Sexto trem turístico no Estado vai circular 2,5 quilômetros em Rio Acima, transportando até135 passageiros
Jáder Rezende - Repórter - 11/03/2011 - 03:29
CRISTIANO COUTO
Vagões estão em Rio Acima à espera da locomotiva alemã usada no transporte de cana-de-açúcar
Mais uma Maria-Fumaça vai entrar nos trilhos em Minas Gerais, a primeira na Grande BH, aumentando para seis o número de trens centenários que compõem os roteiros turísticos do Estado. Depois de São João del-Rei, Ouro Preto, Passa Quatro, São Lourenço e Ipatinga, agora é a vez do município de Rio Acima oferecer essa modalidade de passeio, nas trilhas da Estrada Real.
Antigas estações estão sendo revitalizadas para a empreitada, que despertou o interesse de municípios vizinhos. A Prefeitura de Nova Lima agiliza o processo de recuperação de sua malha ferroviária para ampliar o circuito de 2,5 quilômetros para 11 quilômetros, até o distrito de Honório Bicalho.
A primeira Maria-Fumaça a operar na Grande BH foi adquirida pela Prefeitura de Rio Acima, em parceria com a iniciativa privada. A restauração foi em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo. O material rodante (mourões e trilhos) foi doado pela Ferrovia Centro-Atlântica e os três vagões, com capacidade para transportar até 135 passageiros, já estão estacionados na antiga Estação de Rio Acima.
Uma empresa privada, ainda não definida, vai gerenciar todo o processo, visto como a grande redenção para a economia do município, cuja economia gira em torno do comércio e de serviços. "Estamos agilizando as obras para oferecer toda a estrutura necessária para os turistas", afirma o prefeito Raimundo Cirilo da Silva (PMN).
As intervenções abrangem principalmente o entorno da velha estação ferroviária, erguida em 1890 e desativada em 1996, e que abrigará o Museu Ferroviário. A secretária de Turismo e Cultura, Jordânia Ribeiro, informou que o acervo está sendo catalogado e que o museu vai ser inaugurado antes do início da operação da Maria-Fumaça.
Segundo o presidente do Conselho Municipal de Turismo (Comtur) de Rio Acima, Flávio Garcia Iglesias, dois vagões são do tipo executivo e um panorâmico, todos dotados de ar-condicionado, sistema de som e monitores de TV. A idéia, segundo ele, é oferecer passeios que remetam à "mineiridade", com violeiros a bordo tocando repertório de músicas caipiras. "A locomotiva será trazida para a Grande BH assim que concluirmos a garagem para acomodá-la", disse Fernandes. Segundo ele, a escolha do modelo obedeceu a uma série de normas, principalmente as de segurança.
Aquisição de peças foi minuciosa
A aquisição de peças originais para a restauração do veículo, ainda segundo Iglesias, foi também minuciosa. "Uma verdadeira garimpagem. Como o percurso a ser coberto pela Maria-Fumaça tem cinco passagens de nível, tivemos que optar por uma locomotiva adaptável".
A locomotiva alemã fabricada em 1924 pela Oresten & Craft, que fará o percurso rio Acima-Nova Lima, era usada para transportar cana-de-açúcar na Paraíba e foi arrematada em um leilão em São Paulo, por R$ 420 mil. Já os três vagões, mais modernos, foram adquiridos em Santa Catarina.
Fonte: Flávio Iglesias de Rio Acima
Postar um comentário
Postar um comentário