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Title: Corcovado e o Cristo Redentor
Author: CFVV
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O nome Corcovado O Morro do Corcovado, tendo em seu topo a imagem do Cristo Redentor, é um dos principais símbolos da cidade. Esse imenso bl...

O nome Corcovado

O Morro do Corcovado, tendo em seu topo a imagem do Cristo Redentor, é um dos principais símbolos da cidade. Esse imenso bloco de rocha vertical e aparente, emergindo da mata, dominando tudo a sua volta é, sem dúvida, um dos motivos que fazem do Rio de Janeiro a “Cidade Maravilhosa”.

O surgimento da idéia do Cristo Redentor

A história recente do Corcovado data desde o século XVI, quando os colonizadores portugueses batizaram como montanha do Pináculo ou Pico da Tentação, uma referência a um monte bíblico. No século XVII o monte foi rebatizado de Corcovado, devido a sua forma que lembraria uma corcunda (corcova).

O Corcovado fica na Serra da Carioca que faz parte da Floresta da Tijuca (Ty-Yuc – liquido podre, lama, brejo), a maior floresta urbana do mundo, com cerca de 33 Km2 e nele está a famosa Estátua do Cristo Redentor, uma das imagens mais conhecidas no mundo e cartão postal do Rio de Janeiro e do Brasil.

Em 1824, dois anos após a independência do Brasil, Dom Pedro I liderou uma expedição ao topo do Corcovado, abrindo um caminho para o cume. 35 anos mais tarde, em 1859 o padre lazarista Pedro Maria Boss encantou-se com a beleza do Corcovado e sugeriu à Princesa Isabel a edificação de um monumento religioso no local.

A construção da Estrada de Ferro

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Anos mais tarde, em 1822, D. Pedro II concedeu aos engenheiros João Teixeira Soares e Francisco Pereira Passos a permissão para construírem e explorarem a Estrada de Ferro do Corcovado, que só começou a funcionar em 1884 no trecho entre o Cosme Velho e as Paineiras da Estrada de Ferro do Corcovado com a presença da família real. O trem, na época a vapor, foi considerado um milagre da engenharia por percorrer tantos metros de linha férrea, em terreno totalmente íngreme. Este mesmo trem foi utilizado para levar as partes do Cristo Redentor ao topo do morro.

A via permanente tinha bitola métrica e em função do pesado gradiente – 668 metros de altitude a serem vencidos ao longo de 3,7 quilômetros – foi necessário adotar um sistema de cremalheira, no caso o sistema “Riggenbach”, já adotado na Suíça. A tração dos trens era feita a vapor. Em função do relevo do terreno obviamente a obra, apesar de curta, não foi fácil: as rampas adotadas variaram de 4 a 33%, raio de curva mínimo de 30 metros, cortes de até 18 metros de profundidade e um grande viaduto de aço, nas imediações da Estação Silvestre, com 170 metros de comprimento. A rampa máxima ocorria num pequeno trecho entre as estações de Paineiras e Alto do Corcovado.
Na mesma ocasião, inaugurou-se o Hotel das Paineiras e um ano mais tarde foi inaugurado o trecho final da estrada de ferro, ligando as Paineiras ao topo do morro Corcovado, completando assim a extensão total da Estrada de Ferro, com 3.800 metros.
No ínicio da década de 1910, a companhia canadense The Rio de Janeiro Tramway, Light and Power – conhecida como Light – concessionária da Estrada de Ferro do Corcovado desde 1906, transformou-a na primeira ferrovia do Brasil a ser eletrificada.

A construção do monumento

Somente em 1921 foi retomada a idéia da construção do monumento ao Cristo Redentor para marcar a comemoração do Centenário da Independência do Brasil no ano seguinte. Foi feita a primeira assembléia no Círculo Católico destinada a discutir o projeto e o local para a edificação do monumento. Na disputa, estavam o Corrcovado, o Pão de Açúcar e o Morro de Santo Antônio. A vontade de integrar a obra à natureza, porém, favoreceu a primeira montanha, cercada por uma bela porção de Mata Atlântica.

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Um abaixo-assinado com mais de 20 mil nomes solicitou ao presidente Epitácio Pessoa permissão para a edificação da estátua. A pedra fundamental da construção do monumento no morro do Corcovado foi lançada no dia 4 de abril de 1922 e em 1923 foi realizado um concurso de projetos para a construção do monumento ao Cristo Redentor. Segundo o projeto original do engenheiro Heitor da Silva Costa, o Cristo deveria segurar o globo terrestre em uma mão e uma cruz na outra. Mas a idéia de fazê-lo com os braços abertos caiu no gosto da população carioca e acabou prevalecendo. Em setembro foi organizada a Semana do Monumento, uma campanha nacional para arrecadação de fundos para as obras mas somente em 1926 é que foram iniciadas as obras de edificação do monumento.

