O presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) está
otimista. Agora ele acredita que o País vai resolver seu problema de
infraestrutura logística. Ele está confiante que, com a série de pacotes
que o governo está lançando na área de transportes, os investimentos
federais no setor, que hoje estão em torno de R$ 20 bilhões por ano,
passarão, em um primeiro momento, para algo entre R$ 40 bilhões e R$ 50
bilhões, para depois alcançar o patamar dos R$ 70 bilhões. Para ele, o
setor privado participará e liderará os investimentos. A seguir, trechos
da entrevista.
Os pacotes de investimentos em transporte anunciados pelo governo vão melhorar de fato a competitividade do País?
A ideia é essa. Estamos trabalhando com um conjunto de ações para
isso. Quando propomos duplicar rodovias, por exemplo, vamos garantir que
os caminhões tenham mais velocidade e mais segurança. Assim, um
caminhão que fazia duas viagens por mês poderá fazer três, reduzindo os
custos fixos. No caso da ferrovia, isso é ainda mais agressivo, você não
gera só uma alternativa logística, mas um ganho direto de
competitividade. Pelo modelo que criamos, vamos ter novas ferrovias com
um custo muito menor, pois o governo garante a carga, o que dá segurança
ao investidor. São três pontos fundamentais para as ferrovias: vamos
ter novas ferrovias, vamos ter novas ferrovias com custo fixo bem baixo e
vamos ter novas ferrovias com custo fixo bem baixo com um número aberto
de fornecedores de serviço de transporte.
O setor privado vai liderar esse investimento?
Sim, com certeza. O capital privado trará um novo capital para esses
investimentos, que serão ampliados. E o governo vai financiar esse
investimento, dando apoio, e também vai auxiliar na formulação de bons
projetos.
Mas o governo tem condições de fazer frente ao aumento de
financiamento que pode surgir se os investimentos crescerem dessa
maneira?
O BNDES está se preparando para isso, para estar de acordo com o
indicado pelo governo para esses investimentos. Hoje, o orçamento do
Ministério dos Transportes para investimentos está em torno de R$ 20
bilhões. Vamos dobrar isso com os recursos privados. Acredito que vamos
ficar entre R$ 40 bilhões e R$ 50 bilhões por ano num primeiro momento
e, depois, alcançar o patamar de R$ 70 bilhões. Assim, conseguiremos
zerar o déficit do setor, que é estimado em algo entre R$ 300 bilhões e
R$ 400 bilhões. Depois disso, seguimos com voo de cruzeiro. E as
empresas ainda terão outras formas de financiamento, como debêntures, há
interesse.
Quando sairá o pacote para portos e aeroportos?
Estamos trabalhando para que seja divulgado ainda este mês, mas é uma questão de governo.
A realidade do País mudará com esses pacotes?
A gente acha que vai mudar, haverá uma atração de investimentos.
Agora, estamos tratando de um processo, não de um evento específico, uma
obra. Esse processo qualifica, temos projetos estruturantes, uma visão
global, projetos melhores.
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