A empresa ALL foi condenada por demolir uma caixa d’água que integrava uma estação, considerada de valor histórico. Concessionária pode recorrer da decisão
A América Latina Logística (ALL) – concessionária do setor ferroviário que atua no Paraná – foi condenada a pagar uma indenização no valor de R$ 300 mil, por ter causado danos ao patrimônio histórico do país. A sentença foi proferida nesta semana pela 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4).
De acordo com a ação civil pública ingressada pelo Ministério Público Federal (MPF), a ALL é responsável pela destruição de uma caixa d’água construída em 1935 e que integrava a Estação Ferroviária de Jataizinho, Norte do estado. O MPF acrescenta que o processo de tombamento da estação está em andamento e que a construção tem valor histórico.
Para a Promotoria, não havia perigo ou estado de necessidade que justificasse a demolição da caixa d’água. No processo, a ALL justificou a demolição, alegando risco de desabamento e necessidade de proteção ambiental, o que, de acordo com a Justiça, não ficou comprovado.
De acordo com o relator do processo, desembargador federal Fernando Quadros da Silva, as estações da extinta RFFSA pertencem ao Poder Público Federal, sendo dispensável o tombamento para que tenha proteção. “Deve prosperar a pretensão indenizatória, uma vez que houve o dano, produzido por uma ação precipitada da requerida, que agiu por conta e risco, sobre um bem de propriedade do Poder Público Federal”, afirmou em seu voto.
Em nota divulgada na tarde desta sexta-feira (29), a ALL informou que tem conhecimento da decisão do TRF4, mas esclareceu que ainda não foi intimada do teor da decisão. O comunicado alega que o bem não é tombado e que, por isso, não tem valor histórico. A empresa acrescenta que, ao assumir a malha, em 1997, a caixa d’água em questão já se encontrava em estado de deterioração.
Ao meu ver, antigos administradores da extinta RFFSA e da FEPASA, também deveriam sentar no banco dos réus por ter permitido abandono e destruição de Ativos adquiridos com recursos do povo brasileiro: centenas e centenas caixas d'àgua, giradores de vagões, rotundas, oficinas e estações ferroviárias - muitas das quais estava em bom estado de conservação), assim como, milhares de vagões, locomotivas e equipamentos. É de chorar o que gente encontra abandonado por ai, se nenhuma serventia.
Comentário de Marcio Assad do Paraná:
esta máteira é uma colaboração do DR. ANTÔNIO PASTORI
Pesquisador Ferroviárista
Consigliere & Ricercatore Ferroviarista
acdpastori@gmail.com
Comentário de CFVV:
É o caso e começar a buscar solução para oq ue está acontecendo em Minas Gerais, onde nem a inventariança, nem o governo, nem a FCA, nenhum deles se moveram para preservar o parque ferroviário de RFFSA. Pelo contrário...
Quem desejar preservar alguma coisa, terá que fazer por meio de ação judicial. Uma situação no mínimo estranha, bizarra mesmo. Pois como sabemos, o crime se instalou em todo o complexo abandonado e ninguém, mas ninguém mesmo toma providencias! Estão desmontando tudo que podem para servir de sustento a cracolândia, a corrupção de menores, o acervo se tornou motel público, além de que roubam tijolos, telhas, madeira, trilhos, portas, janelas e por ai afora.
Como se pode ver em pouco, mas bem pouco tempo mesmo não teremos nada por que reclamar. Enquanto isso...
Elegeu-se mais um palhaço em São Paulo entre outros tantos bananas que nada farão para mudar este País. Alguns babacas no Rio e em Minas, muitos para Brasília. O que na verdade da razão ao Palhaço: Pior que ta, realmente não fica!
Nós é que falamos no vazio, porque eles são surdos, são biltres, são egoistas e o pais que eles conhecem usa saias e dorme com eles.
Desculpem minha agressividade nas palavras meus amigos, mas não é mais caso para se ter vergonha em uma nação que sobrevive na ausência dela.
saudações ferroviaristas.
Cesar mori
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Em Araguari-MG, a prefeitura anda picotando o antigo pátio ferroviário (agora centenário) da Estrada de Ferro Goyaz / RFFSA, tombado pelo patrimônio local e estadual. O pátio não é da prefeitura, mas ela se sente no direito de destruí-lo. Apesar de tombado, apesar de fazer denúncias à promotoria local, à de BH e à federal, nada adianta. Ninguém se sensibiliza e acha a defesa do Patrimônio Ferroviário um atraso pra cidade.
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