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Title: Ferrovia gera o caos a população de Juiz de Fora
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Pedestres disputam os trilhos com as composições que, a 30 km/h, desafiam a paciência dos motoristas ...
Pedestres disputam os trilhos com as composições que, a 30 km/h, desafiam a paciência dos motoristas


Leonardo Costa
linha ferrea
Trinta composições cortam o Centro de JF diariamente, e levam até uma hora para completar a travessi
JUIZ DE FORA - Colisões, atropelamentos e retenções no tráfego são os principais transtornos provocados pelas composições nos 20 quilômetros de trilhos que cortam o núcleo urbano de Juiz de Fora. Por ficar exposta à circulação de veículos e pedestres, inclusive no Centro da cidade, a ferrovia foi palco de nove colisões e 20 atropelamentos entre os anos de 2008 e 2010.

Há cerca de dez dias, um trem com mais de 130 vagões descarrilou na altura do Bairro Vila Ideal. O maquinista se viu obrigado a frear bruscamente para evitar o atropelamento de um homem que estava parado nos trilhos no Bairro Poço Rico. A composição, que seguia de Itaguaí (RJ) para Belo Horizonte, sem carga, ficou parada à espera do concerto.

A Linha do Centro, que liga Belo Horizonte ao Rio de Janeiro, cortando Juiz de Fora, pertencia à extinta Rede Ferroviária Federal (RFSSA) e foi concedida à MRS Logística. A empresa também detém o direito de utilização de 1.700 quilômetros de ferrovias na malha Sudeste do país. Com sede operacional em Juiz de Fora, a companhia revela que, em média, 30 composições passam diariamente pelo município, com velocidade de até 30 quilômetros por hora.

Formadas, em geral, por duas locomotivas e 134 vagões, as composições levam até uma hora para completar a travessia no trecho urbano. A Linha do Centro é utilizada somente por composições vazias que seguem para as regiões mineradoras. Já os trens carregados viajam no sentido BH-Rio, pela Ferrovia do Aço, cruzando cidades da Região Central, Campo das Vertentes e Sul de Minas.

“Espero que as promessas de construção de viadutos e travessias sejam cumpridas”, assinalou o vendedor Leandro Santos de Souza, 27 anos, enquanto aguardava passagem de mais um trem na Rua Benjamin Constant, Centro. A composição atravessou a cidade por volta de 11h30, em pleno horário de pico. A longa fila de carros se estendia também pela Avenida Francisco Bernardino, provocando a ira dos motoristas mais apressados. “Estou perdendo minutos preciosos do meu horário de almoço”, lamentou.

O radialista e cadeirante Ronaldo Mineiro, de 64 anos, morador do Bairro Poço Rico, utiliza a passagem sobre a linha férrea diariamente. Por causa de suas limitações, o cuidado é redobrado. “Já presenciei situações em que pessoas quase foram atropeladas. O ideal seria construir passagens do tipo mergulhão”, disse.

Nas principais passagens em nível da cidade é fácil flagrar os pedestres apressados cruzando a ferrovia a poucos metros das locomotivas que se aproximam.

Ciente destes transtornos, o vereador José Emanuel (PSC) enviou uma representação ao Ministério dos Transportes, Agência Nacional de Transportes Terrestres (Antt) e à MRS Logística. “Sabemos que durante o dia as passagens em nível ficam interrompidas, pelo menos, por quatro horas. Por que não adequar os horários, preferencialmente à noite?”

Viadutos e pontes vão custar R$ 70 mi

O desrespeito de pedestres e motoristas aos avisos de “Pare, Olhe e Escute”, instalados nas travessias férreas, é um dos problemas enfrentados pelos administradores da ferrovia e pelo poder público de Juiz de Fora.

O gerente corporativo de Concessão e Arrendamento da MRS Logística, Sérgio Carrato, informou que a companhia adota várias medidas para evitar acidentes, que, muitas vezes, envolvem bêbados, drogados e suicidas.

A empresa está construindo, ao longo da linha férrea, muros de alvenaria com telas de proteção para impedir o acesso à ferrovia. Campanhas educativas são feitas nas passagens em nível mais movimentadas para alertar os riscos.

Também foram instaladas câmeras de segurança no Centro e bairros Poço Rio e Araújo. As travessias mais perigosas também contam com o auxílio de vigilantes.

Sérgio Carrato assinalou ainda que a empresa custeou a elaboração dos projetos para a construção de viadutos e passagens por baixo da linha em Juiz de Fora.

Os planos foram doados à prefeitura. A Secretaria Municipal de Obras, por sua vez, informou que está em entendimento com a União para a liberação de recursos da ordem de R$ 70 milhões, o que pode ocorrer ainda este ano.

Obras vão possibilitar escoamento do tráfego


O projeto prevê a construção de dois viadutos nos bairros Mariano Procópio e Poço Rico, e duas trincheiras (travessias por baixo da linha) no cruzamento da Rua Benjamin Constant, com Avenida Francisco Bernardino, e no acesso ao Terreirão do Samba, ambas no Centro.

O projeto também traz a construção de três pontes nos bairros Mariano Procópio, Avenida Brasil (altura do Terreirão Samba) e Poço Rico, possibilitando o escoamento do tráfego por um sistema de mão única.

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Anderson Nascimento disse... 23 de agosto de 2011 às 21:05

Moro em uma cidade com o mesmo problema. Quando participo de algum embate quanto ao transtorno causado pela linha férrea sempre pergunto: O trem já passa ali a quanto tempo? Quem cresceu desordenadamente, sem um projeto de adequação a linha férrea que já estava lá? Aí ninguém responde. É muito fácil dar sugestão de milhões pra retirada de pátio de manobras, remoção de linhas, entre outras observações que temos que ouvir, mas ainda não houvi um ex-prefeito ou ex-vereador assumir que a cidade não teve um projeto de desenvolvimento adequado.

denir disse... 24 de agosto de 2011 às 14:34

Concordo com o Anderson. E por que priorizar sempre o automóvel?

Lavras Além do Tempo disse... 24 de agosto de 2011 às 19:45

Verdade! O problema é que foram se passando os anos e não houveram investimentos em infra estruturas que permitissem uma sinergia entra a estrada de ferro e os grandes centros urbanos. A meu ver algo simples de se resolver... Bem mais fácil que o caos gerado pelo transtorno dos carros, caminhçoes e ônibus nas estradas que em cinco anos mataram mais de 290 mil pessoas. Isto sim é pior que uma guerra civíl.

 
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