"Cerrado Verde" poderá contar com ramal ferroviário

09/02/2013 - Diário do Comércio

O projeto de implantação de um polo de fertilizantes em São Gotardo, no Alto Paranaíba, já atrai a atenção de grandes empresas do setor, informa o prefeito Seiji Sekita. O empreendimento deverá ser viabilizado por investimentos bilionários na produção de potássio previstos na região.

Fertilizante

O mineral é um dos insumos utilizados na fabricação do fertilizante NPK, porém, atualmente quase toda a demanda interna é atendida pelas importações. O projeto "Cerrado Verde" da Verde Fertilizantes poderá mudar esse cenário. A companhia pretende investir cerca de R$ 6 bilhões para produzir até 3 milhões de toneladas de cloreto de potássio nos próximos anos.
Conforme Sekita, na última semana, representantes de empresas interessadas no projeto do polo no Alto Paranaíba se reuniram na sede da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), em Belo Horizonte. Entre elas, segundo ele, estava a Fertilizantes Heringer, uma das maiores no país, e a Terrena, com planta em Patos de Minas.

As duas empresas produzem a mistura NPK, que compreende o potássio, o fósforo e o nitrogênio. O prefeito de São Gotardo lembra que outro importante insumo, o fósforo, deverá ser extraído na região pelo Projeto Salitre, da Vale Fertilizantes.

Na reunião, que contou também com a presença de representantes de outras empresas e entidades, como, por exemplo, a Vale, Verde Fertilizantes e a Cooperativa Agropecuária do Alto Paranaíba, além dos governos estadual e municipal, foi discutida a criação de um ramal ferroviário para escoar a produção, tanto de fertilizantes quanto de grãos.

A estrada de ferro teria cerca de 80 quilômetros, ligando São Gotardo à Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), controlada pela Vale nas proximidades do município de Ibiá, também no Alto Paranaíba. O empreendimento deverá ser viabilizado por uma parceria público-privada (PPP).

Pátio Ferroviário de Ibiá

Localização

Sekita destacou a localização estratégica do município, que está próximo dos principais mercados consumidores de fertilizantes no país, como, por exemplo, o Mato Grosso e Goiás. Além disso, com a ferrovia, a produção regional poderá ser facilmente enviada para o porto de Tubarão, no Espírito Santo.

Para abrigar as empresas interessadas em investir no polo será criado um distrito industrial no município. Porém, o prefeito afirma que a disponibilização da área e a continuidade do projeto somente ocorrerá com a viabilização da produção do potássio na região.

A Verde Fertilizantes mantém negociações com o governo estadual para tornar viável a operação no país. No Brasil o custo de produção de potássio chega a ser 160% superior ao verificado nos principais concorrentes internacionais, que são o Canadá e a Rússia.

A companhia já iniciou o licenciamento ambiental do empreendimento. O Estudo de Impacto Ambiental será avaliado para que a Licença Prévia seja analisada pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam), vinculado à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.

Fonte: Revista Ferroviária