13/11/2012 - Valor Econômico
De um total de R$ 7,2 bilhões em investimentos previstos para obras de mobilidade urbana nas cidades que vão sediar os jogos da Copa do Mundo de 2014, apenas R$ 711 milhões, menos que 10%, foram liberados até o dia 15 de setembro, segundo balanço do Ministério das Cidades.
Por enquanto, somente Belo Horizonte, Recife, Rio de Janeiro e Curitiba começaram as obras e estão executando os recursos. Já nas cidades de Manaus, Brasília e Natal, não há previsão do início dos empreendimentos. "A maioria das obras vai estar pronta até maio de 2014. As obras que não estão iniciadas são quatro ou cinco. O que não dará tempo para algumas para a Copa das Confederações", disse o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro.
Independentemente dos atrasos, o ministro reforçou ao Valor que a Copa do Mundo de 2014, ao contrário do que muitos pensam, vai deixar legado na área de mobilidade urbana. "Vai ter legado. Não tem como não ter", afirmou. Segundo ele, o governo pretende dar prioridade aos trechos das obras que atendem diretamente aos jogos do mundial.
Esse é o caso do monotrilho de Manaus. A expectativa do ministro é de que essa obra esteja finalizada em junho de 2014. Para tentar contornar esse problema, a matriz de responsabilidade da Copa do Mundo deverá ser novamente revisada, dando prioridade ao trecho que atenderá o público que assistirá aos jogos da Copa. "Vamos revisar a matriz de responsabilidade para ver qual é a situação da obra. Não estaria pronta a obra toda para Copa. A parte técnica está sendo analisada", frisou Ribeiro.
O ministro ressaltou que houve aceleração dos desembolsos entre junho e setembro. Um exemplo disso são as liberações para os empreendimentos em Belo Horizonte. "Na última análise, o desembolso era de cerca de 6%. Agora tínhamos 30% de um investimento total de R$ 1,23 bilhão", disse. No caso de Recife, foram liberados R$ 80,525 milhões dos R$ 678 milhões previstos. Na cidade de Curitiba, do total de R$ 440 milhões foram desembolsados R$ 1,582 milhão.
Um levantamento do Tribunal de Contas a União (TCU) sobre obras da Copa do Mundo, divulgado na sexta-feira, mostra, no entanto, uma situação preocupante. Não houve muita mudança em relação ao relatório de novembro de 2011, quando se temia que os atrasos na definição de projetos e no início das obras pudessem criar o risco de que os empreendimentos fossem realizados às pressas, "baseadas em projetos sem o devido amadurecimento quanto ao seu detalhamento técnico".
"Passados aproximadamente oito meses, pode-se concluir que houve uma modesta evolução na situação dessas obras. Se por um lado, dos 49 empreendimentos, faltam apenas cinco operações a serem contratadas junto à Caixa, por outro, em apenas 11 contratos houve desembolsos pela instituição financeira. Em 33 operações há uma série de pendências para a liberação do primeiro desembolso. Observou-se ainda que boa parte das obras ainda não foi sequer iniciada", informou o relatório. Considerando a situação das obras em julho deste ano, o documento destacou a existência de indícios de que alguns empreendimentos não ficarão prontos até a Copa.
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