Testes do Metrô em 1972, uma das obras viabilizadas na gestão do prefeito Faria Lima
Em 6 de setembro de 1972, um trem da companhia andou pela primeira vez na cidade; hoje, são 67 mil km percorridos por dia
01 de setembro de 2012 | 19h 57
Espanto. Empolgação. Otimismo. E um pouco de medo. Foi assim que São
Paulo viu nascer seu metrô, em 6 de setembro de 1972. Nessa data ocorreu
o primeiro teste de um trem da companhia, em evento que contou com a
presença de autoridades municipais, estaduais e federais.
O transporte rápido sobre trilhos só começaria a operar
comercialmente dois anos mais tarde, mas o teste foi considerado uma
inauguração: afinal, ainda que por poucos metros, era a primeira vez que
um metrô andava em São Paulo.
“Naquele tempo, uma coisa dessas era novidade para todo mundo”,
comenta Antonio Aparecido Lazarini, que teve o privilégio de ser o
condutor desse primeiro teste (leia mais abaixo). “Tinha gente que
perguntava se, por andar debaixo da terra, dava para ver o subsolo. E
muitos tinham medo, diziam que podia ser perigoso, que jamais andariam
em um negócio desses. Alguns imaginavam que andar de metrô seria como
entrar em uma caverna.”
Os funcionários mais antigos da companhia também se recordam que
muitos paulistanos não aprovavam as obras. Reclamavam dos transtornos na
região, da demora em concluir tudo e, principalmente, do alto valor
investido.
Evolução. Autoridades, urbanistas e as pessoas mais
esclarecidas, por outro lado, viam a novidade com extremo otimismo. Em
25 de janeiro de 1972, o Estado publicou uma reportagem em que
especialistas previam que, dentro de 20 anos, a cidade contaria com
“dezenas de linhas de metrô”. Quarenta anos se passaram e as linhas são
apenas cinco. Quando o metrô entrou em operação, seus trens percorriam,
diariamente, 353 km. Hoje, o total percorrido é de cerca de 67 mil km.
Outro fato importante é que o metrô já nasceu atrasado em São Paulo.
Para se ter uma ideia, Londres, a primeira cidade do mundo a contar com
um sistema de transporte assim, fez essa inauguração em 10 de janeiro de
1863. Isso mesmo: 111 anos antes da inauguração comercial do sistema em
São Paulo.
Resultado: enquanto a malha metroviária da capital britânica é de 400
km, os paulistanos têm apenas 78,1 km à disposição .
Otimismo. O secretário de Estado de Transportes
Metropolitanos, Jurandir Fernandes, diz que a marcha lenta da criação de
novas linhas ficou no passado. “A expectativa hoje é muito mais segura.
Você tem quatro linhas em construção e, até março, poderemos ter cinco
obras ao mesmo tempo. É inevitável que vamos partir para um patamar de
10 km de linhas construídas por ano.” O que se viu até agora, no
entanto, foi um número muito menor. Na história do metrô, a média tem
sido de 2 quilômetros de linha a cada 12 meses.
Com mais linhas abertas, a promessa da atual gestão da Companhia do
Metropolitano é de uma cidade integrada. “Certamente vai mudar o perfil.
Será uma rede que ultrapassará os 100 km em 2014 e os 200 km no final
da década”, afirma o secretário.
As projeções dos órgãos que planejam o transporte público da cidade
são de que, antes de 2020, a maior parte das viagens realizadas na
cidade será feita por metrô.
História do Metrô de São Paulo
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