Trem de Barra Mansa a Lavras
Barra Mansa, no século XIX era conhecida por possuir grandes
fazendas e por ser um centro de produção e comercialização de produtos
agrícolas, em especial o café. A transição de vila para cidade aconteceu
ainda em 1857, com efeitos diretos no crescimento da produção
municipal.
Inaugurada em 1871 pela princesa Isabel e Conde d' Eu, a estação
ferroviária representou uma marca na história urbana, pois a Estrada de
Ferro Dom Pedro II funcionou como escoamento da produção cafeeira, além
promover a agilidade na comunicação com cidades próximas e de outras
regiões.
Em 1889, com a queda do império, a linha passou a se chamar Estrada
Ferroviária Central do Brasil, realizando as atividades normais. Em
1985, porém, um incêndio destruiu boa parte da estação, que já se
destacava como um dos pontos turísticos que guarda grande parcela da
história do município.
Diante dos pedidos constantes da população, em 2004 o prédio foi
totalmente recuperado e reformado. Hoje, a antiga estação está entre os
patrimônios tombados pelo Instituto de Patrimônio Cultural do Rio de
Janeiro (INEPAC), além de acolher o Centro Cultural Estação das Artes.
Pátio de Manobras
Com o passar dos anos e o crescimento do comércio e da população de
uma maneira geral, a linha ferroviária se transformou em uma opção de
transporte de cargas que interfere na rotina dos moradores de Barra
Mansa. A linha atravessa a cidade e atrapalha a locomoção da população,
seja de pedestres ou veículos.
Diante desses motivos, os governantes optaram por elaborar um projeto
que transferisse o atual pátio de manobras para uma área rural da
cidade, conhecida como Anísio Brás.
Segundo o supervisor da empresa contratada para representar o DNIT
(Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), Arnaldo Leal
Mariuzzo, em julho de 2010 foram autorizados o início das mobilizações
da obra. Foram contratados cerca de 200 homens, em diversas áreas, como
carpinteiro, pedreiro e engenheiro, todos da cidade ou de municípios
vizinhos.
De acordo com o engenheiro da Construtora Integral, Roberto Carlos
Ferreira, muitas interferências foram encontradas no decorrer da obra,
como problemas em instalações elétricas, tubulações e exigências quanto a
autorização para trabalhar em áreas preservadas pelo meio ambiente.
O engenheiro afirma que se não tivessem sido encontradas tantas interferências, a obra estaria mais adiantada.
As construções que integram a reformulação da situação ferroviária de
Barra Mansa são o Viaduto Saudade e o Viaduto Ferroviário, que tem
previsão para entrega no final de 2012, Viaduto Saint Gobain e o Pátio
de manobras de Anísio Brás, que serão entregues a população em meados do
ano que vem. As outras obras como as passarelas dependem de aprovação
dos projetos pelo DNIT.
Ou seja, o sonho da retirada do Pátio de Manobras e da melhora no
trânsito de Barra Mansa está em curso e cada vez mais próximo de ser
realizado.
Diário do Vale 03 / 10 / 2012
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