EPL assumirá o papel de empreendedor e tocará as obras de rodovias e ferrovias até que o plano de concessões seja concluído
Jornal O Estado de S.Paulo
10 de outubro de 2012 | 3h 06
FERNANDA NUNES / RIO
A Empresa de Planejamento e Logística (EPL), criada
recentemente para acelerar investimentos no setor de transporte, vai
assumir os projetos de logística, no papel de empreendedor, até que a
concessão dos projetos seja concluída, disse ontem o presidente da EPL,
Bernardo Figueiredo. A medida foi definida em reunião com os Ministérios
dos Transportes e do Meio Ambiente.
A EPL espera antecipar o cronograma de projetos de construção e
duplicação de rodovias e ferrovias em até um ano. A intenção, entre
outros pontos, é acelerar o licenciamento ambiental dos projetos, disse o
executivo. Os primeiros empreendimentos que serão coordenados por essa
nova modalidade serão os de duplicação das rodovias BR-146 e BR-040, em
Minas Gerais.
"O melhor seria ter licenciamento prévio para todos os projetos, mas
não posso permitir que esse seja um fator de atraso das obras", disse
Figueiredo durante seminário realizado pela revista Exame, no Rio.
O executivo criticou o modelo de concessões de infraestrutura do
passado. Referindo-se às concessões de rodovias, argumentou que as
concessionárias têm negócios no mundo todo de forma sólida. "O problema
que tivemos com as concessões foi com o modelo de projetos e
definições", afirmou, ao justificar a adoção de modelo diferenciado de
planejamento da concessão pelo governo Dilma em relação ao utilizado
pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Trem-bala. Segundo Figueiredo, um grupo de investidores já demonstrou
interesse pelo projeto de instalação e operação do trem de alta
velocidade (TAV) entre Rio e São Paulo.
Estava agendada para ontem a ida de um grupo de executivos da Alstom
ao Ministério dos Transportes. Hoje, será a vez de investidores
japoneses debaterem o edital de contratação da operação e tecnologia
desenhado pelo ministério, que recebe contribuições do mercado. A
previsão é concluir em novembro o texto do edital e realizar o leilão da
primeira fase em maio.
"A ideia é criar um modelo atrativo para todos", disse Figueiredo,
afastando a hipótese de que o projeto do TAV não desperte interesse da
iniciativa privada. Paralelamente ao edital do leilão da primeira fase, a
EPL está definindo o modelo de contratação do projeto de engenharia da
infraestrutura onde será instalado o trem-bala. O cronograma prevê que o
projeto de engenharia seja definido até o início de 2014, para que a
contratação ocorra até o fim do mesmo ano e o TAV inicie operação em
2018.
Figueiredo disse que o lançamento do programa de investimento em
portos será feito este mês. Negou atraso no processo que, para ele,
segue cronograma necessário para garantir sua qualidade. A intenção é
lançar uma série de ações que promovam a adequação dos portos existentes
e a instalação de novos. A estimativa de investimento é de R$ 30
bilhões a R$ 40 bilhões.
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