O grande dilema no sistema de
transporte de carga no
Brasil
O sistema
de transporte brasileiro vive uma situação de ficção análoga a
uma tragédia shakesperiana a lá Hamlet, parodiando a peça teatral
existe algo de estranho no reino do sistema de transporte brasileiro
de carga, onde o personagem pegaria o mapa dos sistema ferroviário e
transporte de carga brasileiro e estaria a se perguntar:
“Conteinerizar ou não Conteinerizar, eis a questão”.
Em
decorrência de um sistema rodoviário de carga com mais 800.000
caminhoneiros e cerca de 50.000 empresas em livre concorrência
entres si, onde a maioria não consegue comprovar renda para
comprar um caminhão novo, apesar de haver crédito do governo,
impedindo o país de renovar a frota, e os caminhoneiros chegam a
trabalhar exaustivas 12, 14, 16 horas ou mais, eles chegam a
situação de fazerem movimentos e greves contra a regulamentação do
governos para redução da jornada de trabalho e implantação de
descanso, são heróis anominos carregando as cargas de um
Brasil produtivo, mas quando diminui a expansão da economia entram em
competição predatória, reduzindo o preço dos fretes, chegando a
queimar o capital investido no caminhão e depreciando o seu único
bem o caminhão e a sua saúde, quando a economia cresce sobem os
preços do frete, encarecendo os custos logistícos, o custo Brasil,
gerando inflação no país e inviabilizando o crescimento econômico
sustentável e causando aquilo que muitos economista chamam de vôo da
galinha, quando o desejavel é o vôo da cegonha.
Já o
insuficiente sistema ferroviario brasileiro de uma malha ferroviária
antiguada do século 19, a maioria em bitola estreita métrica,
organizado em um monopólio estatal da RFFSA e Fepasa no século 20, entrou no século 21 com uma privatização que resultou em
monopólio privado com milhares de quilometros inoperante, onde a
maioria das concessões da ferrovia foram adquiridas por empresas de
mineração ou focadas apenas no transporte de granéis e commodities
agrícolas sem grande interesse na carga geral e utilizando para o
transportes até os portos na faixa de 500 a 700 km enquanto nos
Estados Unidos, eles utilizam a ferrovia para transportes além dos
1500 km ou mais, como atesta estudo do ILOS - Instituto de Logistica e Suplly chain da UFRJ. Houve avanço na privatização como defende os
representantes da ANTF, sim houve e muitos, mas o sistema ferroviário
precisa avançar muito mais para atender as demandas por transporte e
a logística no Brasil, para fazer frente as necessidade do
crescimento da economia brasileira neste século 21 e avançarmos
rumo ao século 22 ,como pregonizava o engenheiro ferroviario Teófilo
Ottoni no seculo 19, temos que construir ferrovias para o futuro.
Os
estudiosos no assunto de transporte comentam e denunciam que o país
tem um custo logístico que chega ser o dobro da Europa e dos EUA como
atesta os trabalhos detalhados de economistas especializados e
instituto de pesquisa, na área de commodities agrícola comparam aos
custos da produção dos custo da soja brasileira e Norte Americana
e o envio para Europa e Asia onde os Norte Americanos utilizam
maciçamente o sistema ferroviário e a hidrovia do Mississipi
Missouri, mas no sistema de carga geral o grande diferencial são a
utilização da intermodalidade através do uso de conteiner Internacional, e os contêineres doméstico Norte Americano e na
Europa o uso das caixas movéis ou Swap Bodies, que seriam nosso baús
rodoviarios removíveis, destacando que os asiáticos a começar com os
japoneses iniciaram, implantaram, construiram e desenvolveram
modernos e gigantescos portos preparados para a movimentação de
conteineres ISO a fim de participarem do mercado globalizado .
È
interessante que o Programa de Investimento em Logística: Rodovias e Ferrovias lançado pela Presidenta
Dilma, em 15 de agosto de 2012 de 133 bilhões para modernização e ampliação da malha rodoviária e ferroviária não consta nenhuma palavra, comentário ou investimento sobre
intermodalidade, multimodalidade ou conteinerização e o mesmo não relata
sobre estudos para a implantação de terminais intermodais de carga
para integrar o sistema rodoviário e o ferroviário. Apesar do plano
do governo estar criando a Empresa de Planejamento de Transporte que terá
a missão de estudar a implantação de projetos de transportes em
substituição ao antigo GEIPOT, só que muitos estão esquecendo que
o antigo GEIPOT, através de seus especialista; participaram através
de viagens e estudos da modernização do sistema de transporte na
Europa e Estados Unidos que foram feitos baseados no sistema
intermodal através do uso dos conteineres ISO onde o padrão é o
TEU - Twenty Equivalente Unit - unidade equivalenta a um conteiner de 20
pés ou 6 metros de comprimento.
