09/12/2010 - Bahia Online
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva virá a Ilhéus nesta sexta-feira (10) para assinar a ordem de serviço referente à construção do primeiro trecho da Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), que vai de Ilhéus à Caetité, no oeste baiano. Prevista para começar às 14h30min, no Centro de Convenções Luís Eduardo Magalhães, a solenidade marca a última visita de Lula à cidade antes do término de seu segundo mandato, no dia 31 deste mês.
O evento deve contar com a presença do governador Jaques Wagner, do ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, do presidente da Valec Engenharia, José Francisco das Neves, e do prefeito Newton Lima, além de senadores, deputados e prefeitos dos municípios que compõem a área de influência da obra.
Além do trecho Ilhéus/Caetité, cuja obra deve começar em janeiro do próximo ano, somando 530 quilômetros de extensão, a Ferrovia de Integração Oeste-Leste, que já conta com licença ambiental expedida pelo Ibama, terá a sua implantação dividida em mais duas fases: Caetité/Barreiras/São Desidério, com 413 quilômetros, e Barreiras/São Desidério a Figueirópolis, no Estado do Tocantins, com mais 547 quilômetros. Dividida em sete lotes, a obra deve ser concluída no final de 2012 com investimentos totais de R$ 4,198 bilhões, recursos alocados no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal.
A ferrovia, que integra um complexo intermodal formado por porto, aeroporto e novos acessos rodoviários, dinamizará o escoamento da produção da Bahia, através de ligação do estado com outros polos do país. A ferrovia ligará as cidades baianas de Ilhéus, Caetité e Barreiras a Figueirópolis, localizada no estado do Tocantins. Com isso, será formado um corredor de transporte que otimizará a operação do Porto de Ponta da Tulha, abrindo ainda uma nova alternativa de logística para portos situados no norte do Brasil e que são atendidos pela Ferrovia Norte-Sul e Estrada de Ferro Carajás.
Vantagens
Entre as vantagens previstas com a construção da Ferrovia de Integração Oeste-Leste para a Bahia estão a redução de custos do transporte de insumos e produtos diversos, o aumento da competitividade dos produtos do agronegócio e a possibilidade de implantação de novos polos agroindustriais e de exploração de minérios, aproveitando estrategicamente sua conexão com a malha ferroviária nacional.
Por outro lado, a ferrovia promove a dinamização das economias locais, alavancando novos empreendimentos na região, com aumento da arrecadação de impostos, além de geração de cerca de 30 mil empregos diretos. Ele deve fomentar o desenvolvimento agrícola do oeste do estado, cuja previsão é de produção de 6,7 milhões de toneladas em 2015. Os principais produtos a ser transportados são soja, farelo de soja e milho, além de fertilizantes, combustíveis e minério de ferro.
Considero que o governo Lula deu três importantes passos em setor fundamental para o desenvolvimento econômico, com larga penetração em nossa vida social: a séria retomada do sistema ferroviário, com o avanço das obras da Ferrovia Norte-Sul, fundamental para o agronegócio e para o progresso das regiões centro-oeste e norte; a iniciativa da construção do trem de alta velocidade entre o Rio de Janeiro e São Paulo, cortando o sul fluminense, o Vale do Paraíba e se estendendo até a importantíssima cidade de Campinas e, por fim, a decisão de iniciar as obras da Ferrovia Oeste-Leste, que nasce no litoral sul da Bahia, passa pelo São Francisco, corta o oeste baiano e chega ao coração do Tocantins, beneficiando uma das mais futurosas regiões agrícolas do país.
O Brasil volta seus olhos, novamente, para uma modalidade de transporte vitoriosa em todo o mundo: econômica, sustentável e de comprovada eficiência logística. Não poderíamos fazer escolha melhor. Ainda hoje pagamos a conta de um erro grave, o de se abandonar a ferrovia em benefício das estradas, de prescindir do trem em favor do transporte rodoviário. Os altos custos e os imprevistos a que estamos sujeitos na dependência do caminhão como peça-central do escoamento das produções agrícola e industrial, além de distribuidor e abastecedor dos centros consumidores, são prova de que o transporte ferroviário precisa voltar a ser forte integrante de nossa economia.
A Ferrovia Oeste-Leste (FIOL) terá suas obras iniciadas em 2011, já no governo da presidenta Dilma Rousseff. É um dos principais projetos do PAC e seus trilhos cortarão 1.490 km do sertão brasileiro, gerando mais de 30 mil empregos e sendo um investimento da ordem de R$ 4,2 bilhões. Sua malha irá beneficiar diretamente o Estado da Bahia e toda a atividade econômica do Tocantins, com grande influência, ainda, nos Estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia e Goiás, além do Distrito Federal e norte de Minas Gerais.
A conexão da Oeste-Leste com a Ferrovia Norte-Sul, em Figueirópolis (TO), oferece ao Brasil central uma saída para o mar, possibilitando que o Porto de Ihéus se torne em muito pouco tempo um dos mais importantes de nossa infraestrutura portuária. São milhares de empresas que já se preparam para, dentro de poucos anos, utilizar os trilhos da nova ferrovia para o escoamento de suas produções. Da histórica cidade baiana de Caetité, por exemplo, serão escoados pela FIOL mais de 19 milhões de toneladas de minério de ferro anualmente, partindo do porto de Ilhéus para mercados internacionais em todos os continentes. A soja plantada em toda a fértil região oeste da Bahia, no além São Francisco, chegará aos portos de todo o mundo com custos muito menores de escoamento a cada safra. Tal operação já se iniciará em 2013, com uma geração de empregos, arrecadação de impostos, mais divisas e uma onda de desenvolvimento para toda a região abrangida pela ferrovia, com grandes e positivas transformações em seu espectro social e econômico.
Já a implantação do chamado “trem-bala” ligando nossos dois maiores centros urbanos, recupera o tempo perdido pelo Brasil em um setor onde países como a Espanha estão operando há mais de quatro décadas. A participação de consórcios europeus e orientais na disputa pela construção da obra mostra sua grandiosidade e importância, assegurando grandes investimentos, geração de empregos e inequívocos benefícios para a mais rica região do nosso país.
Ainda nos debatemos com problemas graves em nossa estrutura social, com questões delicadas a serem resolvidas nas áreas da saúde, da habitação, da segurança pública e da educação. E desconhecê-los ou minimizá-los é um erro que o governo de Lula não cometeu e, seguramente, o de Dilma não o fará. Mas, ao mesmo tempo em que nos defrontamos com tais questões, já temos outra agenda extremamente positiva, não vista em nossa vida institucional há muitas décadas. Podemos, com a segurança de um presente de acertos e a confiança em políticas que estão mudando o Brasil para muito melhor, tratar das questões do desenvolvimento sustentável e da infraestrutura que irá amparar o notável crescimento que nos espera logo ali, num futuro que já está chegando pelas mãos, pelo esforço e pelo mérito de um povo invulgar e vitorioso. O futuro vem pelos trilhos de nossas novas ferrovias.
Esperemos que haja continuidade!
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