A estátua foi feita na França pelo escultor francês Paul Landowski – pois acreditava-se, na época, que profissionais brasileiros não teriam experiência para executar a obra. Antes de a obra ser trabalhada em seu tamanho original, foram preparadas várias maquetes de gesso. As mãos da poetisa Margarida Lopes de serviram de modelo para as do Cristo.

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A estátua veio da França para o Brasil em pedaços. Só a cabeça era composta por 50 peças e cada uma das mãos media 3,2 metros de comprimento. Para levar esses objetos gigantes ao alto do Corcovado, foi usado o trem que ligava o morro à parte baixa do Rio de Janeiro, ferrovia existente desde o final do século XIX.
Gigantescos andaimes de madeira e ferro permitiam aos operários o acesso aos pontos mais altos da obra, enquanto as peças eram erguidas por um sistema de cabos e roldanas. As várias partes do Cristo eram ocas e foram encaixadas aos poucos na estrutura metálica montada para sustentar o peso da estátua.

A primeira parte a ficar pronta foi a cabeça. O Cristo foi surgindo, portanto, de cima para baixo. Todas as peças da parte externa foram revestidas com pastilhas de pedra-sabão, material que, apesar de ser facilmente riscado, resiste bem ao tempo e às variações de temperatura.

construcao-da-estatua-051Finalmente, em 1931, a estátua do Cristo Redentor foi inaugurada no dia 12 de outubro. O desenho final do monumento foi de autoria do artista plástico Carlos Oswald e a execução da escultura foi de responsabilidade do estatuário francês Paul Landowski. O monumento ao Cristo Redentor no morro do Corcovado tornou-se a maior escultura art déco do mundo. O evento de inauguração teve a presença do cardeal dom Sebastião Leme, do chefe do Governo Provisório, Getúlio Vargas, e de todo o seu ministério.

Por iniciativa do jornalista Assis Chateaubriand, o cientista italiano Guglielmo Marconi foi convidado a inaugurar a iluminação do monumento, a partir de seu iate Electra, fundeado na baía de Nápoles. Emitido do iate, o sinal elétrico seria captado por uma estação receptora instalada em Dorchester, na Inglaterra, e retransmitido para uma antena em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, de onde seriam acesas as luzes do Corcovado. No entanto, o mau tempo no dia prejudicou a transmissão e o monumento foi iluminado diretamente do Rio de Janeiro.

construcao-da-estatua2Em 21 de outubro, sob a orientação do cardeal dom Sebastião Leme, foi criada a Ordem Arquidiocesana do Cristo Redentor, em substituição à Comissão Organizadora do Monumento, tendo por objetivo administrá-lo e conservá-lo.

Por iniciativa do jornal O Globo, a iluminação definitiva substituiu, em 1932, o sistema de luz provisório instalado desde a inauguração.

A estação do trem do Corcovado é uma das construções mais antigas e bonitas do Cosme Velho assim como o monumento do Cristo Redentor por isso foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN) no ano de 1973 e em 1980 passou por uma recuperação por ocasião da visita do papa João Paulo II.

Vias de acesso

Existem duas maneiras de se chegar ao topo do morro do Corcovado: de trem e de carro. Da Estação do Corcovado, em Laranjeiras, é possível pegar os trens que saem a cada meia hora e levam vinte minutos para atravessar a Floresta da Tijuca e chegar ao topo.

O Cristo Redentor conta agora com três elevadores panorâmicos, cada um com capacidade para 14 pessoas. O acesso se dá por uma área que atende tanto os visitantes que chegam de carro quanto os que desembarcam na plataforma de trem da Estrada de Ferro do Corcovado. Também foram construídas passarelas metálicas, sustentadas por outra estrutura, com aproximadamente quatro metros de largura e quatro escadas rolantes, com capacidade de tráfego para 9 mil pessoas por hora. O passeio já começa aí, pois a torre, de 31 metros de altura, descortina a primeira vista da cidade. Para completar o acesso à estátua, quatro escadas rolantes foram instaladas.

E antes mesmo de chegar ao Cristo, os visitantes já conhecem um pouco da história do cartão-postal pois a Estação do Cosme Velho, totalmente revitalizada, transformou-se em um ambiente de lazer e entretenimento moderno e confortável. Uma nova área de embarque foi construída, além de lojas de apoio turístico, sala VIP e auditório. O grande destaque é o Espaço Cultural, onde se perpetua toda a rica história da Estrada de Ferro e do Monumento ao Cristo.

Do alto de seus 38 metros – e dos 710 metros do Morro do Corcovado -, o Cristo é a imagem da fé e da simpatia do povo carioca e completou, em 2008, 77 anos. Desde o ano de 2000, quando recebeu nova iluminação, o monumento e seus acessos vêm passando por um processo de revitalização. O ponto alto foi a inauguração do acesso mecanizado em 2002, com elevadores panorâmicos e escadas rolantes. Assim, não é mais preciso enfrentar os 220 degraus que levam ao pé da estátua.