Muitos se fala ou debate sobre a modernização
e investimento nos portos brasileiro, mas qualquer modernização
passa pela implantação e o desenvolvimento da contêinirização que
surgiu a 50 anos e hoje domina o comercio internacional, navios porta
contêineres modernos carregam de 4.000 a 11.000 contêineres e a
movimentação nos portos e sua interiorização se faz
prioritariamente em países continenais como o EUA e a os países da
Europa Continental através de ferrovias e terminais retroportuarios
intermodais interiorizados para a movimentação de contêineres e ai
sim, a movimentação para o sistemas rodoviários através de
caminhões para as localidades finais como vem ocorrendo com a revolução intermodal no Brasil.
Tem crescido no mercado
internacional a utilização do uso de contêineres de carga seca TEU
(20 pés – 6 metros ) para o transporte de commodities agrícolas
tais como soja, açúcar, arroz a fim de atender cargas fracionadas
de clientes especificos.
Lembrando que toda a malha ferroviaria de carga japonesa cerca de 20.000 km é em bitola estreita de 1,067 mm ou seja 67 mm ou 6,7 cm muita próxima da bitola estreita e métrica brasileira, exceto o trem bala que é em bitola Standard internacional de 1,453 mm; e o sistema de transporte ferroviário e rodoviário japoneses utilizam conteineres de 10 pés ou seja cerca de 3 metros, equivalente aos baus das picapes e caminhõezinhos do VUC - Veiculo Urbano de Carga, exigido para uso na cidade de São Paulo.
Lembrando que toda a malha ferroviaria de carga japonesa cerca de 20.000 km é em bitola estreita de 1,067 mm ou seja 67 mm ou 6,7 cm muita próxima da bitola estreita e métrica brasileira, exceto o trem bala que é em bitola Standard internacional de 1,453 mm; e o sistema de transporte ferroviário e rodoviário japoneses utilizam conteineres de 10 pés ou seja cerca de 3 metros, equivalente aos baus das picapes e caminhõezinhos do VUC - Veiculo Urbano de Carga, exigido para uso na cidade de São Paulo.
Existe
muito debate sobre o sistema de transporte de cargas no Brasil e todos
concordam que se deve melhorar e investir no sistema ferroviário,
muitos estão repetindo frases que o surgimento e o fortalecimento
do sistema rodoviário é responsavel pela a situação caótica que
vivemos hoje.
Pensamos que é um erro pensar assim, as ferrovias são um modo de
transporte monopolitas e o sistema rodoviário são a livre
concorrência, quando JK lançou a indústria rodoviária no Brasil
foi uma iniciativa acertada a indústria rodoviaria criou um novo
Brasil, indústrialmente moderno no século 20, assim como a ferrovia
o fez no século 19, acontece que nossas ferrovias, são ferrovias do
século 19 e elas não se modernizaram e quando das crises do
petŕoleo de 1973 e 1979, quando as ferrovias Norte Americanas e
Européia se modernizaram desenvolvendo e implantando a
intermodalidade e a multimodalidade e a utilizlação da
contêinerização, se integrando ao sistema rodoviário; o Brasil
através do GEIPOT muito estudou e desenvolveu trabalhos neste
sentido, mas um sistema rodoviário extremamente competitivo e uma
economia em recessão e com altas taxas de inflação por anos, impediu a maturação e o investimento
na implantação e modernização da RFFSA e a Fepasa que tinha
estudos sobre o assunto da intermodalidade.
Com a privatização os
primeiros anos das empresas concessionária ferroviarias foram anos de
extrema austeridade fiscal e contábil e tinham e tem que responder aos seus
acionistas e preferiram trabalhar desde o início numa projeção
econômica de se atingir uma situação superavitária o mais rapido
possível, onde só os investimentos com taxas de retorno positivas
foram levada em consideração e não deveria ser diferente levando
em consideração que são empresas privada; só depois uma década
da privatização, e já reestruturadas várias concessionárias
partiram para implantação de projetos de intermodalidades com a
utilização da contêinirização.
O que nos
causa surpresa é que o plano lançado pela Presidenta Dilma organizado
pelos seus técnicos e especialista muitos com décadas de
experiência comprovadas no antigo GEIPOT e no Ministério dos
Transporte a questão da intermodalidade, multimodalidade e o uso da
contêinerização através da utilização dos terminais de cargas
intermodais, nem foram cogitados e para isto lembramos o que escreveu
o Presidente José Sarney no artigo "Estradas de Ferro, Caminhos do Futuro" no jornal Folha de São Paulo, sexta
feira 03 junho 1994 - Pagina 2 - opinião “Hoje a era do
transporte intermodal que integra ferrovia, hidrovia, rodovia,
cabotagem e avião num todo sistêmico procura retirar todos os
resultados possíveis desse conjunto, para obtenção de custos
baixos.” e o então
candidato a Governador de São Paulo Orestes Quércia explicando no vídeo de sua
campanha o projeto para construção de 23 terminais intermodais de
carga unindo a antiga FEPASA ao sistema rodoviário de Carga em 1986, no
final de seu governo, ele entregou o Projeto do SITIC - Sisterma Interiorizados de Terminais Intermodais de Carga,
que tem no
Engenheiro Cyro de Laurenza um dos elaboradores e foi entregue à
Secretaria de Transporte de Carga do Estado de São Paulo, projeto
revolucionario e modernizador da infra estrutura de transporte de
carga no Estado de São, Paulo, isso há 20 anos atrás.
