Investir no transporte contribui para melhorar a eficiência produtiva da população
É o que afirma o presidente da recém-criada Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), Joubert Flores, que defende continuidade dos investimentos em mobilidade para melhorar qualidade de vida
Foto: Divulgação/Metrô Rio
Criada em janeiro deste ano, a Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos) pretende aprimorar o setor. A retomada dos investimentos em diversos projetos de mobilidade urbana nas principais cidades do país comprova que a tendência é manter a expansão nesta década, na qual o Brasil será o centro das atenções no mundo devido, principalmente, à realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas.
Em entrevista à Agência CNT de Notícias, o presidente da ANPTrilhos, Joubert Flores, se diz otimista em relação às obras de transporte previstas para o segmento que representa. Confira:
Como a criação da ANPTrilhos vai influenciar o setor?
Primeiro, estamos tentando arrumar a casa. A área de transporte de passageiros sobre trilhos teve, durante muito tempo, um desenvolvimento muito pequeno, muito lento para o tamanho das cidades brasileiras. Se você comparar São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre, entre outras, com cidades do mesmo porte ou menores, vai ver que esse tipo de transporte é estruturante. É o que ocorre, por exemplo, em Londres, Paris e Nova Iorque. Sempre estivemos a um passo atrás, mas nos últimos quatro anos a gente começou a ter um renascimento disso.
Então esse é o momento para demonstrar para quem tem poder de decisão que, para termos cidades do tamanho das nossas, organizadas e com qualidade de vida, as pessoas têm de ter possibilidade de se deslocar. E o transporte sobre trilhos é efetivamente um transporte de massa, não é um transporte coletivo como o ônibus, em que a capacidade é muito menor. Por isso, o ideal é trabalhar em conjunto com os transportes estruturantes.
Quais as prioridades da associação?
Vamos trabalhar para mostrar a utilidade e os benefícios dos projetos de transporte de passageiros sobre trilhos nas cidades. Além disso, vamos tentar viabilizar projetos que facilitem a operação e o custeio do setor. O Congresso Nacional, por exemplo, já discute desde a outra legislatura um programa para desonerar o transporte público. Isso é uma coisa que interessa a todos, pois baratearia o custo da tarifa para os passageiros, aumentaria a escala das pessoas que são transportadas pelas operadoras.
Por que retomar agora os investimentos na área?
Imagino o seguinte: a gente sempre teve dificuldade, eu falo mais do Rio de Janeiro do que dos outros lugares, para seguir um plano diretor de crescimento. O problema é que, nas mudanças de governo, quando o anterior investia em um sentido, o sucessor não necessariamente dava continuidade a isso. São Paulo foge um pouco dessa regra e já tem, hoje, uma coisa mais estruturada.
O que mudou agora, e que motiva essa mudança de visão sobre os investimentos nesse setor, é que as pessoas estão levando mais de duas horas para se deslocar de casa para o trabalho nas grandes cidades. Com isso, há uma perda de qualidade de vida e perda de produtividade.
Investir no transporte é uma maneira de melhorar a eficiência produtiva. Se você dá um transporte mais rápido e eficiente, em condições confortáveis e que leve menos tempo, você consegue atender socialmente as pessoas, que poderão se dedicar mais ao trabalho, estudo, lazer e alimentação.
Acredito que caiu a ficha em relação às obrigações do Estado a respeito de educação, saúde e segurança. Se você não der condição de acesso para as pessoas nos grandes centros, o desempenho profissional e, consequentemente, o resultado do trabalho das empresas são prejudicados. Melhorar o transporte é uma maneira de melhorar a qualidade de vida.
As pessoas poderão ver grandes avanços e resultados nas obras do setor que estão em andamento?
Acredito que sim. As obras do setor têm uma maturação razoavelmente lenta, são demoradas e, geralmente, caras. O Brasil vai sediar a Copa do Mundo de 2014 e o Rio, além disso, as Olimpíadas de 2016. É uma oportunidade e tanto para que as cidades possam herdar o legado positivo desses eventos. Para conseguir cumprir as exigências dos comitês organizadores você realmente tem que implementar essas obras em quatro anos. Então acredito que muita coisa será implantada por conta desse compromisso. Os benefícios vão além, pois, a exemplo de outras cidades no mundo que sediaram esses eventos, como Pequim, Atenas e Barcelona, o processo de investimento para desenvolver as cidades e regiões do entorno continuam.
No Rio de Janeiro muita coisa não vai ficar pronta para 2014, como a extensão da linha do metrô até a Barra que será finalizada em 2016. Mas, de qualquer maneira, é uma obra que está desde 1997 para ser iniciada e só agora se cristalizou. Então, pelo lado positivo disso, isso serviu para impulsionar o processo de desenvolvimento.
Aerton Guimarães
Redação CNT
Presidente do AFPF - Assoc. Fluminense de Preservação Ferroviária
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qual a posibilidade de se manter os trens de passageiros em são paulo, no periodo de pico na zona leste no horario de pico ou seja das 6 horas da manhã as 9 horas e no periodo da tarde das 17 horas as 20 horas.Estes trens viriam coletando passageiros de mogi até a estação corintians - itaquera e dai até a estação luz sem parada deixano assim o metro um pouco mais aliviado para recolher os demais passageiros ao longo do trecho cm um conforto e fluidez mais tranquilo
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