Previsto para ser inaugurado em 2013, o monotrilho que funcionará na zona leste de São Paulo é um trem com pneus feito com a mesma tecnologia usada em aviões. Ele é produzido pela empresa canadense Bombardier, concorrente da Embraer na área de aviação. O monotrilho é de alumínio, em vez de aço, o que o torna mais leve. A expectativa é que o sistema transporte meio milhão de pessoas por dia.
A linha Expresso Monotrilho Leste vai ligar os bairros de Vila Prudente e Cidade Tiradentes, formando a Linha 15 - Prata do Metrô. As empresas OAS e Queiroz Galvão são as responsáveis pelas obras de infraestrutura, que consiste na montagem de vigas de até 15 metros de altura, onde serão colocados os trilhos.
Os 53 trens que serão usados no sistema são fabricados pela Bombardier numa fábrica inaugurada em abril em Hortolândia (109 km a noroeste de São Paulo). O objetivo da empresa é transformar o local em um centro mundial de produção de monotrilhos de alta capacidade.
Vagões são feitos com alumínio
O sistema funciona com pneus e é totalmente elétrico. Enquanto os trens do Metrô são feitos de aço inox, o monotrilho fabricado pela Bombardier é feito de alumínio. “Aplicamos a tecnologia usada na fabricação de avião aos monotrilhos”, diz Luis Ramos, diretor de Comunicação e Relações Institucionais da Bombardier para a América Latina.
O uso do alumínio faz com que o trem seja mais leve, o que permite maior velocidade. “Com o uso do alumínio, o peso é reduzido em cerca de 30%”, calcula Manuel Gonçalves, gerente de produção da Bombardier.
A velocidade média estimada é de 36 quilômetros por hora, podendo chegar a 80 quilômetros por hora. O monotrilho da região leste de São Paulo deverá circular, segundo a Bombardier, com intervalos de 75 segundos entre os trens.
A velocidade também fará o sistema brasileiro se destacar no que se refere à quantidade de pessoas que será capaz de transportar. “Será o primeiro monotrilho de alta capacidade do mundo”, diz Ramos.
A expectativa é que o Expresso Monotrilho Leste transporte meio milhão de pessoas por dia. Serão 48 mil por hora em cada sentido. Para efeito de comparação, os sistemas semelhantes existentes em cidades chinesas transportam 30 mil pessoas por hora em cada sentido.
Grande parte dos componentes usados na fabricação é importada, como as laterais de alumínio de cada vagão, que vêm da China. Mas a expectativa é que 60% das peças sejam nacionais, fabricadas principalmente por empresas da região de Hortolândia.
Empresa opera 50 monotrilhos pelo mundo
A Bombardier opera cerca de 50 monotrilhos pelo mundo, especialmente em países asiáticos, como Índia e China. Parques temáticos dos Estados Unidos também usam sistemas da empresa para locomoção dos visitantes. “Como a operação é automática, ela está livre do erro humano", diz Ramos.
O monotrilho circula sem condutor, sendo controlado por uma sala central que será operada pela própria Bombardier. A manutenção do sistema também está prevista no contrato assinado pela empresa.
A fábrica de Hortolândia tem cerca de 250 funcionários e recebeu investimentos de US$ 15 milhões. Os primeiros trens deverão ser entregues em 2013, depois de passarem por testes na própria via. A capacidade de construção é de um vagão por dia.
Fonte: UOL
Publicada em:: 06/11/2012
Postar um comentário
Postar um comentário