As MX620 foram as sucessoras naturais das G12 nas linhas da antiga RMV. Sem nenhum apelo estético, porém confiáveis e valentes, ainda são a principal força nos piores trechos da linha. |
Em 1975 foi criada pelo governo federal a CCPCL - Comissão
Coordenadora da Política de Compra de Locomotivas, visando capacitar o Brasil
com mais duas fábricas de locomotivas. Foi apontado por esta comissão que, a
partir de 1980, o Brasil necessitaria de 300 locomotivas e 8 mil vagões por ano.
Até aquele momento, o único fabricante era a General
Electric, em Campinas, com capacidade de 120 locomotivas por ano.
Surgem então:
“Villares” - Grupo General Motors (Electro-Motive
Division-EMD, Estados Unidos) e GEC Traction (Inglaterra). Local: Araraquara,
SP.
“Emaq” - MLW / Bombardier (Canadá) e MTE (França). Local:
Magé, RJ.
Em 17 de Março de 1980 a Emaq entrega as duas primeiras
locos MX620, com os números 1901 e 1902 para a RFFSA / SR2 (antiga R.M.V.), de
uma encomenda de 74 unidades. O índice de nacionalização nas primeiras
locomotivas foi de 12% e nas últimas de mais de 50%, com o preço de cada unidade
girando em torno de US$ 1,3 milhões.
Devido a saldos na balança comercial com a Espanha, algumas
locomotivas vieram pré-montadas pela CAF - Cia. Auxiliare de Fabricacion),
recebendo na Emaq peças e componentes produzidos no Brasil. O mesmo não ocorreu
com as locomotivas GM SD40-2, da qual vieram da Espanha (Macosa) 36 unidades
prontas para entrar em serviço na RFFSA / SR3 (números 5211 a 5246).
Apesar de os componentes terem várias origens (Canadá, USA,
Espanha, Brasil...), a locomotiva não apresentou nenhum problema sério em
operação.
Estas locomotivas estão sediadas em:
6101 a 6166 em Divinópolis, MG
6167 a 6174 em Lavras, MG
Operaram com tração tripla em trens de petróleo / cimento /
grãos na rota Belo Horizonte - Brasília, recebendo auxílio de mais 1 locomotiva
entre Tigre e Campos Altos, para transpor o trecho pesado da Serra do Tigre com
30 vagões carregados.
Na rota de Arcos (MG) a Volta Redonda (RJ) operavam em tração dupla
substituindo 4 locomotivas G12 antes empregadas para rebocar o trem de 22 a 24
vagões de calcário para a CSN. Quando havia sobra de G12's no trecho, a mesma
era acoplada às MX para vencer as rampas pesadíssimas da serra da Mantiqueira
entre Lavras e Augusto Pestana, com 1.260 metros de altitude. Estudos feitos
pela RFFSA apontaram o peso ideal para as MX620 em 120 toneladas, e não 96
toneladas, como foram construídas. Com esse peso a locomotiva tem sua capacidade
(esforço de tração) aumentada e pode movimentar um trem mais pesado.
Atualmente elas são operadas pela concessionária FCA, ainda prestando serviços
nas fortes rampas das linhas mineiras. Existem estudos para a troca dessas
máquinas, que devido à idade começam a perder força e confiabilidade, mas
nenhuma substituta até agora conseguiu se manter tão bem quanto as veteranas MX,
que ainda reinam absolutas na rota do calcário, além de cumprirem suas tarefas
nas outras partes da linha, onde as grandes locomotivas articuladas não podem
trafegar por restrição de gabarito.
Fonte: http://mestreferroviario.blogspot.com.br/2013/05/as-locomotivas-mx620.html
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