Comércio e Turismo, Antonio Oscar Nhoatto, disse que o prefeito de União da Vitória, Pedro Ivo Ilkiv, tem cobrado sistematicamente para que se busque a forma adequada de recuperar e colocar a velha 310 em funcionamento. Nhoatto explica que o primeiro passo foi avaliação de custos. Uma empresa especializada fez a vistoria a apresentou os valores que cobraria para realizar a restauração. Agora a Cooperferro, busca mais uma análise e orçamento.
Cauteloso, Nhoatto diz ainda que o Codetur só vai utilizar a locomotiva como ferramenta para atrair turistas, depois de restaurada e oferecendo todo a segurança necessária. Dorival Mateus de Oliveira vice-presidente da Cooperferro, apontou a necessidade de recuperar várias peças, mencionando que não se trata de uma simples reforma, mas sim uma restauração que vai recuperar a originalidade da Locomotiva 310. “Nós gostamos muito desse trabalho, já recuperamos várias em estado muito pior. Vamos sentar e fazer o cálculo minucioso para apresentar a vocês, dentro de uns 15 dias”, afirmou Oliveira.
Nhoatto destaca a especialidade desse grupo. “O grande nicho deles são as máquinas a vapor”, disse. “Já recuperaram várias”, reforçou. Para o vice-presidente da Cooperferro, Dorival Mateus de Oliveira, é possível deixar a máquina “zerada”. A primeira impressão, a locomotiva está em bom estado, mas precisa ser quase que totalmente desmontada para análise minuciosa. Dorival garante que a Cooperativa tem condição de trocar as peças necessárias e até fazer, de forma artesanal, aquelas que, porventura, não se tenha para adquirir. “Algo normal para uma raridade tão especial dessas”, argumenta.
Com sua administração logística formada pela Sociedade dos Amigos da Locomotiva a Vapor (SALV), após 10 anos de atividade, preservando e restaurando locomotivas, equipamentos e peças do rico acervo histórico ferroviário do Museu Ferroviário de Tubarão/SC, observou a necessidade de profissionais especializados na arte de restauração, para revitalização deste nobre acervo a nível nacional, e por esse motivo, formou com seus associados voluntários a Cooperativa de Restauração e Manutenção do Acervo Ferroviário Nacional, Cooperferro, com engenheiros e técnicos, especializados em restauração de locomotivas a vapor e equipamentos ferroviários.
Seus sócios cooperados são remanescentes, aposentados da extinta RFFSA e simpatizantes, com o intuito em preservar e restaurar o acervo ferroviário nacional. A conservação de material ferroviário não pressupõe apenas a recuperação e manutenção equipamentos que já passaram à história, mas sim uma precocidade nas ações que visam preservar os equipamentos em uso nas ferrovias na atualidade.
Codetur comemora
A presidente do Conselho de Desenvolvimento do Turismo de União da Vitória (Codetur), Eliane Aparecida da Rocha Silveira, disse que o Codetur trabalha com a expectativa de ter a Maria Fumaça como carro chefe do turismo em União da Vitória desde 2010. “Ela (a locomotiva) é peça fundamental para o desenvolvimento do turismo em União da Vitória”, defendeu. De acordo com a presidente do conselho, os prejuízos são amargados desde 2010, quando foi lançado um folder pelo Codetur, no qual a locomotiva era exibida com informações de passeios regulares para turistas. De lá para cá as coisas começaram a dar errado. Os passeios foram esporádicos e, com o tempo, cada vez mais raros. “Os turistas aproveitavam os feriados prolongados ou as férias de verão e inverno para conhecer uma das poucas locomotivas em funcionamento no Brasil. Quando chegavam, esses passeios não aconteciam”, explicou.
Com a nova perspectiva, o setor prepara investimentos de divulgação com o turismo ferroviário a “cereja do bolo”, além da Rota das Cachoeiras, turismo religioso, artesanato, culinária. O Codetur defende que, é necessário profissionalizar para fortalecer o setor. A Maria Fumaça é um patrimônio muito rico e lembra que será a única em funcionamento no Estado, sendo mais um produto forte da região para atrair um número maior de turistas.
Fonte http://www.vvale.com.br/geral/luz-tunel-especialistas-dizem-locomot...
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