Certamente
a economia brasileira está mudando da posição de 7ª economia
mundial para a 6ª e para a 5ª e necesitamos urgente de uma nova e
moderna infraestrutura de transporte de carga, acreditamos que para
que isto ocorra, fará necessario a implantação da intermodalidade
baseada em investimento na conteinerização e terminais intermodais
ferroviário com a integração ao sistema rodoviario de carga e os portos.
Pensamos que os grande nós da infra estrutura, não são apenas as
obras de construção civil de reconstruir novas ferrovias em bitola
larga, mas como convidarmos e chamar o setor rodoviário de carga a
participar da integração com o sistema ferroviário através da
intermodalidade, já que são eles que realmente tem carregado o
sistema de carga geral com mais de 50.000 pequenas empresas e
800.000 caminhoneiros como demonstra os estudos “O Transporte Rodoviário de Carga e o Papel do BNDES” de Simone Saisse Lopes /
Marcelo Porteiro Cardoso / Simone Saisse Lopes / Marcelo Cardoso /
Maurício Serrão Piccinini de junho de 2008 .
Além, é
claro como privilegiar e proteger nossa indústria de implementos rodoviário frente a gigantesca produção de conteineres ISO de 20
pés das indústrias Chinesas e Ásiatica, que certamente inundaria o
mercado brasileiro e latino americano. É interessante ler os trabalho do BNDES "A Indústria de Implementos Rodoviários e sua Importância para o Aumento da Eficiência do Transporte de Cargas no Brasil"
Autores: Marcelo Goldenstein, Marcelo de
Figueiredo Alves e Rodrigo Luiz Sias de Azevedo - Data: 09/2006. Até o momento barreiras
protecionista tem sido suficiente para barrar a entrada e a
permanência de conteneires ISO, talvez chegue um momento que isso não
será mais possível.
Tem duas
formas de tratar o assunto; se preparamos políticamente e
indústrialmente para este embate comercial e industrial de
competitividade global para fazer frente a este desafio ou deixar as coisas
caminharem como estão; e lá na frente descobrirmos que é muito tarde
para atuarmos.
Lembrando o alerta sobre o Corredor Bioceânico Aconcágua ligando os portos Chileno do pacífico aos portos da Argentina no Atlântico e tem a região dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul como área de influência econômica deles e tambem lembrado que a deficiência de transporte entre as Regiões Sul, Sudeste e o Nordeste brasileiro baseado apenas no transporte rodoviário de carga aumenta os custos logistico e o custo Brasil onde muitas vezes é mais fácil e barato importar da Ásia, Europa e Estados Unidos por um dos vários portos no litoral brasileiro do que movimentar cargas dentro do Brasil interligando as diversa regiões metropolitanas e regiões econômicas brasileiras que estão na maioria da população localizadas aproximadamente a 300 km do litoral brasileiro, devemos pensar que devemos fortalecer a indústra nacional e o comércio de produto brasileiros para então ganharmos escala e participarmos de um mercado globalizado, não devemos e não podemos colocar ao Brasil, a situação de sermos apenas vendedor de commodities agrícolas e minério, quando precisamos vender uma tonelada, para comprar um kilo de produtos de maior valor agregados como produtos eletro-eletrônicos e desindustrializarmos o Brasil; e o conteiner é um equipamento do moderno comércio internacional e de política industrial consistente dos países de economias modernas.
Lembrando o alerta sobre o Corredor Bioceânico Aconcágua ligando os portos Chileno do pacífico aos portos da Argentina no Atlântico e tem a região dos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul como área de influência econômica deles e tambem lembrado que a deficiência de transporte entre as Regiões Sul, Sudeste e o Nordeste brasileiro baseado apenas no transporte rodoviário de carga aumenta os custos logistico e o custo Brasil onde muitas vezes é mais fácil e barato importar da Ásia, Europa e Estados Unidos por um dos vários portos no litoral brasileiro do que movimentar cargas dentro do Brasil interligando as diversa regiões metropolitanas e regiões econômicas brasileiras que estão na maioria da população localizadas aproximadamente a 300 km do litoral brasileiro, devemos pensar que devemos fortalecer a indústra nacional e o comércio de produto brasileiros para então ganharmos escala e participarmos de um mercado globalizado, não devemos e não podemos colocar ao Brasil, a situação de sermos apenas vendedor de commodities agrícolas e minério, quando precisamos vender uma tonelada, para comprar um kilo de produtos de maior valor agregados como produtos eletro-eletrônicos e desindustrializarmos o Brasil; e o conteiner é um equipamento do moderno comércio internacional e de política industrial consistente dos países de economias modernas.
Carlos Eduardo do Nascimento
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