18/05/2012 - O Estado de S.Paulo
A Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) afirmou ontem ter achado a peça defeituosa que provocou, anteontem, a primeira batida entre dois trens de passageiros da história da companhia, com 49 feridos. A empresa também anunciou a substituição de todos os equipamentos parecidos existentes na rede metroviária. São 12 placas eletrônicas, chamadas registradores de deslocamento, que detectam a presença de um trem e indicam se os outros trens podem acelerar ou frear.
As placas estão nas linhas mais antigas: 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha - onde ocorreu o acidente. Segundo o Metrô, a placa defeituosa da Linha 3-Vermelha foi trocada ainda anteontem e as outras 11 placas foram substituídas ontem por precaução. Segundo sua assessoria de imprensa, essas peças não passam por manutenção preventiva - são como placas de computador e acabam trocadas ao apresentar algum defeito.
O Metrô, no entanto, ainda não esclareceu quando o problema com a placa da Linha 3 foi detectado - antes do acidente, outro operador de trem havia relatado problemas na via e informado o Centro de Controle Operacional. O Metrô disse ter enviado agentes de manutenção até o local, mas não deixou claro porque o trem C-20, que transportava todas as pessoas feridas, avançou por aquele trecho.
Em entrevista ao SPTV, da TV Globo, o diretor de operações do Metrô, Mário Fioratti, disse que os procedimentos da companhia serão mudados. Se houver indicativo de falha parecida, o controle dos trens será feito pelos maquinistas.
Para o Sindicato dos Metroviários, o acidente decorreu do processo de "sucateamento" que o Metrô tem enfrentado. "Há muita terceirização, os sistemas são muito diferentes, isso causa problemas", diz o presidente da entidade, Altino dos Prazeres.
O Metrô rebate afirmando que os gastos de custeio com manutenção crescem ano a ano: em 2008, foram R$ 336,6 milhões para esses serviços. No ano passado, foram R$ 529 milhões. E a previsão para este ano é de R$ 614 ,6 milhões, segundo a empresa.
'Fiz meu serviço. Eu estava ali para fazer isso'
"Quando era para o trem iniciar a frenagem, pegou um código mais alto e acelerou, acelerou sozinho. Nesse momento, eu assustei e apliquei o freio de emergência e aí houve o deslizamento." Esse é o relato da inédita colisão de trens no metrô paulistano do ponto de vista do operador Rogério Fornaza, que impediu uma tragédia maior, ao notar os problemas na composição.
Ele admitiu ter recebido minutos antes um informe, por rádio, de que existiria algum problema na Linha Vermelha, mas não foi informado sobre qual trecho. Ao perceber a aproximação rápida da composição à frente, que seguia da Linha Azul e estava vazia, acionou a alavanca de emergência. Chegou a acreditar que não ocorreria a colisão. "Em um certo momento, eu achei que ele iria parar, mas quando chegou bem perto, e estava a uma velocidade de 10 km/h, eu vi que não (ia impedir a batida)."
Em entrevista ao SPTV, da TV Globo, Fornaza rejeitou o título de herói. "Eu fiz o meu serviço. Eu estava ali para fazer isso. Na emergência, a gente está ali para atuar. Essa é a nossa função."
Operador de metrô há poucos mais de um ano - assumiu a função no início de 2011 -, o funcionário de 29 anos relatou já ter evitado outra morte. Um suicida havia se jogado nos trilhos e ele parou a composição a poucos centímetros de distância. "Todos os funcionários de linha do Metrô ficam mal quando algo assim acontece."
A Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) afirmou ontem ter achado a peça defeituosa que provocou, anteontem, a primeira batida entre dois trens de passageiros da história da companhia, com 49 feridos. A empresa também anunciou a substituição de todos os equipamentos parecidos existentes na rede metroviária. São 12 placas eletrônicas, chamadas registradores de deslocamento, que detectam a presença de um trem e indicam se os outros trens podem acelerar ou frear.
As placas estão nas linhas mais antigas: 1-Azul, 2-Verde e 3-Vermelha - onde ocorreu o acidente. Segundo o Metrô, a placa defeituosa da Linha 3-Vermelha foi trocada ainda anteontem e as outras 11 placas foram substituídas ontem por precaução. Segundo sua assessoria de imprensa, essas peças não passam por manutenção preventiva - são como placas de computador e acabam trocadas ao apresentar algum defeito.
O Metrô, no entanto, ainda não esclareceu quando o problema com a placa da Linha 3 foi detectado - antes do acidente, outro operador de trem havia relatado problemas na via e informado o Centro de Controle Operacional. O Metrô disse ter enviado agentes de manutenção até o local, mas não deixou claro porque o trem C-20, que transportava todas as pessoas feridas, avançou por aquele trecho.
Em entrevista ao SPTV, da TV Globo, o diretor de operações do Metrô, Mário Fioratti, disse que os procedimentos da companhia serão mudados. Se houver indicativo de falha parecida, o controle dos trens será feito pelos maquinistas.
Para o Sindicato dos Metroviários, o acidente decorreu do processo de "sucateamento" que o Metrô tem enfrentado. "Há muita terceirização, os sistemas são muito diferentes, isso causa problemas", diz o presidente da entidade, Altino dos Prazeres.
O Metrô rebate afirmando que os gastos de custeio com manutenção crescem ano a ano: em 2008, foram R$ 336,6 milhões para esses serviços. No ano passado, foram R$ 529 milhões. E a previsão para este ano é de R$ 614 ,6 milhões, segundo a empresa.
'Fiz meu serviço. Eu estava ali para fazer isso'
"Quando era para o trem iniciar a frenagem, pegou um código mais alto e acelerou, acelerou sozinho. Nesse momento, eu assustei e apliquei o freio de emergência e aí houve o deslizamento." Esse é o relato da inédita colisão de trens no metrô paulistano do ponto de vista do operador Rogério Fornaza, que impediu uma tragédia maior, ao notar os problemas na composição.
Ele admitiu ter recebido minutos antes um informe, por rádio, de que existiria algum problema na Linha Vermelha, mas não foi informado sobre qual trecho. Ao perceber a aproximação rápida da composição à frente, que seguia da Linha Azul e estava vazia, acionou a alavanca de emergência. Chegou a acreditar que não ocorreria a colisão. "Em um certo momento, eu achei que ele iria parar, mas quando chegou bem perto, e estava a uma velocidade de 10 km/h, eu vi que não (ia impedir a batida)."
Em entrevista ao SPTV, da TV Globo, Fornaza rejeitou o título de herói. "Eu fiz o meu serviço. Eu estava ali para fazer isso. Na emergência, a gente está ali para atuar. Essa é a nossa função."
Operador de metrô há poucos mais de um ano - assumiu a função no início de 2011 -, o funcionário de 29 anos relatou já ter evitado outra morte. Um suicida havia se jogado nos trilhos e ele parou a composição a poucos centímetros de distância. "Todos os funcionários de linha do Metrô ficam mal quando algo assim acontece."
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