31/10/2012 - Valor Econômico
Os investimentos em infraestrutura devem chegar a R$ 1,240 trilhão em obras até 2017. O valor leva em conta o montante que será desembolsado por sete setores: óleo e gás; transportes; energia; indústria; saneamento; habitação e infraestrutura esportiva. De 2007 a 2011, os investimentos nesses setores cresceram 73,5%.
Os dados fazem parte de estudo encomendado pela Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção (Sobratema). Apesar do crescimento do desembolso no setor, a relação entre o investimento em infraestrutura e o Produto Interno Bruto (PIB) está caindo desde 2009, quando chegou a 2,45%. Em 2011, foi de 2,05% e nesse ano deve ficar em 2%.
Em 2012, o setor termina com alta de 17,6% nos investimentos em relação a 2011. O estudo considera, no entanto, que os investimentos devem ficar “aquém” das expectativas. “Há menor contratação de obras novas. Além disso, o ano termina e grandes projetos continuam parados por questionamentos de preços, ambientais e falta de projetos adequados”, afirma o vice-presidente da Sobratema, Mario Humberto Marques.
As perspectivas para os próximos anos, segundo Marques, são positivas. “O modelo delineado de Parcerias Público-Privadas (PPPs), concessões e privatizações dará um novo impulso para os investimentos”, avalia. “A expectativa é que em 2013 as obras de transporte sejam iniciadas e que decolem, mesmo, em 2014”, diz Marques.
No primeiro estudo feito pela associação sobre o tema eram previstos R$ 1,683 trilhão entre 2009 e 2017 em 11.533 obras. Desse total, cerca de R$ 420 bilhões já foram executados, restando R$ 1,243 trilhão. O segmento da economia que responde pela maior fatia desse investimento é o de óleo e gás, com R$ 511,644 bilhões, com destaque para a área de exploração e produção de petróleo.
No setor de transporte, o trem de alta velocidade (TAV) ainda é a obra de maior visibilidade e valor, na ordem de R$ 33,1 bilhões. Os investimentos para esse segmento chegam a R$ 355,920 bilhões até 2017, sendo que 30% desse montante estão destinados aos portos e hidrovias, 26% em ferrovias, e 18% em rodovias. Em 2011, o investimento do governo federal foi de apenas R$ 12,8 bilhões.
Já o setor energético movimenta investimentos de R$ 147,141 bilhões, com destaque para obras de geração de energia, que representam 89% desse montante. Para a Sobratema, a área de saneamento representa um dos grandes desafios. A coleta de esgotos atinge 46,2% da população e apenas 37,9% do esgoto coletado recebe algum tipo de tratamento. Até 2017, esse segmento deve ter investimentos de R$ 92,3 bilhões, valor ainda insuficiente para universalizar o sistema de escoamento e tratamento de esgoto.
Já o programa Minha Casa Minha Vida tem apresentado a maior taxa de execução de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) neste ano, com R$ 129,3 bilhões. Os investimentos previstos para infraestrutura de habitação até 2017 são de R$ 4,402 bilhões.
Além disso, a infraestrutura esportiva que contempla as arenas, estádios e instalações para a Copa do Mundo 2014 e Jogos Olímpicos de 2016 terão investimentos totais de R$ 13,855 bilhões.
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