Uma das novas 7 maravilhas do mundo

Em 2007, o Cristo Redentor foi declarado uma das 7 Maravilhas do Mundo, porém, foi no dia 7 do 7 de 2007 o Cristo Redentor foi eleito como um das novas 7 Maravilhas do Mundo Moderno, em uma eleição organizada pela New 7 Wonders Foundation, da Suiça, entre 21 monumentos participantes de todo o planeta.
Para que o Cristo constasse entre os sete eleitos, foi feita uma grande campanha nacional, com participação dos meios de comunicação, de políticos, atores, artistas e diversas entidades. Acredita-se que devido a exposição na mídia em todo mundo, o fato de o Cristo Redentor ter se tornado uma maravilha, poderá aumentar significativamente o turismo no Rio de Janeiro. As outras novas maravilhas do mundo são: Taj Mahal na Índia, Coliseu na Itália, Grande Muralha da China, Macchu Picchu no Peru, Petra na Jordânia e a pirâmide de Chichen Itza no México.


Curiosidades sobre o Corcovado e o Cristo Redentor

Inauguração: O célebre Assis Chateaubriand teve a idéia de inaugurar o Cristo Redentor a distância, a partir de um iate fundeado na Baía de Nápoles, na Itália. O dono do iate, o cientista Guglielmo Marconi deveria emitir um sinal elétrico a partir da embarcação, que seria retransmitido para o Brasil através de uma estação receptora instalada em Dorchester, na Inglaterra. O sinal chegaria a uma antena em Jacarepaguá e de lá seria emitido um novo sinal para o Corcovado, ligando as luzes da iluminação da estátua do Cristo Redentor. Mas houve uma falha técnica e acabou que a iluminação do Cristo foi mesmo acionada diretamente do Rio de Janeiro em sua inauguração no dia 12 de Outubro de 1931.
Material usado e dimensões do monumento: Construída em concreto armado, revestido por pequenos triângulos de pedra-sabão onde, dizem, por trás de cada uma dessas pequeninas placas foram escritos pedidos, bênçãos e orações. Encontra-se sobre um pedestal de 8 metros de altura, onde há uma capela para 150 pessoas, a estátua mede 30 metros de altura; a distância entre os extremos dos dedos é de 30 metros; seu peso total é de l.l45 toneladas, sendo que a cabeça pesa 30 toneladas e os braços 88 toneladas cada um. A cabeça mede 3,75 metros.
Disputa: Os direitos de imagem da estátua no topo do Corcovado são centro de uma disputa que parece não ter fim. Há três grupos proclamando-se os donos da imagem do Cristo Redentor: a família do escultor Paul Maximilian Landowski, a Prefeitura do Rio de Janeiro e a Arquidiocese do Rio de Janeiro. A família de Paul Maximilian Landowski move ações em diversos tribunais, querendo receber direitos autorias sobre qualquer uso da imagem do Cristo, incluindo publicidade, postais, pôsteres, livros e outros souvenires. A Prefeitura do Rio e a Arquidiocese não chegam a ir tão longe, mas disputam o direito de administrar a estátua. A arquidiocese tem o argumento que recebeu a estátua de presente da União, em 1934, enquanto a prefeitura acredita tratar-se de um símbolo da cidade, sendo patrimônio histórico do Rio de Janeiro.
Acesso: Outra polêmica envolvendo o Corcovado, é o controle e a administração do parque que cerca a estátua do Cristo Redentor. Atualmente quem administra a área é a União através do Ibama, mas a administração é muito precária é já houve, no passado, casos graves de desvios de verba. A Prefeitura do Rio de Janeiro e o Estado do Rio de Janeiro entraram na briga pela administração do parque, após o Cristo Redentor ter sido declarado maravilha do mundo. Pelo que tudo indica o IBAMA vai continuar a administrar o parque. Todos esperam que finalmente o Corcovado se livre de problemas rotineiros, como exploração de taxistas e flanelinhas, superfaturamento das lojas, banheiros em estados precários, falta de estacionamento, desvio de verbas das bilheterias e assaltos nos acessos a estátua.

Duração da viagem de trem: cerca de 20 minutos.

Capacidade: 360 passageiros por hora

Velocidade da subida: 15 km/h

Velocidade da descida: 12 km/h

Peso do Trem: Máquina + carro = 36,8 toneladas
Endereço: Rua Cosme Velho 513 – Cosme Velho – Rio de Janeiro - RJ

Horário de Funcionamento: das 8:30h às 18:30h, saídas a cada meia hora, de Segunda à Domingo.

Valor do ingresso: R$ 36,00 (atualizado em 02/02/2010)

FONTES

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