Lavras Além do Tempo Lavras Além do Tempo Author
Title: Empreiteiras agora querem ser sócias do TAV
Author: Lavras Além do Tempo
Rating 5 of 5 Des:
As empreiteiras estão negociando com o governo a volta à licitação do trem-bala na fase em que elas podem se tornar concessionárias da linh...

As empreiteiras estão negociando com o governo a volta à licitação do trem-bala na fase em que elas podem se tornar concessionárias da linha que a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) projetou e quer construir ligando o Rio a São Paulo, passando por Campinas. A Odebrecht já conversou com representantes do governo e fez o pedido de maneira explícita, querendo ser não apenas construtora, mas também concessionária.

Depois da terceira tentativa frustrada de fazer o leilão do trem de alta velocidade (TAV), no mês passado, a ANTT mudou completamente o formato de licitação da obra. Em vez de ser um leilão para escolher a empresa que operaria e construiria o trem, o governo criou um novo processo com três fases de licitação. Pelo novo formato, as empreiteiras seriam apenas contratadas para fazer a obra.

Em 11 de julho, último dia para receber os envelopes com as propostas das interessadas em participar da construção e operação do TAV, nenhuma construtora se apresentou. O leilão marcado para o dia 29, quando seriam abertas as propostas, foi cancelado mais uma vez.

Com o novo formato de leilão do TAV em três etapas, o processo ficou assim: 1) na primeira licitação, o governo escolhe a tecnologia e o operador; 2) na segunda licitação, o governo leiloa o concessionário da linha; 3) o concessionário escolhido divide a obra do TAV em lotes - cerca de dez, calcula o governo- e faz uma concorrência para escolher as empreiteiras que vão executar a obra de construção da linha, estações e até os complexos imobiliários que vão formar as "nova cidades" em torno das estações.

A justificativa, do diretor da ANTT, Bernardo Figueiredo, para delegar a escolha das empreiteiras a um concessionário com o perfil de investidor foi aumentar a competição entre as construtoras. Na ocasião, a agência informou que empreiteiras não poderiam assumir o papel de concessionária do TAV.

Nova fórmula. Diante da reivindicação das empreiteiras, que querem não apenas ser construtoras, mas sócias do investidor que ganhará a segunda fase da licitação do concessionário da linha, o governo estuda uma fórmula para evitar que o novo leilão não acabe no Judiciário.

O temor, apurou o Estado com técnicos da ANTT, é que a construtora concessionária, que também participará da concorrência da terceira fase para a empreitada da obra, tenha vantagem sobre as demais. Mas o governo estuda o pleito das empreiteiras. A reportagem tentou ouvir a Odebrecht, mas a empresa não entrou em contato até o fechamento desta edição.
Nas três tentativas frustradas de fazer o leilão, as empreiteiras não conseguiram se associar às empresas estrangeiras detentoras da tecnologia do trem-bala, procedentes de pelo menos seis países - Japão, Coreia do Sul, Alemanha, França, Canadá e China.

A pressão das construtoras era para que o governo se tornasse um sócio que assumiria o risco financeiro e poderia, no limite, levar o custo da obra dos R$ 30 bilhões orçados para cerca de R$ 60 bilhões. O governo diz que aceita aumentar a participação na obra, por meio da Etav, estatal criada para ser sócia do empreendimento, mas fora do nível pretendido pelas empreiteiras.
10 Aug 2011

About Author

Advertisement

Postar um comentário

 
Top