O presidente do CFVV – Circuito Ferroviário
Vale Verde Cesar Mori Júnior, esteve nesta sexta feira 23 de novembro em Belo
Horizonte, onde se reuniu com o Analista técnico da CBTU Dr. Afonso Carneiro e com o
Dr. Euler Costa Sampaio, Engenheiro do Departamento de transportes do
Ministério dos Transportes.
Dr. Euler é quem está cuidando do nosso pedido para um estudo de viabilidade que foi inclusive, oficializado através da Secretaria de estado de Transportes e Obras de Minas Gerais - SETOP, hoje sob os cuidados do Superintendente Dr. Aílton Alves Moreira, da Superintendência de Infraestrutura Municipal da SETOP. Segundo o que discutimos na reunião, o percurso proposto aparentemente tem potencial, liga três grandes cidades e vilarejos circunvizinhos, o que pode gerar uma demanda razoável. O certo é que se chegou à conclusão que o trem neste caso específico, não virá para concorrer diretamente com o ônibus, mas sim oferecer um serviço diferenciado e provocar uma nova tomada de desenvolvimento regional, visto que a distancia percorrida entre as três cidades via estrada, leva entre duas a duas horas e meia. Se feito de trem nas circunstâncias previstas, poderia chegar ao mesmo tempo ou meia hora a mais. Isto com o diferencial do ar condicionado, TV a bordo, Internet sem fio, lugares em que se poderia ter uma mesa embutida para reuniões e cadeiras configuráveis, tudo isso fará uma enorme diferença. De forma a oferecer um serviço de qualidade por um preço não muito diferente.
Falamos sobre a proposta atual do governo Brasileiro, que irá beneficiar vários estados com estudos de viabilidade para trens regionais, que serão acionados pelo Ministério dos transportes. É uma iniciativa do governo federal, que foi impulsionado pela grande mobilização nacional liderada pelas organizações não governamentais e associações de ferroviários, que levaram seus gritos à grande mídia, mostrando o descaso com a antiga RFFSA. O sucateamento do material rodante que ficou espalhado pelo País...
Então citei oficialmente que estamos criando a ABOTTC - MG - Braço da Associação Brasileira de Operadores de Trens Turísticos e Culturais, que virá para fortalecer o processo de resgate da ferrovia mineira. Neste momento Afonso Carneiro que tem mediado nossa demanda ao ministério, enfatizou que as OSCIP's e as Associações de Ferroviaristas e de Ferroviários preservacionistas foram, são e sempre serão importantes nesta relação de resgate da ferrovia brasileira. Eu lembro aqui que este é um Legado de um incansável lutador, que começou sua luta há muitos anos atrás com o Movimento de Preservação Ferroviária-MPF, nosso querido e saudoso professor Victor José Ferreira. Estas OSCIP’s seriam aliadas em muitos casos, no desenvolvimento de parcerias para utilização da ferrovia para o turismo, cultura e até no processo de melhoria da mobilidade urbana neste nosso país continental.
Busca-se assim, melhorar a mobilidade urbana do País e Para cumprir estes objetivos, os trens são uma excelente opção de integração no transporte nacional. Precisamos levar em conta também outro ponto importante, concluímos: Muitos dos trechos a serem estudados em um primeiro momento podem até parecer inviáveis, tendo inclusive de contar com apoio do governo, com incentivos, mas se formos pensar desta forma a exemplo do que acontece hoje em Belo Horizonte e em outras capitais, se tivéssemos feito um estudo mais detalhado no passado, levando-se em conta o crescimento, a topografia do local, seguindo o exemplo das demais cidades do mundo, levando ainda em conta a possibilidade das cidades vizinhas crescerem também e claro, com isso vir a sempre preocupante explosão demográfica...
Este citado planejamento, sem dúvidas teria evitado os problemas encontrados atualmente em quase todas as grandes cidades brasileiras. Se tivéssemos feito um upgrade nos antigos bondes, no lugar de apenas aniquila-los, hoje a realidade provavelmente seria outra. Então seguindo este raciocínio, se olharmos para o futuro, veremos, por exemplo, que este proposto trem que ligaria Lavras a Três Corações e a Varginha, seria um elo entre estas três cidades, com potencial para levar com ele o desenvolvimento social, cultural e turístico, fazendo crescer o entorno do eixo o qual ele circula, expandindo a indústria, o comercio e proporcionando o surgimento de novos bairros. Nós levaremos as três cidades um questionário fornecido pelo Ministério dos Transportes, com o objetivo de avaliar o real interesse destas prefeituras em ter este trem circulando entre elas. Lembrando que este trem não seria pago pelos Municípios, mas por iniciativa Privada. Outras demandas também foram tratadas como, por exemplo, a futura escola profissional ferroviária que projetamos para ser implantada em Lavras. Estamos já negociando com prováveis parceiros para este inédito empreendimento de iniciativa já da ABOTTC -MG, que muito beneficiará o povo mineiro e a partir de Lavra, terra dos ipês e das escolas... Obviamente ja contamos com a parceria de uma universidade e buscamos apoio da FCA e da VALE, bem como o apoio dos Governos, Estadual e Federal.
Cesar Mori Junior
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