SÃO PAULO - A criação do Operador Ferroviário Independente, nos moldes do que ocorre no setor elétrico com o Operador Nacional do Sistema (ONS), é o maior avanço para a implementação do sistema de passagem no setor ferroviário, segundo o professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Luiz Afonso Senna, especialista em transportes. Para ele, o anúncio do pacote de concessões, feito nesta quarta-feira pelo governo federal, garante a possibilidade de mais de uma empresa utilizar o mesmo trecho ferroviário. “O direito de passagem é fundamental para criar um mercado ferroviário. Esse Operador Ferroviário Independente vai estabelecer como uma empresa vai entrar na rede do outro e realizar o controle diário”, explica.
Senna afirma que esse sistema dará maior acessibilidade ao setor e vai conseguir quebrar o monopólio existente. Ele destaca ainda que a Empresa de Planejamento e Logística (EPL) irá maximizar a integração dos modais e conseguirá planejar melhor os investimentos no país. “Quando o Grupo Integrado de Planejamento de Transporte [Geipot] foi extinto na década de 1990 houve descentralização do planejamento”, acredita. Com essas medidas, o professor crê que mesmo com a concessão de ferrovias e rodovias o pacote reforçou a importância do poder público para planejar e garantir os investimentos.
Para a sócia da Tendências Consultoria Amariles Romano o destaque do pacote foi a resolução do governo de como irá se relacionar com iniciativa privada. “Esse é o primeiro grande pacote do governo Dilma. É um avanço importante que irá alavancar os investimentos.”
FONTE: Todos os direitos reservados ao Valor Econômico S.A.
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