25/10/2011 - Agência Câmara
A Subcomissão de Fiscalização e Acompanhamento das Obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e do programa Minha Casa, Minha Vida recomendou ao Tribunal de Contas da União (TCU) a retomada das obras de 211 quilômetros em Tocantins da Ferrovia Norte-Sul. O relatório com a determinação, elaborado pelo deputado Nelson Bornier (PMDB-RJ), foi aprovado pela subcomissão na quarta-feira (19).
O trabalho foi suspenso pelo Tribunal de Contas da União (TCU) por indícios de sobrepreço de R$ 81 milhões, de um total de R$ 537 milhões, para construção do trecho entre os municípios de Alvorada (TO) a Santa Rita (TO). Quando concluída, a ferrovia possuirá a extensão de 1.980 km e cortará sete estados: Pará, Maranhão, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Após a determinação do TCU para que 10% dos valores a serem pagos à empresa contratada fossem retidos, a Justiça Federal concedeu suspensão dos efeitos da medida administrativa. Segundo Bornier, há necessidade de conclusão das obras, por já estarem adiantadas e pelos prejuízos financeiros que a paralisação pode causar.
De acordo com dados da construtora responsável pela obra, citados pelo relator, os prejuízos com a paralisação poderiam chegar a R$ 200 milhões, pois a obra passaria o inverno sem proteção de drenagem. Para a conclusão desse trecho da Ferrovia Norte-Sul faltam ser feitos a drenagem, 20 km de grade ferroviária, lastramento e nivelamento de linha, a um custo de R$ 150 milhões, “pequeno em relação à obra”, segundo Bornier.
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“Como conseguir 700 km de ferrovias a custo mínimo”
Filomeno
Por estes dias, olhando a última edição do mapa publicado pela Revista Ferroviária, verifiquei que, otimismo à parte, existem dezenas de linhas pontilhadas ligando todo o Brasil (que significam linhas ferroviárias ainda em planejamento, nem em projeto). Talvez os 10.000 km prometidos estejam escondidos aí. Como se sabe, papel aceita tudo. Aceita até um artigo como este tentando propor alguma coisa aos burocratas de Brasília, como vocês verão abaixo.
Prestando atenção ao mesmo mapa, vi que seria possível, com um pouco mais de planejamento e interesse pelo erário (e não das empreiteiras), seria possível obter “de graça” 700 km de ferrovias. Não é nada, não é nada, são 7% que ofereço ao plano da Presidenta Dilma. Vamos lá.
A Ferrovia Norte-Sul, aquela, sem pátios de cruzamento e com alguns trechos que as locomotivas terão que percorrer em estradas de terra, tem planejado (não projetado…) um trecho, em bitola larga, que ligará Anápolis (GO) a Panorama (SP), passando por Santa Fé do Sul (SP). Ali, ela irá se cruzar com o que era o final da linha da antiga EFA – Estrada de Ferro Araraquara, atualmente ALL, com o início da Ferronorte (também em bitola larga).
Em sequência, o trecho restante deverá ser construído até Panorama, ponto final dos trilhos do antigo Tronco Oeste da Companhia Paulista de Estradas de Ferro (que também possui bitola larga). Próximo a Andradina, irá se cruzar com os trilhos da antiga Estrada de Ferro Noroeste do Brasil (esta em bitola métrica).
Na cidade de Colômbia, divisa do Estado de São Paulo com Minas Gerais, encontra-se o ponto final do tronco principal da Companhia Paulista, com bitola de 1,60 m, abandonado há alguns anos entre Colômbia e Araraquara. Esse trecho vai encontrar-se em Araraquara com o ponto inicial da antiga Estrada de Ferro Araraquara.
A Ferrovia Norte-Sul, ainda em Anápolis, poderia ir para Colômbia, ao invés de Santa Fé do Sul, pois Anápolis e região eram a diretriz natural do traçado inicial da CP. Cogitou-se na época da construção de Brasília o prolongamento desse trecho pela CP. Pode-se ver pelo mapa que o trecho que propomos tem um comprimento (e, portanto um custo) inferior ao planejado inicialmente. Construir trechos compridos só para dizer que construiu e chegar rápido aos 10.000 km não vale!
De qualquer forma, a reativação do trecho Colômbia-Araraquara já daria 250 km de linhas reativadas. E ainda por cima ativaria uma rota de contingência, pois qualquer problema entre Santa Fé do Sul e Araraquara impactaria, pelo plano do governo, no tráfego de duas ferrovias. A própria Norte-Sul e a ALL que vem de Mato Grosso.
O mapa com um traçado constando em São Paulo Trem jeito “Como conseguir 700km de ferrovia a um custo mínimo” mostra, com a linha em preto, o traçado proposto. Note que a linha pontilhada em laranja é o trecho planejado da Ferrovia Norte-Sul.
Porém, vejam os leitores, para corroborar nossa afirmação acima, da incompetência dos órgãos governamentais que lidam com ferrovias, afirmamos que alguns trechos desse mapa já estão erradicados, outros existentes não estão presentes no mapa (não digo quais são, eles que achem) e (MILAGRE!), pelo mapa a cidade de Piracicaba voltou a ser atendida por trens (embora não se saiba o que possa ter acontecido com Rio Claro). Se não dá nem para acreditar num mapa editado por eles, imagine só acreditar nos planos que eles fazem… Para não dizerem que estamos inventando ou estamos mal intencionados, o site é o:
http://www2.transportes.gov.br/bit/03-ferro/mapas-ferro.html .
Continuando nosso plano, para se atingir Panorama, bastaria a reativação do antigo tronco oeste da Companhia Paulista, sem utilização além de Pederneiras e assim se somam mais 450 km de linhas, num total de 700 km, reativados e com ligação direta ao Porto de Santos, fazendo a mesmíssima função de um trecho que se for construído, passará por um número mínimo de cidades e demorará ainda muitos anos para ser realidade.
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