Já o Executivo estadual deve contratar, até novembro, um estudo prévio de viabilidade de aproveitamento da malha existente na RMBH. A subsecretária de Desenvolvimento Metropolitano da Sedru, Maria Madalena Garcia, explicou que está sendo usado no projeto um fundo específico da RMBH. Daí a restrição a essa região, que concentra 330 quilômetros de malha em 21 municípios. Em nove meses, segundo ele, o Estado deve ter os resultados do estudo. "A volta dos trens de passageiros foi a tônica de todas as reuniões que o Estado está fazendo sobre o Plano Diretor da Região Metropolitana", disse. Afonso Carneiro Filho acrescentou que, a partir do levantamento na RMBH, a União pode estudar a ampliação do projeto para as cidades-polo no entorno da RMBH.
Comunidades pedem o Trem Bom de Minas, de BH a Lafaiete
Autoridades e cidadãos se organizaram para reivindicar, durante a audiência, a implantação do trem de passageiros na região do Alto Paraopeba, beneficiando, além de BH e Lafaiete, as cidades de Ibirité, Sarzedo, Mário Campos, Brumadinho, Moeda, Jeceaba, Congonhas e Belo Vale. O prefeito de Congonhas, Anderson Costa Cabido, que também preside a Associação das Cidades Históricas e o Consórcio Público pelo Desenvolvimento do Alto Paraopena (Codap), anunciou que uma comitiva de prefeitos irá a Brasília levar ao Ministro dos Transportes o pedido de apoio para o Trem Bom de Minas. "Nossas cidades são dependentes da mineração, e o turismo seria uma ótima opção de geração de renda", afirmou.
Já a vereadora de Brumadinho e representante da comissão Volta aos Trens das Regiões Metropolitna e Paraopeba, Lílian Paraguai, completou que essas cidades são servidas pelas BRs 040 e 381, ambas com gargalos e altos índices de acidentes. Ela também lembrou que o Alto Paraopeba é uma das regiões que mais crescem em Minas. Lílian entregou ao representante do Ministério dos Transportes um manifesto com duas mil assinaturas pedindo que viabilize o estudo técnico de viabilidade para o trecho BH-Lafaiete. A comissão já tem convênio com a UFMG para esse trabalho.
O professor Nilson Tadeu Nunes, do Departamento de Engenharia de Transporte e Geotecnica da UFMG, salientou que a legislação prevê o uso de dois horários para o transporte de passageiros no trecho. Porém, segundo ele, os entendimentos serão possíveis apenas após o estudo de viabilidade. Ele também salientou que o transporte ferroviário de passageiros no Brasil não é rentável e precisa de subsídios. Afonso Filho, do Ministério, completou que o trecho tem restrições também em função do grande número de obras de arte, que teriam que ser compartilhadas com os transportes de carga e de passageiros.
Outras linhas
- Durante a audiência foi levantada ainda a possibilidade de implantação de uma linha de passageiros ligando o Museu de Artes e Ofício ao Instituto Inhotim, em Brumadinho. Madalena Garcia propôs um esforço coletivo para que o projeto seja implantado. Afonso Carneiro Filho explicou que o Ministério dos Transportes foi procurado pelo Instituto Inhotim e deu todas as informações necessárias.O diretor de Infraestrutura do Dnit, Geraldo Lourenço de Souza Neto, relatou ainda que o Dnit, responsável pelo patrimônio após a privatização da RFFSA, está doando peças a instituições para implantação de trechos como o do Trem do Pantanal. Em Minas, deve começar em novembro a operação do Expresso Pai da Aviação, ligando Santos Dumont a Juiz de Fora. "Temos mais de 200 carros e algumas locomotivas", disse. Geraldo citou outros projetos da União, que investiu, segundo ele, mais de R$ 40 bilhões em ferrovias. E lembrou que todo contrato de concessão para transporte de carga tem a previsão de duas viagens com passageiros.
Deputados lamentam sucateamento e prometem apoio
O deputado Carlos Gomes (PT), autor do requerimento para a audiência, anunciou que fará requerimentos para tentar viabilizar o estudo de viabilidade do trecho BH-Lafaiete. Ele lembrou que os debates sobre o transporte de passageiros foram iniciados na ALMG em 2005. "No Brasil, esse transporte foi abandonado, ao contrário do que ocorre em outros países. O trem é mais barato, mais seguro e mais ecológico", afirmou.
Alencar da Silveira Jr (PDT), presidente da comissão, também lamentou o sucateamento do transporte de passageiros e atribuiu esse abandono ao lobby das construtoras, que lucram mais com rodovias do que com ferrovias. "Temos que investir em transporte de massas", reforçou. Já Antônio Carlos Arantes (PSC) salientou que o Brasil já começa a ter um "apagão" nas estradas. "No início do mandato, trabalhei para a reativação de uma linha em Pirapora, e a Vale reativou", disse, salientando que esse movimento é viável e possível.
Estádios
- A Comissão aprovou ainda requerimento do deputado Alencar da Silveira Jr (PDT) solicitando a realização de audiência pública para discutir as obras que estão sendo realizadas nos estádios Mineirão e Independência, visando a Copa de 2014. "É bom que as autoridades venham aqui para explicar as obras e o cronograma a todos os interessados no esporte", justificou.Presenças - Deputados Alencar da Silveira Jr (PDT), presidente; Eros Biondini (PTB), vice; Antônio Carlos Arantes (PSC) e Carlos Gomes (PT). Compuseram a mesa também Paulo Rogério Monteiro, coordenador de projetos de mobilidade da Agência de Desenvolvimento da RMBH, e Juliana Gazineli de Oliveira, do Instituto Inhotim.
Comentário do CFVV:
O CFVV deverá procurar o Deputado Estadual Eleito em Lavras, Deputado Luiz Fábio Cherem para que possamos em 2011 ganhar um reforço na Assembléia estadual para nosso projeto EXPRESSO VALE VERDE. Também deveremos buscar apoio de um Deputado Federal!
O Fato é que desde o início estamos pregando a volta do Trem regional, estamos finalmente vivendo o ano mundial da Ferrovia, que irá devolver ao setor ferroviário o seu lugar de destaque no mundo. Tanto para o transporte de cargas como para o de passageiros, já era esperado que com o colápso do transporte rodoviário rodando cada vez mais devagar devido ao volume de veículos nas estradas, a estrada de ferro se torna cada vez uma opção mais viável. Sem contar os acidentes cada vez mais frequentes envolvendo caminhões de carga com centenas de mortes todos os anos. Agora é para valer... Não acredito em mudança de planos! A ferrovia ganha enfim um novo fôlego e nós brasileiros seremos o maiores beneficiados.
Cesar Mori Junior
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É importante salientar ainda observando alguns trechos na matéria, que estas regiões tem representantes na Assembléia Legislativa Estadual de Minas Gerais. Portanto, elas tem quem defenda seus interesses quanto a volta de suas antigas linhas regionais de trens de passageiros. Atenção!!! Não estamos falando aqui de Trem turístico, mas de transporte coletivo padrão! Se quisermos a reintegração de nosso trem mineiro, precisamos apelar para nossos representantes legais nas Assembléias das duas esferas. Lembro amigos que nada é por acaso...Lavras ficou décadas sem eleger um Deputado Estadual e justamente quando precisamos de um, eis que o elegemos.
Preciso deixar mais claro?
Cesar Mori
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