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Title: Governo banca vagão vazio de trem-bala
Author: Lavras Além do Tempo
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Para garantir uma empresa para operar o trem-bala ligando Campinas-SP-RJ, o governo decidiu bancar a operação até mesmo com trens vazios.  ...
Para garantir uma empresa para operar o trem-bala ligando Campinas-SP-RJ, o governo decidiu bancar a operação até mesmo com trens vazios. 

"Uma pessoa no Japão pode achar que não teremos passageiros entre São Paulo e Rio de Janeiro. Como não vemos o menor risco de isso acontecer, resolvemos assumir esse risco", disse Bernardo Figueiredo, presidente da EPL, sócia governamental do operador. 

As mudanças foram solicitadas pelos consórcios interessados em operar o sistema e fornecer os trens. 

O plano do governo é fazer uma primeira licitação para escolher um operador. Esse operador vai embolsar os recursos das passagens e pagar uma outorga ao governo pelo uso do sistema. O governo pretende usar esse dinheiro para pagar, num prazo de 30 anos, a construção da linha. 

Caso o dinheiro das passagens não seja suficiente para cobrir os custos da construção, o governo vai bancar a diferença, conforme a Folha antecipou no ano passado. 

A reclamação dos operadores era justamente que parte desse risco estava sendo repassada para eles. Isso porque, no pré-edital, o governo queria receber por trem que saísse da estação um valor de R$ 66 por quilômetro rodado. 

Se o trem rodasse com passageiros insuficientes, quem ficaria no prejuízo seria o operador. O problema era agravado pelo fato de haver exigências mínimas de número de trens que devem rodar por hora. Entre Rio e SP, por exemplo, o edital exige três trens nas horas de pico. 

Agora, o governo definirá a quantia a ser paga pela empresa com base no número de passageiros. 

A decisão de assumir o risco do prejuízo adiou o lançamento do edital definitivo para a licitação do operador, previsto para hoje, porque é preciso refazer os cálculos. 

A expectativa agora é que ele saia até o fim de novembro, com ajustes em relação ao pré-edital disponível para consulta pública. 

O valor mínimo que o governo queria do operador pela outorga era de R$ 27,6 bilhões (em valores de 2008). Mas esse valor deverá ser um pouco maior, porque o grupo que vai construir a linha do trem-bala (infraestrutura) também será o responsável pela colocação dos trilhos (superestrutura). No pré-edital, a superestrutura ficava com o operador. 

O governo também vai afrouxar a exigência de experiência de operação de dez anos -que, na prática, excluía a chance de o grupo sul-coreano Korail participar.

Grupos japoneses, franceses, alemães, espanhóis, italianos e canadenses mostraram interesse e podem disputar essa etapa. 

Fonte: Folha de S. Paulo
Publicada em:: 31/10/2012

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