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Title: Pujança do Setor de Trens Turisticos
Author: Lavras Além do Tempo
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Hoje temos em operação no Brasil, 31 trens turísticos, constituindo um grupo heterogêneo, com características totalmente diferentes entre si...

Hoje temos em operação no Brasil, 31 trens turísticos, constituindo um grupo heterogêneo, com características totalmente diferentes entre si: força-motriz (vapor, elétrico, diesel); operações privadas e públicas; bitolas distintas; extensão; capacidade de transporte, etc ...

A partir desta realidade, naturalmente, surgiu a necessidade premente de que as operadoras de trens turísticos brasileiros se agrupassem numa entidade que lhes desse voz, legitimidade, representatividade e personalidade no cenário brasileiro, junto aos órgãos públicos federais, estaduais e municipais, além do relacionamento com as demais entidades setoriais. Foi assim que em 2000 a ABOTTC - Associação Brasileira dos Operadores de Trens Turísticos e Culturais - surgiu no cenário do turismo brasileiro e hoje é a entidade mais nova do Conselho Nacional do Turismo, principal fórum de discussões temáticas do Brasil.

A ABOTTC, com cerca de 20 membros, tem representação e assento em mais de 30 entidades nas Américas, como CNC, FIRJAN, Fecomércios, Conselhos Estaduais de Turismo, FIEMG, ACRJ, ALAF, CIT..., o que lhe garante o direito de lutar por novos tempos para este universo de trens de apelo turístico.

Muitas operações – a grande maioria – ainda estão inviáveis do ponto de vista econômico. Não encontraram o desejado equilíbrio financeiro para fazer frente aos seus custos. A operação ferroviária é cara porque envolve mão-de-obra especializada, tanto na operação quanto na manutenção. Além disto, toda estrutura – material rodante, via permanente, edificações – exige constante aprimoramento e cuidado.

Desde a década de 50, Séc. XX, houve a clara e equivocada decisão dos sucessivos Governos Centrais (Federal) pela priorização do modal rodoviário em detrimento ao ferroviário. Esta situação trouxe a dizimação de quase todas as ferrovias que transportavam passageiros.

Numa simples análise cartesiana, pelos idos de 50, havia no País cerca de 42 mil km de trilhos e hoje são apenas cerca de 27 mil Km de trilhos. Apenas 673,6 Km, ou seja; menos de 3% da malha ferroviária são destinados para os chamados trens “com alma”.

São Paulo, com 8 trens em funcionamento, é o estado da Federação com mais ferrovias turísticas em operação. Em seguida vem Rio de Janeiro com 7 trens e Minas Gerais com 6 operações. Só o Sudeste representa, portanto, mais de 70% do conjunto.

São 22 trens a vapor, 6 a Diesel e 3 elétricos, como o Trem do Corcovado.

Em 2007, este conjunto de trens, recebeu cerca de 3 milhões de passageiros e neste primeiro semestre de 2008, já está sendo observado um incremento de mais de 10% no volume de visitantes.

Com a reativação de novos 11 trens que já devem entrar em operação até o final de 2010, além do incremento na visitação destes trens que hoje operam pelo Brasil afora, a partir de esforços comerciais e de promoção como o advento do Portal “Amantes da Ferrovia”, a ABOTTC estima que em 2010, terão viajado de trem, 5 milhões de passageiros. Um feito e tanto!

Nosso principal desafio ainda é colocar os passeios de trem na prateleira do agente de viagem. Em parte, a chegada deste portal eletrônico cumpre esta função, mas ainda é pouco e não devemos nos enganar. Os trens são, sem nenhuma dúvida, fator que agrega valor a qualquer pacote turístico, enriquecendo-o e potencializando as vendas.

Quando conseguirmos apresentar, numa viagem de trem, o resgate cultural, fortalecendo o turismo de emoção, estaremos por conseqüência desenvolvendo todo o terceiro setor que se extende ao longo de uma ferrovia, tal qual artesanato, gastronomia, artes, etc...

Pelos números surpreendentes, acho que podemos sonhar com novos cenários que só de uma janela de trem se pode vislumbrar.

Por Sávio Neves Filho

Presidente da ABOTTC e

presidente do Trem do Corcovado

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