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Title: Transnordestina terá ligação com a Ferrovia Norte-Sul
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27/06/2012 - Jornal do Comércio O governo concluiu os estudos de viabilidade técnica de uma conexão entre as ferrovias Transnordestina e No...
27/06/2012 - Jornal do Comércio

O governo concluiu os estudos de viabilidade técnica de uma conexão entre as ferrovias Transnordestina e Norte-Sul, as duas maiores do País em construção. A proposta é muito importante para criar, no futuro, uma malha ferroviária nacional, o que possibilitaria, por exemplo, uma carga chegar da China ao Porto de Suape e ser enviada de trem até São Paulo, na primeira grande ligação por estrada de ferro entre o Nordeste e o Centro-Sul brasileiro. O projeto está com a Valec, estatal federal de ferrovias, que submeterá a papelada ao crivo de órgãos ambientais. A expectativa é de que em até 8 meses a versão básica fique pronta, com traçado e custos detalhados.

O projeto é de longo prazo, tendo em vista que a Transnordestina e a Norte-Sul estão em obras e, ainda por cima, atrasadas. O estudo foi incluído no Programa de Aceleração do Crescimento 2 (PAC 2), do governo Dilma Rousseff.

A informação básica para iniciar o que se chama de análise de viabilidade técnica econômica e ambiental da conexão foi o ponto a partir do qual as ferrovias vão ser interligadas. Pelo lado da Transnordestina, a conexão começará no município de Eliseu Martins, sul do Piauí, e seguirá em direção a oeste até encontrar a Norte-Sul, na altura da cidade de Estreito, interior do Maranhão.

A assessoria de imprensa da Valec informou que a estatal trabalha na validação dos números do estudo de viabilidade, que tratam de topografia e potencial de cargas, por exemplo, para definir pontos importantes, como locais de instalação de plataformas logísticas, onde ocorrerá a carga e descarga dos vagões. Depois disso, o projeto passará pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama), para obter o licenciamento, fase em que será discutido em audiências públicas.

A Transnordestina e a Norte-Sul são os principais projetos ferroviários do Brasil incluídos no primeiro PAC, em 2007, no governo Luiz Inácio Lula da Silva. Ambos atrasaram bastante.
A ferrovia Transnordestina terá 1.728 quilômetros e unirá o Sertão do Piauí ao litoral de Ceará e Pernambuco. Os trilhos começam em Eliseu Martins (PI) e seguem até Salgueiro, em Pernambuco, seguem por dois ramais diferentes, um em direção ao Porto de Pecém, no Ceará, e outro rumo ao Porto de Suape. Todo o conjunto, pelo prazo original, sairia em 2010, mas a ferrovia tem apenas 36% executados, segundo o Ministério dos Transportes.

Como as desapropriações ocorreram de forma mais ágil em Pernambuco, o ramal de Suape está mais adiantado do que o outro é esperado para o final do ano que vem. O que segue até Pecém deve sair apenas no final de 2014.

No caso da ferrovia Norte-Sul, foram incluídos no PAC 1.536 quilômetros entre Palmas, no Tocantins, até Estrela D’Oeste, em São Paulo. Assim como a Transnordestina, o governo anterior previa a conclusão da obra em 2010.

Pelos números do PAC 2, apenas um primeiro trecho, de Tocantins a Anápolis, em Goiás, deve sair até o próximo dia 20. O restante, até São Paulo, viria somente em 2014.

O investimento total na Norte-Sul era estimado em R$ 3,37 bilhões, mas o valor já foi executado até 2010 e o custo atual do projeto está atualmente em revisão, informa o governo federal.

Governo vai mexer em prazos - Depois de acumular atrasos no projeto e da presidente Dilma Rousseff garantir que não haveria mais mudanças no projeto da Transnordestina, o governo federal avalia novas mudanças em prazos e custos na ferrovia. O projeto bilionário é o mais caro do Brasil quando se trata de transporte ferroviário de cargas. As obras da Transnordestina começaram em 2007 e, depois de cinco anos, têm apenas 36% de execução.

Em fevereiro passado, na primeira visita às obras da Transnordestina desde que assumiu a Presidência da República, a presidente Dilma afirmou que não haveria novos aumentos de custo no projeto.

“Posso assegurar que o governo já fez várias avaliações econômico-financeiras sobre a ferrovia, e não pretende ficar elevando indefinidamente o orçamento. Sabemos que numa obra desse tamanho há sempre gastos não planejados, mas temos certeza de que nosso orçamento está bem próximo da realidade”, afirmou Dilma Rousseff, em fevereiro.

A conversa mudou de tom, segundo o Ministério dos Transportes, ao confirmar ao JC que cogita novas alterações. “As possíveis alterações no orçamento e ou no prazo de conclusão ainda estão em fase de estudo”, informou o ministério, através de nota encaminhada pela assessoria de imprensa.

O trecho mais adiantado e praticamente pronto, segundo dados coletados em abril pelo Ministério dos Transportes, é o de 96 quilômetros entre Missão Velha, no Ceará, e Salgueiro, em Pernambuco. Em seguida, vem um de 163 quilômetros de Salgueiro até Trindade.

Mesmo nos trechos mais adiantados, quando se compara os dados atualizados do Ministério dos Transportes com o último balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2), do final do ano passado, os pequenos atrasos que vão se somando na obra são perceptíveis. O trecho Missão Velha-Salgueiro deveria ter ficado pronto em março e o Salgueiro-Trindade, em abril.

De todos, o mais atrasado é um trecho de 523 quilômetros entre Pecém e Missão Velha, que só teve iniciados, até agora, obras de infraestrutura (basicamente, terraplenagem) e as obras de arte especiais, como pontes. A última fase da construção de uma ferrovia é a colocação de trilhos, a chamada superestrutura, que ainda não teve início nesse trecho.

A base da Transnordestina fica no município de Salgueiro, onde são produzidos os dormentes, a partir de uma mina de extração de brita no próprio município. De lá, o trem se encarrega de transportar o material nas três direções (rumo ao interior do Piauí, a Pecém e a Suape).

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